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Anjos da Noite 2 (2006)

Anjos da Noite - A Evolução
Original:Underworld: Evolution
Ano:2006•País:EUA
Direção:Len Wiseman
Roteiro:Len Wiseman, Danny McBride
Produção:David Coatsworth, Gary Lucchesi, Tom Rosenberg, Richard S. Wright
Elenco:Kate Beckinsale, Scott Speedman, Bill Nighy, Tony Curran, Derek Jacobi, Steven Mackintosh, Shane Brolly, Brian Steele, Zita Görög, Michael Sheen, Sophia Myles, Richard Cetrone

Assistir a filmes na estreia traz a vantagem de acompanhar a reação de um público que é formado, na sua maioria, por admiradores do gênero ou que estava aguardando a exibição da película por algum motivo especial. E se o tal filme não consegue entreter este público é sinal de que dificilmente agradará as demais pessoas que se aventurarem a comprar o ingresso. E foi essa reação negativa que foi observada na estreia de Anjos da Noite – Evolução (Underworld: Evolution, 2006), que aconteceu no último dia 17, onde havia um público atônico que parecia não entender o que estava sendo mostrado na tela e se admirava apenas com os efeitos especiais.

A história do primeiro episódio era até interessante ao narrar, nos tempos atuais, o conflito milenar entre vampiros e lobisomens (ou como são batizados no filmes, os lycans). Na trama, conhecemos a bebedora de sangue Selene (Kate Beckinsale), que após um violento confronto desconfia que os lycans estavam desenvolvendo um plano para exterminar os vampiros. Tal projeto consistia em criar um ser híbrido das duas raças e que desta forma seria indestrutível.

Anjos da Noite 2 (2006) (1)

O filme, que teve um orçamento de US$ 23 milhões, faturando o dobro, teve a intenção de trazer sangue novo para as produções envolvendo vampiros, mas esbarrou em um roteiro confuso, além do excesso na produção visual que, na intenção de criar um ambiente gótico, ficou parecendo (era quase idêntico na verdade) com os filmes da trilogia Matrix, onde todos os personagens usam roupas de couro preto, as sequências de luta são verdadeiros balés e a iluminação parece de boate. Mas como a matemática de muitos efeitos especiais somados com cenas de ação supera a questão de um bom roteiro, o filme fez sucesso de público e ponto final.

Três anos depois, com um orçamento de US$ 50 milhões, foi produzida então a sequência Anjos da Noite – Evolução, que possui tudo que o primeiro tinha, mas em excesso. Traduzindo: o filme tenta se apoiar exclusivamente na sua ambientação gótica sombria. Claro que tal característica soaria perfeita para um filme do gênero, mas no caso de Anjos da Noite – Evolução, ela é usada ao extremo, o que faz parecer que na verdade se esteja assistindo a um vídeo game ou clip musical baseado no universo Matrix. A quantidade de imagens pretas com luzes brancas que piscam sem parar ocupa quase 100% do filme. E pior, tal excesso não possui nenhum propósito.

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E se o roteiro do primeiro filme já não era grande coisa, nesta segunda aventura, além da fraca, a trama é extremamente complicada. Vamos lá. No meio da guerra noturna entre vampiros e lycans, reencontramos Selene, que está agora à procura do rei dos vampiros, na intenção de negociar por sua vida. Enquanto isso, o híbrido Michael (sim, no final do primeiro filme é criado o tal ser) se apaixona pela vampira e deseja ajudar a moça em sua jornada. Lá pelas tantas, Selene acaba sendo atacada por um vampirão e assim descobre que foi traída por sua família. A imortal vai então pesquisar sobre a origem dos seus ancestrais para entender o real motivo da guerra secular entre as espécies.

A reação de grande parte da plateia na sessão de estreia era de estar sem entender o que estava sendo mostrado na tela, com constantes perguntas do tipo: ela não estava fazendo isso? Eles não eram amigos? São parentes? Meu Deus, que cena fantástica!!! Ohhhhh!!!!! Quem foi que morreu mesmo? Essas interrogações de parte da audiência levantam ainda mais a questão do roteiro fraco, que neste caso, foi escrito com intenção de ser profundo e complexo. Resultado: ficou confuso. Não que fãs do gênero sejam burros, mas realmente em Anjos da Noite – Evolução, tudo poderia ser mostrado de forma simples, mas foi transformado pelos seus criadores em uma trama complicada.

O roteiro foi assinado pelo mesmo time responsável pelo primeiro filme, Danny McBride e Len Wiseman, que também são os produtores, enquanto Wiseman ocupou o cargo de diretor nos dois longas. Ele já havia sido assistente de produção de Independence Day (1996) e Stargate (1994), o que lhe confere um certo conhecimento deste tipo de filme no que diz respeito a conceito criativo. No caso de Anjos da Noite isso significa cenários gigantescos e detalhados, além de sequências bem conduzidas de luta e perseguição.

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Do elenco não se tem muito o que falar além do óbvio. A inglesa Kate Beckinsale (Van Helsing, 2004) faz novamente o papel da vampira sexy Selene, com o mesmo look de uma Trinity bebedora de sangue. Ela corre, grita, ataca, como está escrito no roteiro, ou seja, nada de excepcional. Vale lembrar que após trabalharem juntos no primeiro filme, ela e o diretor Wiseman se casaram. O também inglês Scott Speedman (A Face Oculta da Lei, 2002) faz a criatura híbrida, também sem maiores destaques. Serão os veteranos Bill Nighy (Piratas do Caribe 2) e Derek Jacobi (Nanny McPhee, 2005), quem se esforçam para fazer interpretações diferenciadas do trivial e quando seus personagens surgem em cena, há um crescimento do filme.

Apesar de todos os defeitos, Anjos da Noite – Evolução já faturou aproximadamente US$ 100 milhões ao redor do mundo, o que deve servir como sinal verde para o início da produção de um terceiro episódio do conflito milenar entre vampiros e lycans. Isso mesmo, os produtores anunciaram, durante as filmagens deste segundo filme, que a intenção era de fazer uma terceira parte logo em seguida. Espera-se que, além de efeitos e ambientação gótica em excesso, Anjos da Noite 3 tenha também o que mais faltou nos seus antecessores: um roteiro consistente e claro.

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2 Comentários

  1. Eu sempre acho esse mais divertido que o primeiro (o que não é uma grande coisa), as cenas de ação e os efeitos especiais são ótimos.O que para esse tipo de filme já basta.

  2. Achei injusto só 2 míseras caveiras. Já vi muito filmeco de quinta categoria, ganhando muito mais aqui. Mais enfim, gosto é gosto. Como fã da franquia, talvez tenha me deixado levar pela exuberante beleza da Kate Beckinsale. Mas achei o filme muito bom.

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