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O designer gráfico Bill Gold, que revolucionou a arte dos pôsteres de filmes ao longo de uma carreira de sete décadas, tendo em seu portfólio nada menos que Casablanca, Laranja Mecânica, O Exorcista, Disque M Para Matar, Os Bons Companheiros e dezenas de filmes de Clint Eastwood, morreu no domingo (20), aos 97 anos.

Gold morreu no Hospital Greenwich, localizado na cidade de Greenwich, em Connecticut; a causa da morte não foi divulgada.

O nova-iorquino nativo do Brooklyn começou na Warner Bros. no início de 1940 e teve participação em mais de dois mil pôsteres durante sua carreira, trabalhando para nomes como Alfred Hitchcock, Elia Kazan, Federico Fellini, Sam Peckinpah, Robert Altman e Martin Scorsese.

Gold, que recebeu o prêmio Lifetime Achievement Award do The Hollywood Reporter durante a cerimônia de premiação Key Art Awards de 1994, tinha o seu próprio jeito de ambientar um filme usando a filosofia menos é mais. “Nós tentamos não contar toda a história”, ele disse para a CBS em março. “Nós tentamos contar o mínimo possível, porque qualquer coisa a mais é confusa”.

Alguns anos atrás, em uma entrevista para a AFI, Gold contou sobre o processo de desenvolver o icônico pôster de O Exorcista, onde ele foi instruído a ser o mais vago possível e não mostrar nada que tivesse uma conotação religiosa:

“Eu fui especificamente dito por William Friedkin e pela Warner Bros. que não deveria usar uma imagem da menina possuída, ou mostrar qualquer coisa que tivesse qualquer indício de conotação religiosa”, explicou. “Eles estavam muito preocupados com isso. Friedkin estava muito envolvido e ele e a Warner rejeitaram todas as nossas outras composições. Eles sabiam o que queriam e certamente escolheram a imagem certa, que foi usada em todo o mundo. E o filme, na época, se tornou o maior sucesso da história da Warner.

“Eu peguei a imagem do Padre Merrin (Max von Sydow) chegando na casa em Georgetown para o exorcismo com uma pasta na mão porque isso me tocou. Quando você olhava para essa imagem, você sabia de alguma forma que tudo o que estava prestes a acontecer dentro daquela casa não iria ser bom! Eu adaptei isso tirando um monte de detalhes da foto e transformando-a em um design e depois disso ninguém queria ver mais nada”, ele concluiu.

Gold começou a desenhar aos oito anos e nunca mais parou e, depois de uma longa relação com Clint Eastwood, trabalhando em vários de seus filmes, em 2003 o designer anunciou que se aposentaria depois de finalizar a arte de Sobre Meninos e Lobos, mas acabou retornando em 2011 para fazer o pôster de J. Edgar, seu último trabalho.

Você pode conferir todo o trabalho de Gold em seu site oficial.

A equipe do Boca do Inferno oferece as mais sinceras condolências à família e amigos de Bill Gold, um dos maiores ícones do design gráfico do cinema.

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