Lobocop
Original:Wolfcop
Ano:2014•País:Canadá Direção:Lowell Dean Roteiro:Lowell Dean Produção:Lowell Dean, Bernie Hernando, Deborah Marks, Danielle Masters, Hugh Patterson Elenco:Leo Fafard, Amy Matysio, Sarah Lind, Corinne Conley, Jesse Moss, Jonathan Cherry, Aidan Devine |
A pequena cidade canadense Woodhaven é conhecida pela baixa mortalidade, pelo desaparecimento de animais de estimação e pelo comando de um grupo de ladrões conhecidos como Piggies. Os atos criminosos constantes são facilitados pela pouca produtividade da polícia, na pele do oficial, constantemente bêbado, Lou Garou (relação com o termo “loup-garou“, que significa “lobisomem” em francês), interpretado por Leo Fafard. Mesmo com sua incompetência evidente, ele ainda é o preferido de seu chefe Ray (Aidan Devine, Marcas da Violência, 2005), embora a policial Tina (Amy Matysio, de Infectados, 2013) seja muito mais eficiente – uma razão justificada por uma revelação do enredo. Quando alguma coisa suspeita ocorre numa floresta próxima e ele é chamado para investigar, encontra o corpo de um possível candidato a prefeito e perde a consciência. Na manhã seguinte, está em sua própria cama, com pouca lembrança do ocorrido na noite anterior, mas estranha o crescimento constante de pelos e a aparição de um pentagrama em seu tórax.
Por conta dessa nova condição, que o transforma em um lobisomem consciente à noite, sua produtividade melhora, facilitando a busca por bandidos. Com a ajuda de Tina e do amigo Willie Higgins (Jonathan Cherry, de Premonição 2, 2003), que entende o que está acontecendo com o amigo e vê vantagem na situação, ele percebe que existe uma conspiração na cidade, com vários nomes envolvidos, e que ele faz parte do quebra-cabeça. Parece que a belíssima Jessica (Sarah Lind, de Infectados, 2005), que estranhamente se sente atraída por Lou, tem algo a ver com as intenções macabras dos vilões.
Wolfcop, que algumas fontes dizem que foi lançado no Brasil como Lobocop (parecendo aquela piada do Cebolinha que foi ao cinema com dois pirulitos), é uma comédia com boas tiradas, remetendo ao teen O Garoto do Futuro (Teen Wolf, 1985), com Michael J. Fox. Com alguma dose de violência e efeitos aceitáveis pelo orçamento reduzido, é provavelmente o primeiro filme de lobisomem em que acontece uma transformação iniciada pelo órgão genital. Se por um lado acerta em algumas brincadeiras como essa – e até na criatividade do que se propõe os inimigos – por outro, fica a impressão de que poderia ser melhor se fosse um grindhouse, sem a procura por tantos acertos. Se fosse mais próximo de O Mendigo com uma Escopeta (Hobo with a Shotgun, 2011) – não apenas na capa – o resultado seria bem mais satisfatório.
A direção e roteiro são de Lowell Dean, do Ilha do Dr.Moroe e 13 Eerie (2013). Ele tenta acelerar as cenas, com o auxílio da edição videoclipe de Michael D. George e Mark Montague, mas não agrada o suficiente. Talvez devesse partir para o convencional, sem que a condução precise expor que se trata de uma comédia, para obter mais êxito no produto final. De qualquer forma fez sucesso suficiente para a realização de uma continuação, que deve ser finalizada ainda este ano.
Divertindo, sem ser memorável, Wolfcop resgata a ingenuidade das comédias oitentistas, mas com um toque mais ousado. Tinha em mãos o que era preciso para agradar, ficando no meio termo, sem ofender os fãs de lobisomem ou os que buscam violência e bom humor.
Legal.