0
(0)

All Eyes
Original:All Eyes
Ano:2022•País:EUA
Direção:Todd Greenlee
Roteiro:Alex Greenlee
Produção:Emily Calhoun, Laurie Cummings, Adam Greenlee, Alex Greenlee, Jeff Greenlee, Lisa Greenlee, Todd Greenlee, Janice Pellam, Tab Pierce
Elenco:Jasper Hammer, Ben Hall, Danielle Evon Ploeger, Nick Ballard, Laurie Cummings, Jeremy Parr, Claire Kaplan, Michael Fox, Skyler Davenport, Joe Bianco, Erin DeCoursey

“Você gosta de Além da Imaginação? Meu tio era decorador de cenários da série e me deu esse cinzeiro que foi adereço de um episódio famoso.”
“Que episódio?”
“Isso importa?”

Aquela sensação de insegurança envolvendo uma ameaça obscura escondida numa floresta, vista no filme A Vila, de M. Night Shyamalan, também permeia o terror bem humorado All Eyes, de Todd Greenlee, desenvolvido a partir de um roteiro de Alex Greenlee. Na verdade, este é mais leve, tem um tom engraçadinho e exagerado, e que altera sua proposta na metade, promovendo um outro estilo de produção. Não deixa de ser um “filme de monstro”, mas com toques de tecnologia e luta pela sobrevivência em um ambiente hostil. E há ideias ali que poderiam se transformar em premissas para novos filmes e até episódios de uma série fantástica.

Allen (Jasper Hammer) comanda o podcast U.S.Sane, que realiza entrevistas com pessoas que estão envolvidas com experiências inexplicáveis. Allen conta com a ajuda da produtora Kim (Danielle Evon Ploeger) na produção do conteúdo, e está intrigado com um caso sobre o ouvinte Mark (Nick Ballard), que fez parte de um especial de Halloween chamado “Seguidor“. Devido à boa repercussão do episódio, o rapaz foi convidado para uma participação ao vivo em vídeo, contando seu caso, enviado por e-mail, sobre uma figura que o anda seguindo, aparecendo até mesmo em fotografias. Na nova gravação faz uma atualização do caso, dizendo que conseguiu prender a entidade no porão de casa e que está disposto a matá-la – lembrando vagamente uma cena de Sinais, também de Shyamalan, numa sequência que por si só já poderia render uma produção à parte.

Com o desfecho trágico, Allen é demitido da rádio RPA, mas é aconselhado por Kim a buscar uma outra grande história dentro da caixa de material de envio dos ouvintes, como uma espécie de redenção. É assim que conhece o caso do caipira Don Thomas (Ben Hall), cuja falecida esposa Jean era fã do programa. Ele anexa um cheque de 25 mil dólares não assinado e a informação sobre uma criatura de “mil olhos que reside na floresta em frente a sua casa“. Se Allen topar se encontrar com ele no correio, ele irá assinar o valor, mas espera que o rapaz também aceite investigar o mistério antes que ele mate a criatura. Kim acredita que a história sobre o último desejo de uma esposa pode atrair popularidade e o resgate de seu emprego, ainda que o tal monstro possa nem sequer existir.

Após topar a busca, Allen segue o caminho de Don até uma área sem comunicação por celular, e é levado com uma venda nos olhos até a residência rural, com poucos móveis devido ao proprietário “odiar bagunça“. Allen recebe duas orientações importantes passadas por Don: 1. entregar o celular para ninguém saber onde fica a casa dele; 2. a casa e toda a região está repleta de armadilhas, e que ele deve evitar a todo custo acionar um interruptor de luz. “Se estiver vermelho, você está morto.” Assim, aos poucos, Allen vai conhecendo o estilo rústico do morador, sabendo mais sobre a tal criatura que circunda as matas, mas algumas aproximações de estranhos, conversas em cadeiras e observações deixam a entender que a história pode não ser o delírio de um louco, e há segredos a serem descobertos ali.

Assim, All Eyes mostra seus méritos indo além de uma simples “filme de monstros“. O trailer dava a entender um possível filme centrado em ambiente único, com mais diálogos do que ações, mas não é o que acontece. Allen se envolve com várias ameaças enquanto entende o drama do viúvo, seu receios, paixões, simplicidade e o desejo realmente de realizar o sonho de sua esposa. O que se esconde ali na floresta é menos importante do que a história que o envolve. “O foco é o Don. O monstro importa?“, questiona Allen, recebendo como resposta: “Você não pode ter uma história de monstro sem monstro.“. E a procura está mesmo ali, sem simbolismo, indo além das expectativas.

All Eyes é um bom filme, com profundidade e emoção, e que não esconde seus monstros. Uma história que vai além de sua proposta e permite reflexões, o que é mais importante.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *