3.7
(10)

Às Vezes Eles Voltam
Original:Sometimes They Come Back
Ano:1991•País:EUA
Direção:Tom McLoughlin
Roteiro:Stephen King, Lawrence Konner, Mark Rosenthal
Produção:Michael S. Murphey
Elenco:Tim Matheson, Brooke Adams, Robert Rusler, Chris Demetral, Robert Hy Gorman, William Sanderson, Nicholas Sadler, Bentley Mitchum, Matt Nolan, Tasia Valenza, Chadd Nyerges

O argumento mais usado pelos detratores de Stephen King é de que o homem sempre escreve as mesmas histórias, mas isso não é completamente verdadeiro. O verdadeiro problema é que King adora reciclar os seus personagens. Quantas vezes você já viu o protagonista traumatizado pela morte de um irmão? Ou o menino que adora escrever histórias e acaba se tornando um escritor famoso quando adulto? E temos, acima de tudo, a cruel gangue de bullies de jaqueta de couro que adora infernizar os personagens principais. Isso vem desde Carrie, seu primeiro livro, passando por O Apanhador de Sonhos, Conta Comigo, It e, é claro, a epítome da gangue de valentões do além túmulo: Às Vezes Eles Voltam.

Baseado no conto homônimo do livro Sombras da Noite, este filme é o sonho molhado de qualquer menino que já apanhou na escola (categoria na qual se inclui este humilde resenhista), ao demonizar ao máximo a gangue de bullies, que dessa vez vem direto do inferno para aterrorizar a classe do professor Jim Norman (Tim Matheson) e sua família. Eles buscam vingança depois de terem morrido num incidente décadas antes (e, mais uma vez, nenhuma explicação para terem esperado tanto…) onde Jim, ainda criança (e interpretado por Zachary Ball) teve seu irmão Wayne (Chris Demetral) morto pelos punks.

Feito direto para a TV, Às Vezes Eles Voltam é um raro caso de adaptação de uma história curta de King que dá certo. Apesar da inclusão de um filho pequeno para Jim (inexistente no conto), o telefilme se salva por não tentar acrescentar drama demais à história simples. O que é um alívio quando lembramos de filmes como 1408, onde os roteiristas inventaram um drama familiar absolutamente forçado e dispensável para o protagonista, como se o horror em si não fosse suficiente para prender o espectador.

O núcleo familiar é interessante e os vilões, apesar de rasos, são muito bem interpretados, com destaque para Bentley Mitchum, que causa arrepios só com seu olhar gelado. Mas o melhor de tudo são as vítimas adolescentes, poucas, mas muito bem desenvolvidas. A apresentação do personagem de Matt Nolan é uma verdadeira aula para quem acha que é necessário uma hora de desenvolvimento para criar alguma empatia no roteiro: apenas com um diálogo, figurino e atuação adequadas, o personagem cativa completamente o público, fazendo sentir quando ele morre apenas alguns minutos depois.

O filme tem seus momentos bestas (a forma como os vilões não conseguem entrar na igreja é hilariante, e é curioso como eles pisam no cemitério sem problemas – embora também seja, tecnicamente, solo sagrado), mas faz algumas mudanças muito bem vindas, substituindo o final bobo do conto por algo menos improvável, embora proporcionalmente piegas, quando despejam todo o melodrama que seguraram o filme todo. Mas não se preocupe: o resto se sustenta tão bem que dá para perdoar o final Ghost: Do Outro Lado da Vida sem problemas.

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Média da classificação 3.7 / 5. Número de votos: 10

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10 Comentários

  1. Achei justamente o contrário em relação ao desfecho. Para mim o final do filme é bobo e piegas. Já no conto, não tem final pizza. No final o protagonista consegue expurgar as almas penadas a um custo muito alto pois invoca, através de um ritual retirado de um grimório, uma força do mal muito mais poderosa. Tal entidade elimina os fantasmas, mas deixa um porém, pois, mesmo quando o demônio invocado possa parecer ter ido embora, às vezes eles voltam.. Assim, no final, o título se refere à entidade negra conjurada pelo protagonista, coisa que o filme sequer considera, o que para mim enfraquece bastante a trama final.

  2. Desculpem pelo comentário, mas acredito que com o tempo que vocês já possuem este site e o trabalho em geral já deu pra aprender a lidar com críticas. Sendo assim, ai vai a minha:
    Todas as resenhas sobre filmes aqui são feitas por aguém que não gostou do filme, ou do autor da história do filme, ou do diretor do filme??

  3. sinceramente, alguns críticos da bdi precisam aprender a escrever melhor.
    cara faz uma crítica da msm forma que um fubeca narrando um filme num buteco de segunda categoria, usando termos totalmente maloqueiros. tenha dó. isso mancha o site.

  4. sinceramente, alguns críticos da bdi precisam aprender a escrever melho.
    cara faz uma crítica da msm forma que um fubeca narrando um filme num buteco de segunda categoria, usando termos totalmente maloqueiros. tenha dó. isso mancha o site.

    1. Se foi ironia(pelo ótimo vocabulário do texto só pode ter sido) vc deveria usar aspas.

  5. Um bom filme e uma boa adaptação do livro de Stephen King.

  6. Uma adaptação bacana do texto de King.
    Tudo saiu certinho.

  7. até gosto desse filme via muito na Band na sessão macabra…

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