I, zombie – Dead to the World (2011)

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Izombie (2011)

Original:I, zombie – Dead to the World
Ano:2011•País:EUA
Páginas:144• Autor:Editora: DC Comics

Responsável pelo lançamento de clássicos como Sandman, Monstro do Pântano, Hellblazer e Preacher – pra citar só os mais famosos – o selo Vertigo da DC foi criado para publicar trabalho autoral sob a tutela da editora, dona de Batman, Superman e companhia, sempre como sinal de qualidade, se não em todas as suas histórias, pelo menos nos autores envolvidos. A liberdade dada pelo selo permite lampejos de brilhantismo e novidade dentro do manjado cenário dos quadrinhos americanos.

I, zombie (ou iZombie) dá à modinha dos zumbis um frescor que deixa longe o cheiro de carne podre que as criaturas desmortas vem apresentando dentro da cultura pop.

Escrita por Chris Robertson (Superman, Cinderella) e ilustrada pelo gênio Mike Allred (Madman, Demolidor, X-Statix), iZombie conta a história de Gwen Dylan, uma bela coveira que trabalha em um cemitério ecologicamente correto e que na verdade é uma zumbi.

O fácil acesso aos mortos “frescos” permite que Gwen se esgueire durante a noite pelo cemitério onde trabalha para consumir cérebros recém-enterrados para se manter racional e não se tornar uma criatura como os zumbis clássicos de Romero. A desvantagem? Gwen absorve as memórias do defunto, o que faz com que se sinta na responsabilidade de solucionar as estranhas circunstâncias de suas mortes.

O primeiro encadernado traz cinco edições mais duas histórias curtas, e apresenta todos os personagens como os Corporis Fosforii, um grupo semelhante aos Templários, que ao longo dos séculos tem caçado monstros, até chegar a Eugene, Oregon – cidade onde se passa a história – na forma da dupla de agentes, Diógenes e Horatio, pelo qual Gwen tem uma quedinha.

Izombie (2011) (2)

Robertson e Allred pegam todo o bestiário da cultura pop e atualizam, dando uma roupagem moderna como o título iZombie sugere. Temos a distraída fantasma Ellie, morta por um ônibus nos anos 60 e que é a melhor amiga de Gwen; o “terrier-somemScott, nerd apaixonado por Gwen e que nas noites de lua-cheia se transforma em uma criatura meio homem, meio terrier; uma gangue de vampiras donas de um campo de paintball e uma múmia elegante e detentora de conhecimento de vidas passadas, que é a chave para os mistérios envolvendo Gwen.

Toda a mitologia criada pelos autores na série se baseia em dois conceitos: a alma superior, sentada no cérebro e que contém memórias, pensamentos e personalidades; e a alma inferior, assentada no coração, que contém apetites, vontades e desejos. Fantasmas são almas superiores sem corpo, poltergeists são almas inferiores sem corpo, zumbis são corpos sem almas superiores, vampiros são almas inferiores infectando corpos vivos, e assim sucessivamente. Um conceito muito bem elaborado, criado com ideias de outros autores e que funcionam muito bem quando juntas dentro da história.

Apesar do sobrenatural que é o fio condutor de toda a trama, iZombie não é propriamente uma historia de horror e funciona mais como uma comédia sobre comportamentos com um senso-de-humor leve e agradável. Talvez por isso, a série foi escolhida para ser adaptada para a TV pelo canal CW – responsável por Arrow e Smallville – por Rob Thomas e Diane Ruggiero, criadores da série Veronica Mars. A adaptação tem tudo para dar certo, caso acertem o tom no drama adolescente. Seria um desperdício ver uma HQ tão boa ser mal adaptada para a TV por produtores que não entendem nada de quadrinhos, apenas de números e audiência.

Apesar do sucesso do tema “zumbis” por aqui, ainda não há previsão de lançamento da série no Brasil.

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Rodrigo Ramos

Designer por formação e apaixonado por HQs e Cinema de Horror desde pequeno. Ao contrário do que parece ele é um sujeito normal... a não ser quando é Lua Cheia. Contato: rodrigoramos@bocadoinferno.com.br

3 thoughts on “I, zombie – Dead to the World (2011)

  • 30/04/2014 em 00:40
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    Eu estou obcecadamente ansioso por essa série, é uma pena que mudaram os nomes dos personagens, mas espero que seja boa.

    Resposta
    • 20/05/2014 em 13:46
      Permalink

      Particularmente não gostei das adaptações. Essa é uma das minhas séries em quadrinhos favoritas atualmente. Não entendi o motivo do novo nome, nem o porquê dos novos personagens. Eu queria muito ver o ‘terrierzomem’ na série!

      Resposta

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