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Enterre-me Quando Puder
Original:Bury Me When I'm Dead
Ano:2025•País:EUA
Direção:Seabold Krebs
Roteiro:Seabold Krebs
Produção:Amanda Freedman, Nicholas Santos
Elenco:Devon Terrell, Charlotte Hope, Makenzie Leigh, Roxanne Hart, Richard Bekins, Mike Houston, Elisha Lawson, Teo Rapp-Olsson, Clint James

Henry (Devon Terrell) e Catherine (Charlotte Hope) são um casal proprietário de uma floricultura, ligado à natureza e cheio de planos para o futuro. As coisas tomam um rumo inesperado quando Catherine é diagnosticada com câncer. Ela opta por não fazer o tratamento médico, que poderia talvez prolongar sua vida por mais dois anos. Em vez disso, decide passar seus últimos dias ao lado de Henry na antiga propriedade de seus pais milionários. Mais do que isso, Catherine deseja ser enterrada ali, em total conexão com a flora local. Henry promete à esposa cumprir seu último desejo, mas, quando é ameaçado pelo pai dela, Gary (Richard Bekins), um advogado implacável, o rapaz acaba quebrando a promessa e levando seu corpo para ser enterrado na cidade grande. A partir daí, uma série de eventos começa a fazer Henry acreditar que Catherine voltou para assombrar sua vida.

Apresentando um ritmo lento e contemplativo, Enterre-me Quando Puder (Bury Me When I’m Dead, 2025) carrega vários maneirismos do cinema indie americano: bastante câmera na mão, fotografia dessaturada, closes extremos nos rostos dos atores… Isso de maneira nenhuma seria um demérito caso o filme fosse carregado por personagens interessantes e houvesse mais propósito quanto ao que, afinal, se quer contar.

No entanto, de tão apático, o protagonista parece alheio à própria história. Não ajuda a facilidade com que ele muda de ideia (e de relacionamento) ao longo da duração. No extremo oposto, temos o personagem de seu sogro, uma figura tão exageradamente maniqueísta que mais parece um vilão de telenovela, destoando do tom do filme. Gary desponta como uma oportunidade perdida de se criar um antagonista realmente interessante e intimidador.

Os elementos sobrenaturais, cuja presença ou não é algo que pode ser colocado para debate, demoram a serem introduzidos na trama, o que, novamente, não afetaria a qualidade da obra caso tudo o que acompanhássemos até ali fizesse jus à nossa atenção. Não faltam grandes exemplos de filmes que tomam o tempo que acreditam ser necessário para revelar seus terrores, como O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, 1968) e O Iluminado (The Shining, 1980), e o que dizer de Os Inocentes (The Innocents, 1961), em que a sutileza é sua própria matéria-prima? Porém, nem mesmo o suspense da espera e da antecipação promovida por nossa imaginação chega a ser construído. Até porque, somado à sua apatia, o arco narrativo sem lampejo de alegria ou esperança de vitória do protagonista faz com que qualquer manifestação funesta pareça só mais uma segunda-feira em sua vida – o breve relacionamento dele com a amante, Rebecca (Makenzie Leigh), é tão insosso e mal desenvolvido que não chega a alterar muito esse cenário.

Com tudo isso, Enterre-me Quando Puder mostra-se mais um drama do que um filme de gênero, embora se venda como tal. Mas confesso que gostei da cena que o encerra. Ironicamente, é o momento em que o filme mais ganha vida.

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