Ex-Machina: Instinto Artificial
Original:Ex Machina
Ano:2015•País:EUA, UK Direção:Alex Garland Roteiro:Alex Garland Produção:Andrew Macdonald, Allon Reich Elenco:Alicia Vikander, Domhnall Gleeson, Oscar Isaac, Corey Johnson, Sonoya Mizuno, Claire Selby, Symara A. Templeman, Elina Alminas |
Ao mesmo tempo em que as tecnologias avançam dia a dia, preenchendo nossas vidas com gadgets “indispensáveis” e descobrindo água em Marte, também segue nos afastando, dissocializando. Talvez por isso, há muito tempo não víamos uma safra tão prolífica de ficções científicas no cinema. O mais recente e interessante produto desta safra é Ex-Machina: Instinto Artificial, primeiro filme como diretor de Alex Garland, roteirista de filmes como A Praia e Extermínio.
No filme, o jovem programador Caleb (Domhnall Gleeson, de Harry Potter e As Relíquias da Morte) recebe a oportunidade de passar uma semana na mansão de seu patrão, Nathan (Oscar Isaac, o Apocalipse no próximo filme dos X-Men), o excêntrico CEO da Blue Book, a maior companhia de internet do mundo. Ao chegar à mansão isolada no meio de florestas e montanhas, Caleb descobre que sua visita não é meramente social; Caleb irá participar de um teste de Turing. Um teste conduzido para verificar o sucesso na criação de uma inteligência artificial. Caleb é então apresentado a AVA (Alicia Vikander, de O Agente da U.N.C.L.E.), um robô criado por Nathan, e deverá dar o veredito da existência ou não de uma consciência na máquina.
Ex-Machina não possui uma história muito original. Mary Shelley já nos alertou sobre os perigos de se brincar de Deus em seu livro Frankenstein, a primeira ficção científica da história, em 1818. Muito antes disso, na Grécia antiga, Prometeu já sabia dos perigos de se roubar o fogo dos deuses. Ao contrário, Ex-Machina atualiza estes conceitos facilmente reconhecíveis para os tempos modernos. Victor Frankenstein aqui é o CEO de uma companhia equivalente ao Google, suas ferramentas invadem a privacidade dos usuários com o consentimento dos fabricantes de celulares e parece não se importar com suas conquistas e criações, cansando-se delas rapidamente e buscando sempre uma inovação que supere a anterior. E quais serão as consequências por enganar o Olimpo?
Alex Garland está ótimo em seu debut como diretor. Seus enquadramentos e fotografia são belíssimos, escondendo e mostrando tudo na medida certa para o avanço da história. Os cenários e a trilha sonora reforçam o contraste entre o natural e o artificial, debate central do filme, e o isolamento forçado por todo nosso avanço tecnológico. O trio de protagonistas é competentíssimo, com destaque para Oscar Isaac, que cria um personagem ameaçador e de grande presença, mesmo quando não está em cena. Alicia Vikander também entrega uma robô cativante e sensual, com movimentos e tons de voz milimetricamente calculados. Domhnall Gleeson possui o papel menos interessante e entrega o convencional mocinho inocente e idealista.
Tendo recebido pouca atenção quando passou nos cinemas por aqui, Ex-Machina: Instinto Artificial é uma excelente pedida para os fãs de ficção científica, apesar de seu desfecho um pouco previsível. O que importa aqui é a discussão, mesmo que os conceitos apresentados sejam apenas uma versão Apple 2.0 de mitos tão antigos quanto a capacidade humana de se contar histórias.
Bom filme.
Gostei bastante do filme. O roteiro apresenta uma ideia nova.
Merece ser visto.
4 caveiras!
Merecia Melhor Roteiro mais do que Spotlight, mas aí tinha Divertida Mente no pacote então não dava pra levar…