Violência Gratuita
Original:Funny Games
Ano:2007•País:EUA, França, UK, Áustria, Alemanha, Itália Direção:Michael Haneke Roteiro:Michael Haneke Produção:Christian Baute, Chris Coen, Hamish McAlpine, Hengameh Panahi, Andro Steinborn Elenco:Naomi Watts, Tim Roth, Michael Pitt, Brady Corbet, Devon Gearhart, Boyd Gaines, Siobhan Fallon Hogan, Robert LuPone, Susi Haneke |
Em primeiro lugar, Michael Haneke, esta é para você: este foi o primeiro e o último. Nunca mais assisto qualquer outro filme seu. Você me fez perder quase duas horas de vida com este filme, para não dizer algumas células cerebrais, e pode crer que ouvirá falar do meu advogado.
[Gabriel respira fundo e conta até dez] Certo, depois deste pequeno desabafo posso começar a dissertar sobre Funny Games, refilmagem da produção homônima e comandada pelo mesmo diretor do original, esse tal de Michael Haneke do parágrafo acima. Agora por que senti tanto ódio no coração após passar contados 111 minutos da minha curta existência na Terra em frente da televisão assistindo tamanha atrocidade? A resposta é imediata: o maldito hype da crítica. Mas uma coisa de cada vez, primeiro vamos fazer um breve histórico.
O alemão Michael Haneke (Cachê e A Professora de Piano) sempre foi um profissional muito bem cogitado por quem gosta de filmes destoados do mainstream (leia-se cult), quando em 1997 lançou o primeiro Funny Games (lançado no Brasil como Violência Gratuita). Fez polêmica, agitou o circuito underground e dizem que se tratava de um filme que faria as pessoas pensarem sobre sua própria origem selvagem. Chegaram a comparar o homem com David Lynch! Vai vendo… E como os estadunidenses não são chegados em ler legendas, alguns anos depois foi convidado a refazer sua história nos Estados Unidos.
Haneke aceitou o trabalho e, ao invés de trazer elementos locais para “atualizar” seu filme, preferiu realizar o mesmíssimo roteiro (escrito também por Haneke) com as mesmas situações e storyboards. Mas que diabos, até as proporções da casa da família eram as mesmas! Pelo menos é o que dizem, pois eu particularmente não vi o original e depois do remake não estou nem um pouco interessado em assistir. O que já gera a primeira situação estranha: se era só para realizar uma “tradução” dos diálogos com um elenco diferente, por que gastar esforço e dinheiro fazendo tudo novamente? Ah, Haneke, seu sacana preguiçoso…
Só que ainda assim não fez a menor diferença para a dita “crítica especializada“, que só faltou banhar os pés do diretor com óleo ungido. A Fangoria, publicação mais respeitada do gênero, classificou-o como “desconfortável e visceral“, Outros sites respeitáveis colocaram expressões como “um triunfo artístico” e “instigante” em suas críticas. Não preciso dizer que confiei quase cegamente neles e não via a hora de colocar os olhos nesta obra tão comentada por sua brutalidade. Decepcionei-me profundamente e, com o risco de receber ameaças de morte ao final desta análise, afirmo que não sei o que estas pessoas viram de tão excepcional em Funny Games U.S., como o filme também é conhecido.
É só mais um thriller arrastadíssimo (filme de horror? NUNCA!), mal filmado, sem ação, com quase nada de “violência gratuita“, uma trilha sonora horrível e uma história que é excessivamente fantasiosa para haver qualquer correspondência com o mundo real. E que no fim das contas só me fez sentir saudades do tempo em que diretores faziam atualizações de seus próprios filmes com algum propósito artístico, como fez Hitchcock com O Homem que Sabia Demais… Tempos estes que não voltam mais, infelizmente.
