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Esquadrão Suicida (2016) (2)

Esquadrão Suicida
Original:Suicide Squad
Ano:2016•País:EUA
Direção:David Ayer
Roteiro:David Ayer
Produção:Zack Snyder, Andy Horwitz
Elenco:Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Ike Barinholtz, Christopher Dyson, Bambadjan Bamba, Viola Davis, Ted Whittall, David Harbour

O esforço hercúleo da Warner para emplacar um Universo Cinematográfico DC continua totalmente fora de rumo com este novo fiasco chamado Esquadrão Suicida, meros cinco meses depois de Batman vs Superman ser massacrado pela crítica. Enquanto o embate entre o filho de Krypton e o morcego de Gotham foi fruto de um ódio até exagerado, o desgosto por Esquadrão Suicida se faz mais válido, por ter os mesmos problemas do anterior, mas sem os pontos positivos.

Para quem não é familiar com a superequipe (a grande maioria do público), o Esquadrão é formado por um grupo de vilões de segunda linha e que, sob o comando de Amanda Waller, opera missões de risco em troca de reduções de pena e certos benefícios que diminuíssem o peso de suas vidas na cadeia. No UCDC, o grupo surge como uma alternativa caso um novo ser superpoderoso resolva dar as caras no mundo sem Superman, porém com um intuito menos amigável.

Esquadrão Suicida (2016) (1)

O filme tem início com uma longa sequência de montagens introdutórias, que apresenta cada personagem individualmente, com uma estética de videoclipe e uma música famosa por cabeça. Das várias maneiras de se apresentar personagens, o filme optou pela pior – neste caso não direi que a escolha é do diretor ou roteiristas, pois é difícil saber onde termina o filme de David Ayer e onde começa o trabalho dos produtores. Apesar de ser um método apressado e meio banal, aparentava ser um traço estético comum ao filme e, por ser parte de um estilo adotado, teria seu lugar. Assim que o último personagem é apresentado, já algum tempo depois, as montagens deixam de ser recorrentes.

Qualquer estudante de cinema sabe que para se contar uma história sobre alguém, ou alguéns, é preciso que se construa um arco dramático para o mesmo. Se não soubermos quem são ou o que querem, é impossível haver qualquer tipo de relação verdadeira entre espectador-personagem. Já as mentes criativas por trás do universo DC parecem não ter se apropriado dessa ideia ainda. Os membros do Esquadrão Suicida são, literalmente, jogados na nossa cara – já que o filme é 3D – confiando absolutamente que nós os aceitaremos e amaremos incondicionalmente. No decorrer do filme, a participação de alguns, suas intenções e valores são motivo de constante dúvida. Quem são, de onde vieram, para onde vão? Talvez um episódio de Globo Repórter pudesse ter elucidado essas questões, pois o filme em si não faz o mínimo necessário. Na posição de fã de quadrinhos, ainda era mais fácil identificar, mesmo que vagamente, quem eram os verdadeiros vilões e onde tudo se encaixava em um plano maior, mas para a grande maioria do público, o que fica é uma série de pontos de interrogação espalhados por todo lado.

Um caso bem específico e que já havia causado muita discórdia é o Coringa de Jared Leto e seu visual gangsta. Particularmente, eu comprei a proposta vendida por eles, na qual o palhaço do crime abraçou o estilo prisional. Dentes de prata de quem provavelmente apanhou demais do homem morcego e tatuagens de cadeia eram uma forma de criar um visual diferente da versão de Heath Ledger. Apesar de criar um conceito novo, o filme tem dificuldades de estabelecer esse personagem, pois ao mesmo tempo que tenta criar uma identidade, aposta na familiaridade do mesmo. Esse tipo de inconsistência é recorrente em todos os três filmes da DC, que simplesmente não sabe como lidar com seus heróis e vilões.

Esquadrão Suicida (2016) (3)

Após o estabelecimento e introdução do esquadrão, que acontece em um ritmo frenético aonde passagem de tempo é um conceito metafísico e impossível de ser observado, o filme entra em um segundo ato, onde os bad guys são postos para trabalhar. A interação entre eles é divertida, Harley Quinn rouba a cena quando aparece e Will Smith entrega um Pistoleiro carismático. As atuações são até boas e dedicadas, inclusive do fraquíssimo Jay Courtney. O problema é a falta de desenvolvimento e uma constante demanda de empatia da parte do público para com estes.

De forma bizarra, o filme parece não ter uma distinção de atos, pois no momento em que colocam os pés em ação, continuam ali até o fim. Há uma tentativa de marcar um ponto de virada na jornada dos heróis, mas o ritmo é tão inconstante e a narrativa tão confusa, que o filme se torna uma massa disforme, um pouco parecida com o que aconteceu em Quarteto Fantástico, mas nem de longe tão ruim.

