Star Wars: Troopers da Morte
Original:Death Troopers Ano:2009•País:EUA Autor:Joe Schreiber •Editora: Aleph |
”Quando a nave-prisão imperial Purgação – residência temporária de quinhentos dos mais cruéis assassinos, rebeldes e ladrões – quebra em um ponto isolado do espaço, a única esperança da tripulação parece estar em um destróier estelar encontrado vagando no vazio. Uma equipe de inspeção é então enviada à nave abandonada, em busca de peças para o conserto da Purgação. No entanto, somente metade dos integrantes da equipe retorna… trazendo consigo uma terrível doença, tão letal que, em questão de horas, quase toda a tripulação a bordo da Purgação morre dos modos mais assustadores. E a morte é apenas o começo.”
Quando George Lucas deu início a uma das maiores sagas espaciais da cultura pop, lá nos anos 70, outro George – o Romero – já estava trabalhando no segundo filme de uma das sagas de terror mais importantes do gênero. Mais de trinta anos depois, as duas sagas se encontrariam – não oficialmente, claro – em Troopers da Morte, de Joe Schreiber, livro que leva os zumbis para o universo expandido de Star Wars, escrito em 2009 e publicado no Brasil em 2015 pela Editora Aleph, em uma edição que conta com o já reconhecido capricho da editora.
A capacidade descritiva de Schreiber cria cenas nojentas e apavorantes que parecem saídas dos melhores filmes de terror atuais, recheadas de gore, mortes violentas e inesperadas, e muita, muita gosma! O que poderia soar estranho em uma história passada no universo de Star Wars, mas funcionam muito bem graças ao domínio do autor em descrever os cenários familiares das grandes espaçonaves da saga com seus intermináveis corredores, seus fossos de ventilação e suas passarelas sem corrimão.
O livro não faz mais parte do cânone de Star Wars, revisado quando a Disney adquiriu os direitos da saga. Apesar disso, o leitor vai se surpreender ao se deparar com personagens tradicionais da saga, jogados a contragosto em meio aos terríveis eventos de Troopers da Morte, ocorridos cerca de um ano antes da Batalha de Yavin vista em Uma Nova Esperança.
Porém, ao mesmo tempo em que a descrição da infestação zumbi funciona muito bem para o leitor, ela também soa deslocada uma vez que o autor se utiliza muito de anatomia e patologia humana para descrever os avanços das infecções e seus efeitos. O leitor mais familiarizado com o universo da saga vai sentir falta do “space mumble jumble” tradicional das histórias do gênero.
A mistura, apesar de parecer bastante improvável, funciona perfeitamente, graças à imaginação afiada e escrita ágil de Schreiber, fã confesso de Star Wars e zumbis, que dão um ritmo alucinante à leitura com ganchos de tirar o fôlego ao final de cada capítulo que fará o leitor devorar o livro na velocidade com que um Trooper zumbi faminto devoraria um tenro bebê Wookie.