Boca do Inferno: A Casa das 1000 Críticas

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O Monstro de Mil Olhos (1959)
O Monstro de Mil Olhos, 1959

Há pouco mais de um ano, quando o site passou por um reinício ousado, tendo que republicar todos os textos que fizeram parte dos seus doze anos, não era possível acreditar que alcançaríamos a marca das mil críticas tão rapidamente. Algumas madrugadas foram necessárias para editar cada texto, configurar cada imagem e fazer a publicação, dando a oportunidade para que os infernautas pudessem rever análises já publicadas em outras edições do site e também novidades. Mesmo com a descrença de alguns e as dificuldades impostas pelas hospedagens ruins, finalmente a marca foi atingida, embora o número esteja ainda distante do ideal.

Mais uma vez, ainda que prematuramente, é possível indicar o site mais antigo de horror como também a maior fonte de horror do Brasil, entre críticas, artigos e notícias, um glossário virtual que permite ao público encontrar não apenas uma ficha do filme, mas também a opinião de colaboradores experientes do gênero. E pensar que essa história começou em 2001, mais precisamente no dia 10 de maio, quando o Boca do Inferno se abriu como um espaço especializado no gênero, possuindo poucas críticas de filmes e pouco mais de 400 produções em seu catálogo. Era um bebê como o de Rosemary, desdentado e com intenções cruéis.

A Noite dos 1000 Gatos, 1972
A Noite dos 1000 Gatos, 1972

Aos poucos os dentes foram surgindo, começando pelo fanzineiro Renato Rosatti, que, após o convite de ingressar no grupo, lotou a caixa de e-mails do site com uma sangrenta enxurrada de textos, entre críticas, artigos e contos, tendo como pontapé inicial, em 5 de julho de 2002, uma análise sobre A Casa do Terror (Madhouse, 1974), de Jim Clark, com Vincent Price e Peter Cushing. A presença desse ilustre dente, que depois assumiria o comando dos blogs Infernotícias e Juvenatrix, fez do site um espaço conceituado para os arqueólogos do estilo, com produções clássicas e reconhecida dos pesadelos de muitas pessoas.

A dentição se tornaria ainda mais completa com Gabriel Paixão, após participar de uma promoção do site sobre um suposto vigésimo quinto filme da série Sexta-Feira 13, e com Filipe Falcão, com sua experiência internacional e boa vontade em falar sobre o gênero, direto de Recife. Depois agregariam valor ao Boca do Inferno os experientes Orivaldo Leme Biagi, E.R.Corrêa, Marcelo Carrard, Bruno C.Martino, Rodrigo Ramos, João Pires Neto, além do polêmico Matheus Ferraz, com sua opinião ácida sobre clássicos e produções famigeradas.

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Nessa longa trajetória, o Boca do Inferno sofreu três recomeços. O primeiro, com o fim da linguagem html, predominante até o oitavo ano; depois migraríamos para o WordPress, iniciando uma nova fase em 2009. Ela continuaria, entre tropeços da hospedagem, até o início de 2013, quando um novo início era necessário para botar ordem no caos. Novos colaboradores entraram para a equipe: Ivo Costa, Iam Godoy, Paulo Blob Teixeira e a novata, vencedora da seleção Boca do Inferno, Luana Damião, além, é claro, das análises das jornalistas do site, Silvana Perez e Bruna Alfama.

Com todos os percalços e mudanças repentinas, podemos dizer que o site é legitimamente o monstro de Frankenstein. Entre as desfigurações, recomeços e evoluções, ele se mantém vivo e forte para alçar voos mais distantes. Se o número 1000 já é uma marca expressiva, a meta é duplicar essa quantia até o aniversário de 14 anos, quando o site entrará na fase adolescente, e manter o interesse e a disposição do infernauta, contribuindo para seus pesadelos e terrores noturnos.

Lon Chaney: O Homem de Mil Faces
Lon Chaney: O Homem de Mil Faces

Até lá, a Boca do Inferno continuará escancarada e com um sorriso maligno e receptivo!

Críticas Essenciais do Boca do Inferno

Escolher entre 1000 textos apenas 10 para representar a essência do site é uma missão tão indigesta quanto costurar a boca no ânus de um japonês. Ainda assim, durante esse ano de sobrevida, há aquelas análises que tiveram mais acessos, mais comentários e mexeram com os brios dos infernautas. Além da seleção abaixo, gostaríamos de saber de vocês, visitantes assíduos do Inferno, quais críticas vocês consideram as melhores do site, aquelas que falam exatamente o que vocês pensam sobre as produções. Comentem abaixo!

A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
Quando o site começou a se refazer em março do ano passado, o primeiro texto publicado foi este clássico absoluto de George Romero. Uma produção sensacional que representa o gênero e a volta do Boca do Inferno, como um incansável morto-vivo em busca das entranhas daqueles que visitam o site.

666 – O Filho do Mal (2006)
É um filme ruim, sem função de existir. Trata-se de uma picaretagem da The Asylum, que quis arrecadar alguns trocados aproveitando o embalo do lançamento do remake de A Profecia, contando praticamente a mesma história, mas sem nenhuma competência. Está nesta seleção também como picaretagem, pois queríamos apenas registrar a crítica de número 666 do site, publicada em 14 de agosto.

