O Canal
Original:The Canal
Ano:2014•País:Irlanda, UK Direção:Ivan Kavanagh Roteiro:Ivan Kavanagh Produção:AnneMarie Naughton Elenco:Rupert Evans, Antonia Campbell-Hughes, Hannah Hoekstra, Kelly Byrne, Steve Oram, Calum Heath, Serena Brabazon |
Casas antigas que foram cenários de acontecimentos estranhos e ou violentos no passado nunca são boas opções de moradias para novos e desavisados proprietários. Estes novos moradores vão descobrir da pior maneira que o novo endereço não é dos mais seguros. Apesar de ser uma temática bastante recorrente dentro do gênero, ocasionalmente é possível pontuar alguns trabalhos que se destacam. Infelizmente um dos filmes mais interessantes desta vertente lançado nos últimos anos passou praticamente despercebido do grande público.
O filme em questão veio da Irlanda e recebeu o título de O Canal. Lançado em 2014, permaneceu praticamente desconhecido por aqui até que entrou no catálogo da Netflix. Com roteiro e direção de Ivan Kavanagh, do interessante Tin Can Can, de 2007, O Canal acompanha o jovem casal David (Rubert Evans) e Alice (Hannah Hoekstra), que se muda para uma casa aparentemente ideal. O casal tem um filhinho de cinco anos e a vida da família parece ideal.
David trabalha como arquivista de filmes antigos e um belo dia recebe um pacote de negativos da década de 1920. Ao analisar o material, percebe que trata-se de crimes que aconteceram na sua atual residência. Ao mesmo tempo, ele descobre que a sua esposa Alice possui um amante. Uma noite ele segue a esposa até a casa do amante e deixa o lugar bastante perturbado. No caminho de volta para casa, ele para em um banheiro público que fica em frente a um canal e que as crianças dizem ser assombrado. Após passar mal, ele pensa ver a esposa sendo atacada por alguém.
No dia seguinte, ele acorda em casa e nada da mulher. A polícia começa a procurá-la até que encontra o corpo dela dentro do canal. O caso é tratado como acidente, mas a partir de então David começa a ver vultos e escutar estranhos barulhos na casa.
Boa parte dos bons momentos do filme acontece durante as investigações de David e no desespero do personagem não apenas em proteger o filho, mas em conseguir provas de que o que está acontecendo é real. Para isso, o filme segue de forma gradual na apresentação e interpretação das pistas referentes aos acontecimentos.
A direção de Kavanagh é bastante eficiente ao aproveitar os bons momentos do roteiro sendo estes pontuais e eficientes. Ou seja, O Canal não é aquele filme repleto de cenas assustadoras ou mesmo de uma narrativa rápida. Pelo contrário. Aqui temos uma narrativa lenta onde muitos dos acontecimentos, até pelo menos a metade do filme, são bastante sutis e se concentram em situações cotidianas da vida de um casal.
Isto serve para que as cenas assustadoras e de tensão tenham um forte impacto quando surgem. Aqui podemos destacar um parto que acontece em uma das melhores cenas do filme ou mesmo o estranhamento diante dos seres que habitam a casa. São cenas rápidas, mas capazes de prender a atenção e gerar elogios.
Outro ponto de destaque é a interpretação de Rupert Evans. Com pequenos papeis em Hellboy e Boneco do Mal, este inglês carrega o filme nas costas dando o tom certo de um personagem cada vez mais perdido diante dos acontecimentos ao mesmo tempo em que luta para manter a sua sanidade e proteger a si mesmo e ao filho.
Por estes motivos, se você ainda não assistiu ao O Canal, aproveite e procure pelo mesmo na Netflix. O enredo inicial pode até parecer batido, mas dê uma chance e espere ao menos o desaparecimento de Alice antes de desistir do filme. Apesar de ser uma temática batida, esta ao menos parece seguir por um caminho mais interessante.
Só pra avisar que este filme está no Amazon prime atualmente.
Eu gostaria de saber a classificação indicativa do filme se o dono do blog consegui me informar. Desde já agradeço
Oie! 16 anos 🙂