Penny Dreadful - 2ª Temporada
Original:Penny Dreadful - 2ª Season
Ano:2015•País:EUA, Irlanda, UK Direção:James Hawes Roteiro:John Logan Produção:James Flynn, Sheila Hockin, Morgan O'Sullivan Elenco:Reeve Carney, Timothy Dalton, Eva Green, Rory Kinnear, Helen McCrory, Billie Piper, Simon Russell Beale, Danny Sapani, Harry Treadaway, Josh Hartnett, Douglas Hodge, Sarah Greene, David Haig |
Surgida como um sopro de novidade e esperança em meio a uma nova e intensa safra de produções para a TV envolvendo o gênero fantástico e, sendo mais específico, o terror, Penny Dreadful agradou críticos e espectadores com sua trama gótica que, ao mesmo tempo em que resgatava personagens clássicos da literatura, ousava com muitas cenas de sexo, possessão e demônios. Mesmo um tanto quanto imperfeita, a primeira temporada conquistou uma legião de fãs e deixou todos ansiosos pelo que viria a seguir.
A segunda temporada começa com um ótimo episódio, que prometia inúmeras situações interessantes, que poderiam tornar este segundo ano muito melhor que o primeiro, estabelecendo de vez Penny Dreadful como um clássico das séries de TV do gênero. Porém, toda a expectativa gerada em torno de novos inimigos que poderiam superar Drácula e sua legião de vampiros, a investigação envolvendo os crimes de Sr. Ethan Chandler (Josh Hartnett) e o triângulo amoroso entre Frankenstein (Harry Treadaway) e suas criaturas, são novamente deixados em segundo plano para novamente acompanharmos o já saturado passado de Vanessa Ives (Eva Green).
Independente da personagem de Eva Green ser o elo entre os personagens e protagonista da trama, é frustrante ver tantas boas histórias envolvendo seus coadjuvantes sendo mal exploradas para acompanharmos o constante e, por vezes, tedioso drama envolvendo Srta. Ives e o demônio. Quando colocado sob os holofotes com tanta intensidade, esta trama, inclusive, soa forçada e não convence. Afinal, por qual razão o demônio se daria a tal trabalho apenas para ter Srta. Ives como esposa? Além de ela ser a Eva Green, claro.
Outra trama tristemente desperdiçada nesta temporada envolve o triângulo amoroso entre Victor Frankenstein e suas criaturas, que resulta em um dos piores momentos da série até agora. A criatura (Rory Knear), que passou a temporada anterior inteira provocando Victor para que lhe criasse uma companheira, quando obtém o que queria, passa o tempo todo trabalhando em um suspeito museu de cera e enfurnado nos subterrâneos de Londres vivendo com mendigos da assistência de jovens senhoras ricas e caridosas, deixado espaço para que Victor se envolva com a ressuscitada Brona Croft (Billie Piper), que agora atende pelo singelo nome de Lilly.
A ameaça prometida no primeiro episódio, fazendo referências à língua falada pelo demônio, não passa de uma trupe de bruxas que servem a Satã em troca da imortalidade e juventude eterna. O que sugeria um confronto com o próprio Lúcifer, a princípio, resulta em moças nuas cheias de cicatrizes bizarras circulando pela tela fazendo caras e bocas. O confronto final entre os nossos heróis e as servas do capeta não é nada além de anticlimático.
Desta trama principal, o único proveito que podemos tirar é Ferdinand Lyle (Simon Russell Beale), um divertido personagem coadjuvante que se envolve nos planos de Evelyn Poole (Helen McCrory), a rainha das bruxas, e rouba a cena toda à vez em que aparece.
Por outro lado, o arco envolvendo Ethan e sua maldição como lobisomem foi o mais interessante da temporada. Pudemos ver como isso afeta sua vida e as consequências dos seus atos, que o colocaram na mira da Scottland Yard e de caçadores de recompensa enviados por seu pai. Também foi interessante vermos sua amizade com Sambene (Danny Sapane), outro bom personagem que acaba desperdiçado na série junto de Dorian Gray (Reeve Carney), finalmente retornando ao seu posto como um dos protagonistas da série – depois de seu apelativo romance com um travesti que soou bastante aleatório dentro da temporada – deixando no ar a ideia de que ele será um dos vilões do terceiro ano. Se isso acontecer, os ganchos de Grey e o de Ethan, sem dúvidas, foram os mais promissores deste season finale.