O roteiro não poderia ser mais simples e raso: um casal de burgueses chamados Ann Farber (Naomi Watts, O Chamado) e George Farber (Tim Roth, O Incrível Hulk e Pulp Fiction) com seu filho Georgie (Devon Gearhart) e o cão resolvem tirar férias em uma afastada casa de campo em Long Island. Chegando ao local são recepcionados por um vizinho – que não faz diferença na trama – e um jovem chamado Paul (Michael Pitt, Cálculo Mortal e A Vila), que os ajuda a colocar o barco da família no píer. Pouco tempo mais tarde aparece outro rapaz, Peter (Brady Corbet, Thunderbirds e Aos Treze), que se diz amigo dos vizinhos e pede alguns ovos para Ann.
Peter pega os ovos, quebra os ovos, pede mais ovos, derruba o celular de Ann na pia da cozinha e sai com mais ovos. Aí ele volta para pegar mais ovos, pois alega que o cachorro pulou nos últimos e os quebrou (desculpem pelo excesso de “ovos“, hehehe…). Paul aparece em seguida e pega um taco de golfe que os Farber trouxeram da viagem emprestado, retornando alguns momentos depois.
Ann discute com os dois jovens pedindo para que saiam, George aparece e tenta apaziguar os ânimos, ficando do lado dos rapazes e pedindo desculpas pela hostilidade da esposa, porém o marido vê por si mesmo o comportamento rude de Paul e Peter e tenta colocá-los para fora de sua casa. Paul reage e quebra a perna de Georgie com o taco de golfe começando uma série de “sádicos e degradantes” jogos sem motivo aparente – de fato, sem motivo algum. A tensão aumenta gradativamente até as tentativas de fuga que só servem para deixar mais furiosos seus raptores.
Parece bom, não é verdade? Um Massacre da Serra Elétrica encontra Horas de Horror. Porém como dizem que no cinema tudo se trata de “experiências e emoções” – e para não passar por “do contra” – resolvi fazer algo um pouco diferente. Coloquei minhas impressões em ordem cronológica para terem uma noção do que senti em cada parte da projeção. Se você se importa em ler spoilers de como o filme termina e algumas redundâncias, pule para a análise no final do texto:
2 min – A família Farber viaja de carro. A abertura é feita com ópera e Death Metal de baixa qualidade (uma hiena gritando é menos irritante)… Começamos mal, Sr. Haneke.
8 min – Os Farber chegam à residência. Depois de dois minutos filmando escadas e o cachorro, finalmente Haneke coloca o foco em um ser humano dentro da casa.
11 min – Naomi Watts prepara o almoço enquanto fala ao telefone… Por três minutos.
25 min – Se esses caras falarem mais uma vez sobre “ovos quebrados” eu juro que dou uma martelada na televisão!
26 min – Um dos bandidos magricelas consegue quebrar a perna de George com uma única pancada com um taco de golf. George tem osteoporose ou o quê?
29 min – Peter e Paul propõem o primeiro jogo, dedução para idiotas. Seria menos imbecil se eles dissessem: “Qual a parte do ‘matei o seu cachorro’ você ainda não entendeu?”.
35 min – Ann perde a primeira chance de entregar os vilões de maneira patética quando conversa com os vizinhos que chegam de barco na propriedade.
38 min – Peter e Paul estão sentados em um sofá conversando com Ann, Georgie e o filho, que estão sentados no sofá da frente. Vou até a cozinha fazer um lanche, pois daqui a 15 minutos eles estarão no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa.
50 min – Voltei da cozinha. Acho que algo finalmente vai acontecer! Georgie têm a cabeça coberta por uma fronha e Ann se despe, mas não fica nua… Eu não consigo acreditar que os dois passaram metade do filme pedindo desculpas e a outra metade sendo toscamente educados. Bem, acho que agora vou ao banheiro…
55 min – Só pode ser piada: Georgie consegue sair da casa, porém não consegue pular a cerca, o que já seria surreal. Ainda assim busca refúgio na casa dos vizinhos que, apesar de ricos como os Farber, não possuem telefone fixo. Ah, sim, Peter e Paul ainda estão falando dos ovos…
60 min – Georgie encontra uma arma e hesita tanto em atirar no captor que chega a dar raiva. Para meu desapontamento está descarregada. Em seguida, Haneke exibe uma corrida da Nascar que está mais emocionante do que o que passa no filme.