12/12/12 (2012)
Quando as pessoas acreditavam que o mundo iria acabar pelos números, surgiram várias porcarias como 11/11/11, 2012 e esta tranqueira 12/12/12, com um bebê demônio, alado, com chifres, em efeitos risíveis. A desculpa para sua presença nesta lista é também registrar o aniversário de 12 anos do Boca do Inferno, com a publicação do texto no dia 10 de maio de 2013.

Matadouro Parte 2 Prelúdio (2013)
O infernauta pode estranhar as diversas críticas sobre esta produção independente no Boca do Inferno. Na verdade, ela fez parte do processo seletivo para a escolha de um novo crítico do site. Esta análise foi a que deu a vaga para Luana Damião, a partir do voto do público e do próprio diretor Carlos Junior. O texto foi publicado em janeiro.

Matadouro 2 (2013)

Thanatomorphose (2012)
Esta análise de Iam Godoy, publicada em 22 de novembro, trouxe uma ótima indicação para os fãs do gênero. Não apenas os infernautas, mas este vos que escreve também gostou da crítica e considerou esse terror de Éric Falardeau como o melhor do ano passado. Indigesto, extremo, chocante são alguns dos adjetivos deste filmaço canadense.

Corpo de jovem começa a apodrecer de dentro para fora.
Corpo de jovem começa a apodrecer de dentro para fora.

A Maldição de Chucky (2013)
Publicado em 26 de dezembro, esta crítica de Filipe Falcão sobre a nova empreitada do boneco assassino dividiu opiniões e foi a segunda análise mais visitada do site Boca do Inferno, com mais de 30 mil acessos, provando que Chucky tem um lugar especial entre os fãs do gênero.

A Maldição de Chucky (2013)

A Morte do Demônio (2013)
Se existe um campeão de comentários – com críticas e discordâncias – este troféu vai para o remake de A Morte do Demônio. Foram 78 comentários e mais de 40 mil acessos para uma produção que mexeu com a opinião por envolver um clássico absoluto do gênero. O fato dele ser bom – na minha opinião, claro – não quer dizer que ele ocupe o lugar do original, apenas foi realizado de forma interessante, sem desmerecer a existência da obra-prima.

A Morte do Demônio (2013) (3)

The Lords of Salem (2012)
Há quase um ano, Matheus Ferraz enfrentou a fúria dos visitantes do site ao apontar o novo filme de Rob Zombie como um novo clássico. Como muitos não concordaram com a avaliação, o autor foi xingado por todos os cantos, principalmente depois de dizer exatamente o oposto em relação À Profecia (de 76). É tudo questão de opinião e liberdade de expressão. O que seria de O Exorcista se todos gostassem apenas de O Exorcismo de Emily Rose?

The Lords of Salem (2013)

Encarnação do Demônio (2008)
Mais uma polêmica de Matheus Ferraz. Após escrever uma crítica ácida (ora, está na Boca do Inferno, a alcunha de Gregório de Matos) sobre o longa que trouxe o retorno de Zé do Caixão, o autor foi criticado e ofendido, trazendo a manifestação até mesmo do roteirista Dennison Ramalho, considerado pelo crítico como alguém que “se acha“. Particularmente, gosto bastante do filme e respeito a opinião daqueles que fazem parte do Boca do Inferno. Assim, jamais censuraria uma crítica – como um imbecil chegou a dizer que faria se estivesse no meu lugar, dizendo até que o site não é sério por conta disso -, até mesmo porque o objetivo principal é permitir a expressão, ainda que você não concorde. Não censurei a resposta do roteirista nos comentários, nem de qualquer pessoa que quisesse comentar a respeito, mas jamais excluiria a crítica do Matheus Ferraz, apontado como propositadamente polêmico, por conta disso. Também foi publicada uma outra análise sobre o filme, desta vez positiva, mostrando que cada um tem a sua opinião e deve ser respeitado.

Encarnação do Demônio (2008) (4)

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “Boca do Inferno: A Casa das 1000 Críticas

  • 29/04/2014 em 22:15
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    Recebe também o meu ” Parabéns ” e o meu ” Muito Obrigado ” , primeiramente por ser o principal e mais antigo site de Horror do nosso país , me deixar informado diariamente com as divulgações , artigos , críticas e notícias e etc ; com tudo isso fazendo com que o meu ” Fanatismo Macabro ” aumente cada vez mais .
    O Boca do Inferno não é só minha inspiração mais como de muita gente , e espero que o site seja que nem o famoso Jason Voorhees , que nunca morre !

    Resposta
  • 26/04/2014 em 02:31
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    Meus parabéns!!!
    Acompanho o Boca a mais de 10 anos (já até tentei ser colaborador, confesso) e posso afirmar que não é nenhum exagero o título desta matéria conter a frase o site de horror mais antigo e importante do Brasil!” Acho incrível como o gênero terror ainda mexe comigo. Incrível como eu, com quase 40 anos de idade, me vejo alugando o último filme do Brinquedo Assassino Chuck indicado pelo Boca do Inferno. Acho que terror é um vírus, exatamente como os que contaminaram os zumbis de Romero. E o site o espalha a quase 15 anos.

    Queria oficialmente agradecer o empenho de todos que contribuíram e ainda contribuem para que sejamos informados sobre o mundo sobrenatural e fantástico dos portões do Inferno!

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