The Evil Within
Original:The Evil Within Ano:2014•País:Japão Desenvolvedora:Tango Gameworks•Distribuidora: Bethesda Softworks |
Quando Shinji Mikami, o criador de Resident Evil, colocou seu nome na direção de um novo jogo de horror, o mundo dos gamers criou uma grande expectativa. Mas o lançamento de The Evil Within serviu apenas como um pontapé inicial nos jogos de terror da nova geração. Uma obra cheia de referências que tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, o que acaba fazendo com que se perca nesse caminho.
Misturando survival horror, com ação e stealth em terceira pessoa, o game a princípio parece ter um enredo promissor. Na trama, controlamos o investigador Sebastian Castellanos, que junto com seus parceiros, Joseph Oda e Juli Kidman, é convocado no início do jogo para investigar um massacre no hospital psiquiátrico da cidade. Chegando lá, encontra realmente corpos mutilados por todos os cantos e mergulha num pesadelo sobrenatural que passa a consumir a cidade inteira.
Realmente promissor, não? Bem… Não exatamente. Ao longo das quase 20 horas de jogo linear, a trama se complica absurdamente quando somos apresentados ao vilão Ruvik e ao paciente psiquiátrico Leslie, uma das chaves de toda a confusão. O jogo acaba falhando em uma trama muito grande que nos deixa confusos em seus momentos principais e se perde nos pormenores.
A mistura de elementos também é um problema. Os melhores momentos do jogo são os de stealth, o que gera uma frustração por sua maior parte ser de ação. Tudo isso causa um desequilíbrio. Num momento você está agachado pelos corredores claustrofóbicos tentando fugir do monstro com uma motosserra, mas no outro tá mandando chumbo porque é só isso que dá pra fazer (sendo que o desespero real vem da quantidade de balas encontradas no jogo serem mínimas).
The Evil Within tem sim seus pontos positivos. Os gráficos são realmente belos e a ambientação magistral, com detalhes bem feitos em todos os cantos. E as texturas de sangue, fogo, líquidos e sombras ajudam a dar um clima tenso em alguns momentos. Tudo isso com uma trilha sonora realmente apreciável.
Os monstros também são um achado em alguns momentos e a as batalhas com os chefes como a Mulher-Aranha, o monstro da motosserra e o Guardião (o melhor vilão do jogo, que ataca com um martelo e tem no lugar da cabeça, um cofre) são seus pontos mais marcantes.
Só que é na jogabilidade de The Evil Within que mora todo seu mal. Sebastian é lento… muito lento. Seus movimentos são travados e suas reações muito demoradas. Embora esse seja um elemento para que o jogo seja mais aterrorizante, acaba não funcionando muito bem. Por causa disso, morremos dezenas de vezes e acabamos superando os momentos difíceis mais por “tentativa e erro” do que por reais habilidades.
Ao menos Sebastian vira um personagem carismático por sua áurea sombria. É interessante que ele seja um homem marcado por uma tragédia familiar tão grande, que perdeu a vontade de viver e por isso não sente exatamente medo, mas reagindo puramente para sobreviver.
A mistureba de referências em The Evil Within também é gigantesca, desde games como o próprio Residente Evil, Alone in the Dark e Sillent Hill, até filmes como O Massacre da Serra Elétrica, O Chamado, Jogos Mortais e uma pitadinha de A Hora do Pesadelo.
Algumas mecânicas inovadoras são bem sacadas, como poder usar garrafas e tijolos do ambiente tanto como armas, quanto para criarem distrações. Sem falar na necessidade de ter sempre um fósforo à disposição. A Enfermaria, local de refúgio de Sebastian e onde damos upgrades no personagem, também é um dos pontos altos do jogo.
Ainda assim, The Evil Within falha em ser um jogo propriamente de terror. Dificilmente sentimos medo e é sua megalomania a principal responsável por isso, tornando-o cansativo. Tem seus méritos e uma bela ficha técnica, garante uma certa diversão, mas encerramos sua campanha sem levar o jogo de forma marcante na memória.
The Evil Within está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PlayStation 3, Xbox 360 e PC. A análise foi feita em um Xbox 360.