65 min – Georgie é assassinado na presença de seus pais. Haneke prefere ficar mostrando Peter pegando rango na geladeira. Depois de mais um pouco de Nascar, os bandidos “somem” e um “vácuo” de 10 minutos com Ann tentando se soltar e George chorando preenche a tela. Acho que Haneke achou que era para ser assustador, contudo é incrivelmente chato.
78 min – Ao invés de se armar contra os ainda ausentes antagonistas, ou mesmo fugir por ajuda, Ann perde tempo com miudezas. Enquanto isso, Tim Roth está perfeito como o sinônimo de inutilidade com RG e CPF.
88 min – Ann sai da casa e corre pelas ruas pedindo ajuda. Impressiona-me que um bairro rico como este não ter policiamento ou mesmo uma casa habitada. Penso que eles devem estar morando na vizinhança de Esqueceram de Mim. Os vilões pegam Ann e voltam para a residência para mais uma sessão de conversa no sofá.
99 min – A famigerada cena do controle remoto esmiuçada mais abaixo. Você não vai acreditar nos seus olhos.
111 min – Toda a família morre e Paul vai encher o saco pra pedir ovos em outra casa. É isso. Fim. The End. Quero meu dinheiro de volta.
Agora para a análise. Um ponto onde muitos acham a produção forte é o despropósito da violência por parte dos antagonistas ao mostrar que a brutalidade não está necessariamente em rostos deformados e pessoas retardadas, tratando o público como um voyeur impotente. Só que há um detalhe: é preciso perícia para fazer isso e ainda causar uma reação no espectador.
Aqui Haneke perde um tempo gigantesco desenvolvendo os personagens de maneira porca e sem nenhum objetivo definido além de jogar na cara do espectador violência apenas por mostrar violência, coisa que nem faz direito, pois todas as cenas fortes são off-screen e os raptores passam a maior parte de suas linhas de diálogo ameaçando os três familiares.
Seu trabalho de câmera é preguiçoso, pois o diretor mal move a câmera para aonde a ação está (isto é, quando ela acontece) e em repetidas cenas os personagens falam sem que vejamos qualquer ator em enquadramento(!), Haneke deve achar mais “cult” filmar as escadas ou a geladeira aberta.
Por falar em tempo gigantesco, além de aborrecer o espectador, qual o sentido de arrastar por quase duas horas um filme que tem história para apenas 80 minutos? O resultado é como descrito acima: tomadas de quase cinco minutos com Ann tentando fazer o celular funcionar com um secador de cabelo. Não que tenha reservas com relação a ritmo lento, todavia Haneke exige demais da paciência do público.
Outro ponto digno de discussão é o que o diretor intencionava fazer: uma fantasia real ou uma realidade fictícia? Pois vejam bem, se Haneke tentou realizar um filme mais calcado na brutalidade visceral, ele falha miseravelmente colocando dois antagonistas magricelas em situações repletas de furos de roteiro. Contudo a pá de cal acontece quando em uma sequência Ann consegue dar um tiro de escopeta em um dos vilões, fazendo-o voar contra a parede. O outro vilão tranquilamente imobiliza Ann, pega um controle remoto no sofá e VOLTA A AÇÃO PARA DESFAZER O TIRO!!!! De onde ele tirou isso?!? Nem Click com Adam Sandler foi tão ridículo assim.
O único motivo para salvar esta produção da cadeira elétrica chama-se Naomi Watts, que também é produtora executiva. É incrível como a mulher consegue atuar e fazer expressões emocionantes nas situações mais ridículas na tela. Não a toa é uma das scream queens mais respeitáveis do circuito atual e depois desta acredito que ela tem a capacidade de fazer uma refilmagem de Plan 9 From Outer Space parecer séria.
O que infelizmente não acontece com o restante do elenco: outro ator respeitável, Tim Roth, é completamente desperdiçado, pois passa 95% da duração do filme choramingando e resmungando sentado como um ornamento. A personagem de Naomi Watts tem mais “testículos” do que seu marido. Devon Gearhart não fede nem cheira como o filho do casal e as interpretações afeminadas de Michael Pitt e Brady Corbet são constrangedoras ao ponto de gargalhar quando eles se comparam com “Beavis and Butthead“.
