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O personagem foi adaptado para o cinema duas vezes.
O personagem foi adaptado para o cinema duas vezes.
Monstro do Pântano: Raízes - Vol. 1
Original:Roots of the Swamp Thing
Ano:2013•País:EUA
Páginas:164• Autor:Editora: Panini

No final de 1970 dois autores de quadrinhos freelancers, o roteirista Len Wein (criador do Wolverine entre tantos outros personagens) e o artista Bernie Wrightson (Frankenstein, Batman: O Messias), se juntaram para a produção de uma pequena história de oito páginas para uma antologia de contos de terror publicada pela DC Comics. Ambos os autores vinham amargando dificuldades, tanto no mercado como pessoais e estavam no clima certo para este trabalho. Esta história mudaria a vida de ambos.

Em junho de 1971, chegava às bancas o número 92 de House of Secrets, trazendo pela primeira vez o personagem que viria a ser conhecido como o Monstro do Pântano (não era exatamente o Monstro que veio a ser mais conhecido, mas já chegaremos lá). O sucesso foi arrebatador. Como Wein diz na introdução que abre este volume “as cartas chegavam aos montes, trazendo emoções tão fortes quanto a história”. A DC logo percebeu que podia fazer dinheiro com aquele personagem e sugeriu aos dois autores que apresentassem um projeto para uma revista solo do personagem. Wein aceitou a proposta com relutância (eram os anos 70, tempos mais idealistas) e por fim acabou efetuando algumas alterações.

Assim, em outubro de 1972, nascia a revista Swamp Thing. A série mensal diferia do conto original pela época em que se passava (da era vitoriana, passamos para os tempos modernos) e o personagem não seria mais Alex Olsen, e sim Alec Holland, botânico que desenvolve uma fórmula biorrestauradora que pretende acabar com a fome no mundo e que logo atrai a atenção de uma organização interessada em lucrar com a ideia. Alec e sua esposa, Linda, são assassinados durante uma tentativa frustrada de extorsão e, após uma explosão em seu laboratório, Alec se atira no pântano onde renasceria mais tarde como o Monstro do Pântano.

O volume apresenta as primeiras aparições do elenco de apoio do Monstro que seriam tão importantes e sempre presentes nas fases posteriores do personagem: seu grande amor Abbigail Arcane Cable, o agente secreto Matty Cable, os não homens, o homem remendado, e o eterno inimigo e contraparte da criatura do pântano, Anton Arcane.

Wein carrega na carga dramática. O monstro é um ser mais humano que boa parte dos seus coadjuvantes, sofrendo a dor da morte de sua amada e a incompreensão de todos por onde quer que passe. Sendo sempre visto como uma ameaça, mas atuando como herói nos bastidores. O tom lembra muito as primeiras histórias do Surfista Prateado com roteiros de Stan Lee. Melancólico e amargo em certos momentos.

A arte de Wrightson, como sempre é impecável. O artista explora bem os altos contrastes em seus desenhos, criando o clima certo para algumas ótimas histórias de horror como nas famosas séries da EC Comics (Cripta do Terror) e nos filmes da Hammer. Seu Monstro do Pântano é ao mesmo tempo poderoso e frágil, suas criaturas são ameaçadoras e seus personagens humanos são reais, distantes da anatomia exagerada dos quadrinhos hoje em dia.

Monstro do Pântano: Raízes terá dois volumes, trazendo os treze números da série original com Wein à frente do título. Wrighston deixaria a revista após a décima edição e o título seria cancelado algumas edições mais tarde no número 24. Não há planos para mais encadernados com as 11 edições dos outros autores (David Michelinie e Gerry Conway e David Anthony Kraft respectivamente) que assumiram o título até seu cancelamento.

A Panini acertou ao optar por publicar este encadernado nos mesmos moldes da série Hellblazer: Origens, o que facilita o acesso a um público maior, desde os fãs de longa data aos que vieram a conhecer o personagem com o final de O Dia Mais Claro e o acompanha agora na revista Dark como um dos títulos mais bem sucedidos dos Novos 52 e também àqueles que conhecem o personagem de seus dois e obscuros filmes. Com lombada quadrada, capa cartonada com orelhas e em papel jornal, a edição ainda trás uma introdução de Len Wein, todas as capas originais e duas curtas biografias dos autores.

Leitura obrigatória para os fãs de uma boa história de horror, para os fãs da fase de Alan Moore no Monstro durante os anos 80 e para todos os adoradores do deus do Pântano, este parece ser uma espécie de laboratório onde a Panini está testando a popularidade do personagem para, quem sabe, nos brindar com a tão aguardada continuação da fase de Moore com o personagem da qual a finada Pixel lançou apenas um volume. Tomara!

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4 Comentários

  1. Ótima a resenha deste volume, parabéns !
    Infelizmente a Panini esta enrolada com o lançamento do segundo volume de ‘Raízes’, mas compensou os fans com o primeiro volume das histórias do Monstro do Pântano escritas por Alan Moore, aonde aparece pela primeira vez um certo mago safado…

    1. Pois é! Essa pendenga da aprovação da tal capa do segundo volume deverá servir de lição pra Panini parar de dividir encadernados americanos em dois!

  2. por favor, continuem postando novidades e artigos sobre HQs

    1. Valeu Danilo! Sempre que sair alguma novidade interessante eu vou tentar resenhar e botar aqui. Infelizmente, no meio de tanta coisa ruim, a gente tem que selecionar só o que vale a pena ser resenhado e divulgado. Continue comentando!
      Abraço!

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