![]() Rua do Medo: Rainha do Baile
Original:Fear Street: Prom Queen
Ano:2025•País:EUA Direção:Matt Palmer Roteiro:Matt Palmer, Donald McLeary Produção:Peter Chernin, Kori Adelson, Jenno Topping, Caroline Pitofsky, Dan Bernard Elenco:India Fowler, Suzanna Son, Fina Strazza, Katherine Waterston, Lili Taylor, Chris Klein, Ariana Greenblatt, David Iacono, Darrin Baker |
Protejam suas gargantas, estamos de volta à Shadyside! Após 4 anos de hiato, a famosa franquia Rua do Medo, inspirada na série homônima de livros escrita por R.L. Stine, ganha um novo capítulo. Se já tivemos anteriormente homenagens a Pânico, Sexta-feira 13 e até mesmo aos folk horrors da idade média, nada mais justo que beber da fonte mais revisitada desde o lançamento de Stranger Things. Diferentemente dos outros filmes da franquia, Rua do Medo: Rainha do Baile é inspirado em um livro específico, The Prom Queen, nos levando (mais uma vez) aos anos 80 e seus sintetizadores, roupas brilhantes, penteados espalhafatosos e câmeras de vídeo arcaicas.
A jovem Lori Granger (India Fowler) é a clássica protagonista feminina introspectiva perseguida pelas garotas populares da escola. Perseguição essa que chega ao ápice quando Lori desponta como uma das favoritas ao título de Rainha do Baile, ameaçando a outrora certa vitória da perversa Tiffany Falconer (Fina Strazza), que parece ter algo pessoal contra a garota. No entanto, o evento que prometia ser emocionante adquire tons macabros quando as candidatas à Rainha começam a ser assassinadas.
Ninguém discorda que a Netflix achou uma mina de ouro com Stranger Things. A combinação da nostalgia oitentista com soft horror adolescente se mostrou um grande sucesso, sendo repetido incessantemente na última década. O primeiro problema de Rainha do Baile está justamente aí: já vimos tudo isso. A ambientação, figurino, câmeras analógicas, tudo isso realmente é muito legal, mas nada que já não tenhamos visto um milhão de vezes com as aventuras de Eleven e sua trupe (e suas bilhões de cópias). O filme tem um roteiro preguiçoso que não faz a menor questão de desenvolver seus personagens, sendo simplesmente impossível se importar com qualquer um deles (em particular, a vice-diretora do colégio é vendida como uma personagem super importante e é completamente dispensável para a narrativa).
ATENÇÃO! ALGUNS SPOILERS À FRENTE, SIGA POR SUA CONTA E RISCO.
As atuações são bem insossas, ainda que India Fowler e Fina Strazza apresentem performances dignas (a segunda inclusive foi tão bem na audição que o final do filme foi alterado para aumentar sua participação). Apesar de bem sangrento, as cenas de morte parecem mal dirigidas e mal encaixadas, com destaque para a primeira morte, em que o assassino corre até a vítima e esta sequer escuta. Mas, mais do que defeitos técnicos, o grande defeito aqui é que Rainha do Baile simplesmente não parece pertencer ao universo de Rua do Medo. Mesmo com easter eggs esparsos sobre Sarah Fier e o Acampamento Nightwing, nada nessa produção remete ao clima amaldiçoado de Shadyside.
Mesmo com o duplo plot twist na revelação da identidade dos assassinos (em uma clara homenagem a Pânico), a cena em que a mãe de Tiffany revela suas intenções batendo com uma faca nas escadas é tão anticlimática que enterra definitivamente qualquer boa intenção. É evidente que a franquia Rua do Medo é um grande trunfo da Netflix, e não parece razoável acreditar que esse seja o fim da saga, mas Rainha do Baile é de longe o pior dos quatro filmes e realmente não vale a recomendação.