Pode ser que eu esteja pegando demais no pé de Haneke, contudo não vi absolutamente nada que justificasse todo esse estardalhaço – ou QUALQUER estardalhaço. Gostaria de entender de quem gostou de Funny Games U.S. o que existe de tão bom sobre ele para justificar como um pedaço de lixo com esta duração pode ser considerado “entretenimento“. No que depender de mim o conselho é para ficar longe. Em todo caso, se você for forçado a assistir por uma dupla de magricelas patéticos, lembre-se que para isso existe um controle remoto no sofá com a tecla Fast Forward.
Pior crítica de filme que já vi,por isso não confio nas críticas, o cara reclama até da música, nota 0 para a crítica e para o crítico
O filme seria melhor se não tivesse a cena do controle remoto, a explicação ai em cima não me convenceu 🙁
Critica de bosta!
Poderia ter falado “não gostei do filme” e ponto. Seria menos tempo perdido na sua vida. Mas para que fazer uma resenha porca, sem sentido e repleta de desonestidade intelectual?
O filme é arrastado Sim… Há pouca violência? Talvez.
Mas Já parou para pensar que “as cenas fortes off-screen” foram propositais? Mas o mesmo não acontecia quando partia das vitimas? Não! É mais simples falar que o cara era “preguiçoso”, claro. Ao invés de tentar compreender o filme.
Não vou me alongar tentando explicar que o filme foi propositalmente feito para ser uma “ficção”, ou tentando apontar sobre a bela construção psicológica das personagens antagonistas… Mas:
” pega um controle remoto no sofá e VOLTA A AÇÃO PARA DESFAZER O TIRO!!!! De onde ele tirou isso?!?” De onde você tirou isso?! Sério…. É brincadeira, né? Click? Qual foi o propósito daquela cena, que eu diria que foi a mais/uma das mais impactante do filme? Não, meu caro, a ação não voltou ela obviamente não aconteceu. Ann tenta fazer aquilo que imagine, porém, falha. Dica1: O controle remoto serve para ligar a TV, e não: voltar no tempo…
Caí aqui esperando ler algo útil, mesmo que negativo. Mas não foi o que aconteceu, na verdade, muito me fez rir suas reclamações e comentários sem nexo como: “dois antagonistas magricelas”; “as interpretações afeminadas de Michael Pitt e Brady Corbet”; “jogos sem motivo aparente – de fato, sem motivo algum” kkkkkkkk Ou seus comentários sobre uma criança que hesita em atirar em seu captor, ou sobre não haver policiamento em um condomínio (?), ou não haver telefone em casa de pessoas ricas, também foram engraçadas… Mas seria melhor se você tivesse de fato feito uma critica, digamos… mais “construtiva” e apontasse os fatos “de fato” problemáticos…
Se não for para falar algo que agregue cara… não fala nada, sério. Porque você está fazendo a mesma coisa que filme lhe fez, isso é: fazer os outros perderem seus preciosos tempos de vida!
Ninguém é obrigado a gostar de heavy metal, nem de cinema. 😉
Dica2: Não acredite sempre na critica =D é melhor se surpreender do que se decepcionar =D
Deviam permitir que só quem entendesse alguma coisa de cinema pudesse escrever as críticas dos filmes no site. Esse cara não tem a menor ideia do que se se tratava o filme, ele ficou na camada mais externa possível de leitura, não aprofundou nadica de nada. Com preguiça e má vontade não tem como sequer considerar ler nada desse camarada, nunca mais. E o site tbem paga por isso.
Achei bem ruin também , sentimento de tempo perdido, não sei pq mas os vilões me irritaram bastante.
Li dezenas de críticas, e essa foi de longe a mais superficial e vazia de todas.
Realmente, filmes assim não são pra você.
Parece não ter captado o mínimo que o diretor quis passar. É uma pena.
Merda de filme
Filme de bosta!!!!!