Um Lobisomem Mexicano no Texas
Original:Mexican Werewolf in Texas
Ano:2005•País:EUA Direção:Scott Maginnis Roteiro:Scott Maginnis Produção:Courtney DuBois Elenco:Erika Fay, Gabriel Gutierrez, Michael Carreo, Martine Hughes, Sara Erikson, Louie Cruz Beltran, Mark Halvorson |
Umas das razões que levaram John Landis a desenvolver e nomear sua obra-prima como Um Lobisomem Americano em Londres é a referência ao modo como os estrangeiros são recebidos em suas viagens turísticas. Há inúmeros exemplares cinematográficos que mostram essa relação conturbada do visitante a um vilarejo misterioso e hostil, com a língua servindo com um exemplo tênue dessas dificuldades. No clássico, Landis foi ainda mais específico ao mostrar as diferenças mais contundentes entre americanos e ingleses, algo que Simon Pegg e Nick Frost também fariam depois na comédia Paul, O Alien Fugitivo (2011). Em ambos os casos as criaturas servem como metáfora do modo como o “estranho” se sente numa terra distante da sua. Na continuação, Um Lobisomem Americano em Paris, muito se perdeu dessa crítica social, embora ela esteja lá, desta vez na diferença Estados Unidos e França, na festa que os lobisomens criaram exclusivamente para se alimentar de americanos.
Também bebem dessa fonte O Albergue (2004), de Eli Roth, e até Turistas (2006). Um ano antes deste último viria uma versão trash, simbolizando o preconceito que muitos americanos têm com os mexicanos na pele de um Chupacabra, criatura mítica que faz parte das tradições culturais de Porto Rico, do México e até mesmo do Brasil. Mas, não se engane pelas intenções: o filme é pior do que exame retal.
Na “capital mundial das cabras“, Furlough, também conhecida como “o lugar onde nada acontece“, um monstro anda rondando a região. Cabras, cães e humanos são encontrados sem sangue algum, o que faz com que alguns acreditem que se trate de um Chupacabra. Anna (Erika Fay) está desesperada para sair dali em busca de uma vida melhor na cidade grande. É ela quem narra os acontecimentos apresentando os principais moradores do local, seus pais preconceituosos – Brad (Mark Halvorson) e Carol (Leslie Marshall) – que não aceitam o namoro da garota com o mexicano Miguel (Gabriel Gutierrez), e suas amigas Rosie (Martine Hughes) e a insuportável Jill (Sara Erikson), uma das piores personagens já mostradas num filme do gênero.
Com o ataque da criatura cada vez mais intenso – com efeitos práticos, mas em cenas rápidas e confusas – os jovens entram em contato com um especialista em Chupacabras e planejam um meio de exterminar a fera, cada vez mais ousada e voraz. O pai da protagonista resolve se livrar de Miguel, utilizando uma fantasia de chupacabra (!!!), o que rende uma série de cenas horrorosas e momentos inconvenientes para qualquer fã do gênero se sentir motivado a fazer outra coisa melhor.
Como você deve ter notado, Um Lobisomem Mericano no Texas não tem lobisomem. Não há maldição da lua, transformação, bala de prata ou qualquer relação com o personagem clássico das histórias de terror. Ainda assim alguns personagens chamam a criatura de lobisomem, dizem que ela só aparece nas noites de Lua Cheia e tal, numa forma de atrair os fãs do gênero e conectá-los ao clássico de John Landis. Trata-se de uma das várias picaretagens do cinema, como você já está acostumado a ler no Boca do Inferno.
Tudo é ruim e não funciona no filme. A fotografia de Matthew J. Siegel é típica de uma produção pornô com aquela iluminação falsa e aspecto de produção para a TV. O elenco é extremamente amador e inexpressivo, com os personagens nem se importando com a perda de parentes para a criatura e aguardando as “deixas” para falar seus diálogos decorados e inverossímeis. Só há dois pontos positivos neste crime cometido por Scott Maginnis: um está na narração da personagem Anna, que torna tudo menos insuportável; o outro está na duração do filme, com apenas 1h28 minutos, mas que parecem durar o tempo da trilogia Senhor dos Anéis versão estendida.
Cara, você não entendeu! O filme é ruim de propósito e um clássico da cinematogria trash. Impossível não dar gargalhadas com o 🐺 perplexo com os peitos da menina.
Já vi e até me diverti por ser bastante mal feito. É nítido a fantasia do chupa-cabras/lobisomem.
Toda vez que eu via esse filme na locadora eu sabia que ele era ruim, felizmente nunca aluguei.
Eu também fiz o mesmo. kk