“Caro Editor, Aqui é o Zodíaco Falando”
Uma pessoa racional, inteligente e meticulosa. É assim que a polícia descrevia um dos mais procurados e intrigantes assassinos da história dos Estados Unidos. Zodíaco, como se auto definiu, foi o algoz de cinco pessoas e dois sobreviventes em quatro ataques oficiais registrados entre os anos de 1968 e 1969, causando terror entre os moradores de uma pacata cidadezinha de Vallejo e San Francisco, no estado da Califórnia.
O filme O Zodíaco narra os acontecimentos entre o primeiro e o último ataque e não avança mais no tempo, mesmo que o matador tenha mantido contato com a imprensa e a polícia oficialmente até 1974. Então traçando uma linha cronológica, vamos acompanhar rapidamente a trajetória do maníaco conhecido como Zodíaco.
No dia 20 de dezembro de 1968, Betty Lou Jensen e David Faraday param seu carro na estrada perto do lago Herman para namorar, em seu primeiro encontro juntos e o primeiro da vida de Betty.
Pouco depois das 23 horas o Zodíaco estacionou seu carro atrás do casal e começou a atirar com uma pistola calibre 22: a primeira vítima foi o rapaz que levou um tiro na cabeça e a garota foi alvejada com cinco tiros pelas costas enquanto fugia do local. Minutos depois a policia foi acionada por uma mulher que passava por lá, mas nenhum indício que pudessem levantar suspeitos foi encontrado e a investigação trabalhou com a hipótese de um roubo frustrado.
Sete meses depois, em 4 de julho de 1969, em um estacionamento localizado a apenas alguns quilômetros do local do duplo homicídio, Darlene Ferrin e Michael Mageau também namoravam em um carro, quando um homem estacionou atrás do veículo e, utilizando uma lanterna para cegar o casal, disparou com uma pistola 9mm enquanto estavam sentados nos bancos da frente. Algumas horas mais tarde, o Zodíaco liga anonimamente para a polícia local reportando o crime e assume os créditos pelo crime anterior. Ferrin morreu a caminho do hospital, mas Mageau sobreviveu mesmo tendo sido baleado no rosto, pescoço e torso. Ferrin era popular por ter muitos namorados, apesar de ser casada, com isto a polícia fez uma lista de suspeitos, porém nunca houve evidências suficientes que ligassem o Zodíaco com um ex-namorado.
No dia 1º de agosto de 1969, Zodíaco envia sua primeira carta para os jornais Vallejo Times-Herald, San Francisco Chronicle e San Francisco Examiner. As três cópias da carta tomam crédito pelos homicídios, contando detalhes dos assassinatos para provar sua identidade. Cada carta também continha um terço de um criptograma com um total de 408 caracteres que foram publicados na primeira página dos jornais, como uma exigência do Zodíaco para que não matasse uma dúzia de pessoas naquele fim de semana.
Três dias depois, o San Francisco Examiner recebe mais uma carta do Zodíaco, onde revela o nome que seria conhecido. Tal carta continha mais detalhes sobre os crimes de sua autoria e foi uma resposta ao chefe de polícia de Vallejo, que pediu uma prova mais concreta do autor dos assassinatos.
No dia 8 de agosto de 1969, o casal de detetives amadores Donald e Bettye Harden decifram o código dos três criptogramas das cartas. Ao contrário do que o Zodíaco sugeria, o código não revela sou nome e apenas trata de seus objetivos: “Mato pessoas porque é muito mais divertido do que caçar na floresta. O Homem é o animal mais perigoso de todos e me proporciona uma experiência emocionante“, entre outras coisas, além de 18 caracteres aleatórios no final que não foram decifrados.
No dia 27 de setembro de 1969, Bryan Hartnell e Cecelia Shepard fazem piquenique às margens do lago Berryessa em uma pequena ilha nos arredores de Valejjo. Zodíaco, usando uma roupa preta de execução e um capuz, aproxima-se das vitimas com uma pistola e força Shepard a amarrar seu namorado, deitado de bruços e em seguida a amarra na mesma posição.
O Zodíaco esfaqueia o casal pelas costas, escreve na lateral do carro de Hartnell como uma forma de se identificar e liga para a polícia reportando o assassinato como anteriormente. Cecelia entra em coma e morre dois dias depois, mas Bryan consegue sobreviver aos ferimentos. A polícia estava tão confusa que até Ted Bundy, outro famoso serial killer, foi suspeito deste ataque.
Apenas duas semanas depois, em 11 de outubro de 1969, o Zodíaco pega um taxi dirigido por Paul Stine em San Francisco. Ao chegar no local, o Zodíaco executa Paul com um tiro de pistola 9mm na cabeça, pega a carteira, chaves e um pedaço da camisa de Paul para remover provas e impressões digitais. É quando acontece a melhor chance que a polícia já teve para capturar o assassino: o Zodíaco foge andando calmamente a pé quando é parado por uma viatura conduzida pelo oficial Don Fouke e Eric Zelms, a duas quadras do local do crime, perguntando sobre um suspeito negro (como erroneamente fora informado pela central) pelos arredores. O encontro não durou mais do que dez segundos e essa falha de comunicação custou a prisão do Zodíaco. Momentos mais tarde, com a informação correta, tentaram fazer uma busca pelo local, mas sem sucesso.
Três dias mais tarde, o Zodíaco entra em contato novamente com o San Francisco Chronicle. Na carta um pedaço da camisa ensangüentada de Paul Stine e uma declaração sobre seu desejo de atirar em um ônibus escolar e matar crianças.
Em 8 e 9 de novembro o Zodíaco envia respectivamente um criptograma com 340 caracteres e uma carta de sete páginas ao Chronicle onde afirma que falou por três minutos com os policiais na noite da morte de Paul Stine: a mensagem codificada nunca foi solucionada embora muitas supostas soluções tenham sido apresentadas, nenhuma delas foi considerada válida.
A partir daí muitas cartas foram enviadas em intervalos irregulares. Em uma das últimas, datada de 29 de janeiro de 1974, o Zodíaco considera O Exorcista como “a melhor comédia satírica que ele já viu” e, após mais três cartas no mesmo ano, desapareceu de vez. Algumas cartas foram enviadas em 1978, mas não ficou comprovado se eram mesmo do Zodíaco.
Foram investigados mais de 2500 suspeitos, mas nunca houve nenhuma prova que pudesse incriminar qualquer um deles, até o caso ser fechado oficialmente em 2004. O assassino sumiu e pode ainda estar vivo, enquanto o caso permanece sem solução. Entre os anos de 1990 e 1994, apareceu em Nova York um outro maníaco que imitava os passos do Zodíaco, matando três e ferindo cinco pessoas, mandando cartas para a polícia e pegando uma vítima de cada signo. Mas ele foi preso em 1996, julgado em 1998 e condenado a uma pena de 236 anos de prisão.
E dizem que não existe crime perfeito!!!!
E ainda dizem por ai que não existe crime perfeito!!!Um soco de direita nas autoridades norte-americanas!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc
Ainda tem o pânico ao anoitecer que é dos anos 70 também.
Erro meu!! O panico ao anoitecer é sobre outro assassino.
Ótimo artigo, parabéns. Nunca me interessei por esse criminoso, mas agora quero ver O Exorcista III (também pela vibe Chucky, até o Brad Dourif está lá!).