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Sejamos honestos: até o mais devoto fã de terror, que se alimenta de tripas e possessões demoníacas, precisa de uma pausa para não enlouquecer. O problema é que o universo da comédia pode ser um campo minado de produções sem graça e romances adocicados. Para a nossa sorte, existe um lugar onde o caos reina, com um acervo que prova que um bom filme de comédia engraçado pode ser tão subversivo quanto um slasher. E o melhor: está tudo disponível online, de graça e com aquela dublagem clássica que nos transporta direto para a Sessão da Tarde.

Preparamos um guia com diferentes tipos de comédia que não vão insultar a sua inteligência e que, com certeza, vão agradar até o mais cínico dos corações.

A Comédia que Desmontou a Lógica do Cinema

Antes de existir o conceito de “trashposting”, existia Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!. Este não é apenas um filme de paródia; é o pai de todos eles, uma obra de anarquia cinematográfica que pegou o gênero de filme-desastre e o desmontou com uma metralhadora de piadas por segundo. A trama sobre um piloto traumatizado que precisa pousar um avião onde todos, incluindo a tripulação, passaram mal, é a desculpa perfeita para um bombardeio de humor que desafia a lógica e a sanidade.

O que o torna uma obra-prima do caos é sua recusa em dar um segundo para o espectador respirar. O humor está em todo lugar: nos diálogos entregues com uma seriedade mortal, nos trocadilhos infames, nas gags visuais que acontecem no fundo da cena e que recompensam o olhar atento. É uma comédia que não tem história, apenas piadas. E, por Deus, como isso funciona. É um lembrete de que, às vezes, a melhor forma de arte é a mais pura e descompromissada estupidez.

A Sátira que Explodiu Hollywood por Dentro

Poucos filmes tiveram a coragem de morder a mão que os alimenta como Trovão Tropical. Esta é uma comédia para quem ama e odeia Hollywood na mesma medida. A premissa é genial: um grupo de atores mimados e egocêntricos, incluindo um astro de ação em declínio, um comediante viciado em piadas de pum e um ator de prestígio que levou o “método” longe demais, são largados no meio de uma selva real durante as filmagens de um filme de guerra, acreditando que tudo ainda faz parte da encenação.

É uma sátira brutal e politicamente incorreta sobre a indústria do cinema. O filme tira sarro dos clichês de filmes de guerra, da obsessão dos atores com o Oscar e da ganância dos executivos de estúdio (em uma performance irreconhecível e hilária de Tom Cruise). É uma comédia sombria, inteligente e que não tem medo de ofender, com camadas de metalinguagem que a tornam uma experiência única. Para quem gosta de um humor mais ácido e com algo a dizer, é uma escolha infalível.

A Comédia de Costumes Disfarçada de Filme de Patricinha

Não se deixe enganar pelos cardigãs e pelas saias de xadrez. As Patricinhas de Beverly Hills é muito mais do que um simples filme adolescente dos anos 90; é uma das comédias de costumes mais inteligentes e bem escritas de sua geração. Acredite ou não, o filme é uma adaptação moderna e genial do romance “Emma”, de Jane Austen, transportando as intrigas da aristocracia inglesa do século XIX para o universo fútil e ensolarado dos adolescentes ricos de Beverly Hills.

A protagonista, Cher Horowitz, não é apenas uma “loira burra”. Ela é uma casamenteira bem-intencionada, mas completamente sem noção, cujas tentativas de manipular a vida de todos ao seu redor dão espetacularmente errado. O humor do filme é sofisticado, baseado em diálogos rápidos, um vocabulário próprio que se tornou icônico (“Até parece!”) e uma sátira afiada do consumismo e da cultura das aparências. É um estudo antropológico hilário de uma tribo perdida no tempo, e seu charme continua intacto.

A Anarquia do Tira Incompetente

Antes de existirem milhares de séries policiais sérias e sombrias, existia o Tenente Frank Drebin. Corra que a Polícia Vem Aí! é o antídoto para todo e qualquer clichê do gênero policial. O filme é um espetáculo de comédia física e humor absurdo, centrado em um detetive completamente incompetente que, de alguma forma, sempre consegue resolver o caso, geralmente destruindo metade da cidade no processo.

A genialidade aqui está na performance de Leslie Nielsen, um mestre do “deadpan” — a arte de entregar as falas mais ridículas com uma cara totalmente séria. O mundo ao redor de Frank Drebin é um caos de gags visuais, trocadilhos e situações surreais, mas ele navega por tudo isso com a confiança de um profissional, o que torna tudo ainda mais engraçado. É o tipo de humor que recompensa múltiplas assistidas, pois sempre há uma piada nova escondida no canto da tela. Para quem busca uma comédia que desliga o cérebro e ativa o riso, não há nada melhor.

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