Com uma produção impecável e um elenco de primeira, Penny Dreadful comete o imperdoável e peca no principal, a história. Tantos personagens clássicos com backgrounds riquíssimos são desperdiçados em situações absurdas e maneirismos de roteiro que não levam a história a lugar nenhum. Sobram-nos apenas pequenos vislumbres do que a série poder ia vir a ser se se empenhasse tanto no texto quanto se empenha em criar cenas belíssimas. Resta esperarmos e torcer para que Penny Dreadful assuma de vez o seu lugar como uma das melhores séries de horror de todos os tempos.
Sou fã da série, daquelas que tem wallpaper no computador e fica divagando sobre, mas concordo em tudo que você colocou, o problema dos problemas em PD é essa irritante espera suspensa no ar de que as coisas vão ter alguma ação! Eles embromam de mais! Achei um desperdício o Sambene morrer, ele era o personagem mais equilibrado, sempre com alguma palavra para o momento certo. As bruxas poderiam ter sido bem melhor utilizadas. Acho Dorian irritante, sempre com aquela cara de Don Juan de quinta, a última cocada do deserto, da vontade de dar um soco na cara dele. O triangulo do Doutor com suas criaturas é incomoda, me lembra aqueles romancezinhos proibidos de pré-adolescentes. Adorei o Ferdinand e o destaque dado a ele.
O que sustenta a trama é o elenco “principal”, curiosidade sobre a história de Lucifer e o Lupus Dei.
Só espero que a terceira seja melhor, pois estou pondo minha fé no Drácula que sempre foi meu personagem favorito desde criança.
Muito boa sua crítica!
Mano, sim. Não aguento aquele cabelo alisado do Dorian.
Crítica bacana e objetiva. Porém uma coisa é certa: EVA GREEN rouba e roubará todas as cenas! Colírio total para os olhos e a alma!
Obrigado pelas palavras! E de fato… Eva Green… <3
Concordo plenamente. Eva Green é fantástica!
Que merda de critica idiota! Discernimento? Faz me rir! Você devia usar seu discernimento para escrever sobre filmes como A Forca e Demônio(deve ser mais a sua praia). A única coisa que se aproveita é quando fala de Sambene, o resto é pura falta de gosto e fantasia adolescente.
“Excelentes” argumentos…
Deixa eu adivinhar… Você é fã da série?
A série poderia e deveria ser excepcional, mas é triste como ideias boas são mal aproveitadas. Penny Dreadful se aproximou demais das publicações que lhe deram título, decidiu dar mais espaço para o grotesco e se esqueceu do enredo. O que de fato salva a série é o elenco principal, primoroso e cativante, eles sim seguraram a onda. Gostei da crítica, foi honesta e elaborada por alguém que certamente tem bagagem e conhecimento.
Obrigado Edson!
É impossível agradar a todos… Nem as séries conseguem… nem os críticos! 😀
Oras.. a primeira crítica que vejo, mostrando os erros da temporada, parabéns! Sambene foi um dos maiores desperdícios da série, queria tanto saber mais sobre o personagem. Ao que parece Ethan não voltará para a serie, já anunciaram a entrada de um novo personagem.
Sério? Estou por fora!
Como vão continuar sem um dos personagens principais? Sem falar que ele não teve o seu arco concluído na série até agora!
Pior critica já feita, parece que quem escreveu não se deu ao trabalho de ver a serie até ao final.
Não se engane! Vi a série inteira! Uma das minhas favoritas no ar hoje em dia. Só não deixei o discernimento de lado! Recomendo! 😉
Finalmente encontrei alguma crítica sã onde apontam como esse foco na Vanessa Ives enche a paciência! Nem terminei de assistir a 2ª temporada por causa disso, eles deixam os personagens de lado pra ficar focando nela e sua história que ficou chata.
E tem personagem bom demais! Mas fico imaginando como é o contrato da Eva… Será que exige que ela seja o foco principal? Seria um desperdício!
Com certeza a primeira temporada foi melhor. A segunda ficou naquela que “ia decolar”, o que não ocorreu. Vamos esperar a terceira …