![]() Something Weird
Original:Something Weird
Ano:1967•País:EUA Direção:Herschell Gordon Lewis Roteiro:James F. Hurley Produção:James F. Hurley Elenco:Tony McCabe, Elizabeth Lee, William Brooker, Mudite Arums, Ted Heil, Lawrence J. Aberwood, Jeffrey Allen, Larry Wellington |
Something Weird é uma das pérolas menos lembradas do diretor Herschell Gordon Lewis, cineasta que causou certa sensação na década de 1960 com seus filmes sangrentos exibidos nos drive-ins dos Estados Unidos. Apesar de nada sangrento, o filme guarda muito das coisas “weird” que os cineastas experimentais e exploitation da época tinham por orientação, sendo um emaranhado de parapsicologia, serial killers, artes marciais, drogas, fantasmas e bruxaria, com resultado, no mínimo, curioso.
As sequências iniciais são confusas mas apontam o que está por vir. Mitch (Tony McCabe) é um operário de construção civil que sofre um acidente ao receber uma descarga de um cabo de eletricidade que destrói metade de seu rosto. Junto com o ferimento, o operário desenvolve uma grande habilidade telepática, conseguindo, a partir de então, ler pensamentos, descobrir situações e pessoas a partir de objetos pessoais, e outras artimanhas do tipo.
Usando uma máscara para esconder o rosto, Mitch conhece uma bela garota, que se revela uma bruxa (Elizabeth Lee) interessada em seus novos poderes. Para fisgar o novo “psychic” do pedaço, ela promete recuperar sua aparência, desde que se associe a ela até o dia de sua morte. Encantado com o rosto recuperado e livre da necessidade de máscara, Mitch topa a parceria, que tromba com alguns percalços pelo caminho, como livrar uma igreja de um fantasma (ou livrar um fantasma de uma igreja), e o envolvimento do casal na busca policial por um serial killer.
Categorizado como exploitation, Something Weird traz toda a estética típica deste tipo de trabalho, e ainda que economize em nudez, sexo e e violência gráfica, abunda em atuações canastronas e cortes mal definidos. Mesmo assim, ainda é um filme bem conduzido com uma direção de arte simples que, se não agrega informações, cumpre seu papel com algum charme.
Os efeitos visuais também são típicos da época, destacados especialmente na trip de LSD que o protagonista embarca na tentativa de lidar com seus poderes durante a investigação policial. Os movimentos de câmera e iluminação, também são eficientes, não perfeitos, e dão uma charmosa estética caseira ao filme.
Something Weird figura facilmente entre as produções B do período, especialmente dos filmes experimentais que exploram as experiências com drogas na linha de The Trip, de Roger Corman, lançado no mesmo ano. Não contém muitos dos elementos presentes na filmografia geral do diretor, mas se sobressai pelo conjunto de situações inusitadas propostas em cena, e ainda nos entrega uma conclusão bem sacada e divertida que faz valer o garimpo. Recomendado principalmente para os arquivistas de plantão, Something Weird está disponível para download no site RareLust.