In Memorium
Original:In Memorium
Ano:2005•País:EUA Direção:Amanda Gusack Roteiro:Amanda Gusack Produção:Lydia Cedrone, Meredith Freeman Elenco:Erik McDowell, Johanna Watts, Levi Powell, Mary Portser, Doris Weldon |
Antes do você conhecer o pesadelo de poucos recursos de Katie e Micah, em Atividade Paranormal (2007), e passar a ser atacado por todo tipo de besta sobrenatural no subgênero found footage, seria mais interessante testemunhar o horror vivido por Dennis (Erik McDowell). Interessante porque serviu de inspiração clara para Oren Peli fazer fortuna, até mais do que os longas anteriores como a Bruxa de Blair, por exemplo, mas sem o mesmo charme ou a força de seu conteúdo. É curioso perceber o quanto havia, nos primórdios do estilo, uma real preocupação com o uso da câmera a todo momento, antes dele virar o samba do crioulo possuído.
Quando Michael Keaton estava em estado terminal em Minha Vida (My Life, 1993), sem se preocupar com as estatuetas do Oscar, ele teve a ideia de registrar em vídeo seus últimos momentos, como lições para seu futuro filho. Dennis não teve a mesma intenção, até mesmo por conta da motivação familiar, apenas quis deixar guardado o material filmado como registro de suas memórias. Com câncer nos ossos das pernas e braços, já evoluído para pequenos tumores no pulmão, ele sabe que tem apenas alguns meses para aproveitar com a namorada Lily (Johanna Watts) e tentar, de repente, fazê-la reatar a amizade com seu cunhado Frank (Levi Powell). Poderia tentar viagens pelo mundo e mil loucuras jamais realizadas, mas ele prefere comprar câmeras e colocá-las por todos os cômodos da residência onde estão vivendo de aluguel.
Os relatos da parte final de sua jornada entre os vivos são deixados de lado, quando o rapaz descobre numa das filmagens um vulto feminino num ambiente. Acionada pelo sensor de movimento, a câmera grava, com algumas interferências, a figura fantasmagórica numa cadeira de balanço até se movimentar em direção à lente. Se isso não fosse suficiente para uma fuga pela direita, o casal desconfia que a mulher possa ser uma antiga moradora do local, devido aos escritos de um diário, na sugestão da proprietária Sra.Sporec (Mary Portser). No entanto, os intentos da assombração vão além de um simples susto ou pedido de ajuda, evidenciando uma possível vingança familiar.
Com direção e roteiro de Amanda Gusack (de O Cativeiro, 2008), que também é dona da casa onde se passa o filme, o longa deixa de herança para a franquia Atividade Paranormal algumas ideias como a do fantasma na piscina e no trancar das portas. Como os recursos são ainda mais modestos, há pouca “atividade” acontecendo, além dos vultos, com o enredo cultivando mais o desenvolvimento das personagens do que causar sustos, o que determina o seu caráter obscuro. Um pouco mais de ousadia, efeitos de maquiagem mais convincentes na deterioração do rapaz, e uma escolha de elenco melhor – Levi Powell é simplesmente péssimo ator -, In Memorium tinha tudo para ocupar um papel de destaque no subgênero found footage. Ao contrário, serve apenas como curiosidade para saber como se desenvolveu a fórmula.
Curto, mas lento em sua narrativa, dificilmente ficará muito tempo na sua memória. E a herança deixada será pouco conhecida.