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Um Sonho de Liberdade (1994) (2)

Um Sonho de Liberdade
Original:The Shawshank Redemption
Ano:1994•País:EUA
Direção:Frank Darabont
Roteiro:Frank Darabont, Stephen King
Produção:Niki Marvin
Elenco:Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, William Sadler, Clancy Brown, Gil Bellows, Mark Rolston, James Whitmore, Jeffrey DeMunn, Larry Brandenburg, Neil Giuntoli

Esperança. Esse conceito move a trama de Um Sonho de Liberdade, obra-prima de Frank Darabont baseada na novela Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank, publicada na coletânea Quatro Estações de 1982, do escritor Stephen King. E podemos dizer que esse conceito não somente é a força motriz da trama, mas como da vida de todos nós. Dessa maneira, sendo uma narrativa quase universal, é ao mesmo tempo estranho que Um Sonho de Liberdade tenha ido tão mal nas bilheterias e depois disso se tornado o líder de vendas em VHS no ano de 1995, estando atualmente na primeira posição do ranking do IMDB, posição mais do que merecida, embora polêmica. O filme escrito e dirigido por Darabont aposta em um roteiro amarrado, que merece palmas por não ter deixado nenhuma ponta solta ao trabalhar com tantos detalhes na trama e conseguir ainda assim um resultado bastante coeso.

O enredo acompanha a jornada de Andy Dufresne (Tim Robbins), um bem-sucedido bancário que é acusado e sentenciado à prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e do amante dela, com pena a ser cumprida na penitenciária de Shawshank. Dufresne sofre o diabo na cadeia, principalmente pelas mãos de Bogs (Mark Rolston, de Aliens – O Resgate), mas encontra no seu jeito sereno e meticuloso uma maneira de se aproximar dos guardas e do diretor da cadeia (Bob Gunton) e dos prisioneiros, principalmente de Red (Morgan Freeman, fabuloso), um condenado que consegue contrabandear coisas de fora da cadeia, como cigarros e bebidas. Juntos, Dufresne e Red desenvolvem uma grande amizade que cresce conforme os anos (e décadas) se passam em Shawshank.

Um Sonho de Liberdade (1994) (1)

Produzido a partir de um material de primeira, Darabont mostrou aqui porque viria a ser conhecido como o melhor diretor quando se fala em adaptações de Stephen King. Darabont ainda consegue extrair ótimas atuações do elenco que interpreta os prisioneiros, principalmente do veterano ator James Whitmore, que chama atenção à parte ao atuar como Brooks, um simpático preso que descobre que a realidade exterior pode ser mais assustadora e claustrofóbica do que as paredes da prisão, num dos melhores e mais tocantes momentos do longa. Por falar em atuações, a dupla principal de atores trabalha numa sintonia perfeita para que a trama funcione. Tim Robbins emprega aqui um tom sempre baixo no falar, com a boca meio fechada, o que sugere sua serenidade e paciência nos anos que vive na prisão. Já Morgan Freeman se emociona (e emociona) com sua narração em voice over que guia todo o filme.

Além de ótimas atuações e um desfecho perfeito e imprevisível, Um Sonho de Liberdade também não deixa de incitar reflexões no espectador, como ao questionar o sistema prisional americano; ao abordar um termo pouco usado – o do prisioneiro “institucionalizado” que encontra dificuldades no ambiente externo após décadas trancafiado em uma rotina de cadeia – e ao questionar até que ponto (ou em que ponto) o sistema penitenciário é capaz de recuperar alguém, quando o mesmo é parte de um sistema corrupto, violento e desinteressado.

Um Sonho de Liberdade (1994) (3)

Mais do que isso, no entanto, a direção de Darabont é hábil o suficiente ao retratar o duro cotidiano carcerário com um misto de realismo e sensibilidade, deixando claro que se trata de um filme. Mas isso não é demérito, mas sim, a confirmação de que às vezes Hollywood precisa ser menos cínica, o que aqui resultou em um conto belíssimo de amizade, esperança e redenção.

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7 Comentários

  1. Filme simplesmente perfeito. Quando eu penso nos melhores filmes que assisti em minha vida, Sonho de Liberdade sempre aparece nos 5 primeiros. Absurdo não ter vencido o Oscar de melhor filme, perdendo para o superestimado Forrest Gump.

  2. Ótimo texto sobre o filme, mas a foto do buraco na parede é um puta spoiler!

  3. Acho esse filme fantástico, Darabont sempre acerta quando se trata de adaptações do mestre do horror (mesmo quando é drama) Rs.

  4. Filme nota 10, não esperava uma critica dele no Boca do Inferno, parabéns. Agora só falta falar de A Espera de Um Milagre.

  5. Não há nada mais a acrescentar sobre esse filmaço, pois sua analise sobre ele foi perfeita.

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