Quem acompanha a carreira do diretor David Ayer sabe que ele passou por problemas no filme Sabotagem, no qual o estúdio interviu tanto no produto, que o resultado foi um longa inconsistente tanto em narrativa quanto em montagem. Esquadrão Suicida segue o mesmo caminho, como se fosse uma colcha de retalhos. Uma das maneiras mais claras de perceber isso é a seleção musical, composta por uma série de clássicos de bandas do naipe de Queen e Black Sabbath, mas que não têm nenhum tipo de encaixe com os personagens ou com o contexto em que estão inseridas. Existem por serem legais e nada mais.

Esquadrão Suicida (2016) (4)

Bom, o resultado final não chega a ser um filme odiável. Apesar de ruim, tem suas sacadas divertidas e é um passatempo aceitável. Faltou pelo menos uma cena verdadeiramente épica, que pelo menos os outros dois filmes conseguiram criar. Esquadrão Suicida até tem seu momento de cair o queixo, mas é tudo tão rápido e a preparação é tão fraca, que não tem o impacto necessário. Bem semelhante ao final da luta contra o Apocalipse em Batman v Superman, que exigia uma carga dramática muito maior do que foi construída.

Entre erros e erros, o universo vai tomando forma. Talvez um dia, aos trancos e barrancos, conseguiremos assistir um filme verdadeiramente bom sair das mãos da Warner. E sobre os personagens de Esquadrão, provavelmente aparecerão nos filmes do Batman e olhe lá.

Menção honrosa para os cameos – sem spoiler! –, sendo que um deles foi uma surpresa agradabilíssima. O design de personagens está bem legal, ao menos! E Viola Davis é sempre uma força da natureza.

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16 Comentários

  1. O enteressante desse filme é que ele me fez lembrar de Pawor Rangers brigando com os aliens, era tao facil de mata os humanos transformados em criaturas que só um murro a cabeça saia do pescoço.
    ansioso para ver o 2 ironicamente digitando

  2. O filme é fraco e ponto, mas está longe de ser ruim como Seed: Assassino em Série (sempre comparo com esse lixo os filmes que não me agradaram, hehehehe). Não sou tão exigente assim, mas no Esquadrão faltou uma cena ação que valesse a pena você voltar e ver de novo, como BvS a cena do Batman saindo na mão com os bandidos quando vai salvar a mão do Super, ou a da luta na igreja em Kingsman Serviços Secreto. E o final foi broxante onde um ser de pura magia que seria osso até para o Superman acaba levando um boné daqueles da Arlequina.

  3. Péssimo filme.

    O filme é descontínuo, a cada momento as motivações e inimigos mudam, as piadinhas são forçadas e o final é água com açúcar.

    Os personagens, principalmente o Pistoleiro, apresenta o bom selvagem: um bom homem, moral, ético, pai solteiro e amoroso e só é vilão por pressão e tirania da sociedade.

    A melosidade é tão grande que o Pistoleiro se ofende se for chamado de vilão!!!

    Um filme cheio de marketing, muito bonito mas sem conteúdo!!

    Não recomendo.

  4. muito legal esse site, respeita muito a opinião das pessoas, vi que vocês excluiram meu comentário, sendo que não estava ofendendo, nem xingando ninguém. Mas minha consciência está tranquila.

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      Rogerio, foi você quem falou em crítico fanboy? Seu comentário tá na página, cara.

  5. Gostei da resenha sobre o filme. Muito bem escrito.

  6. Achei o filme tanto como seus personagens não consegui atingir mérito perante ao público!!!! Falto um pouco de logica

  7. eles refizeram algumas coisas no filme né? por causa do filme do “Super” e do Batman , sera que se lançassem aquela versão do filme sem alterações não seria um sucesso? quando o filme visa só o lucro …..acaba sendo feito sem paixão meso!!

  8. Até aqui marvetes criticam o filme como se fosse o pior fim e de quadrinhos. Ano que vem sai outra bomba do Thor e todo mundo vai falar bem do filme.

    1. Até aqui a pessoa não tem capacidade de ler um texto sem ficar choramingando e xingando os coleguinhas de “marvetes”.

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      Nunca vi ninguém falar bem dos filmes do Thor.

      Essa divisão entre “marvete” e “deceneco” é coisa de “fanboy”.

      Aqui falamos de cinema, tentando avaliar ao máximo as qualidades e defeitos do filme.

      Não importando o “lado”.

  9. Poxa, fico chateado com essa avaliação que todos estão dando para o filme (estava animado para ver). Ainda não fui ver, mas agora vou um tiquinho menos esperançoso… Bom, talvez assim eu possa ver alguma qualidade a mais no filme, já que o grande vilão do cinema atual (com seu saudosismo, apelo nerd/geek etc.) seja a hype que os trailers, teasers e demais anuncios causam.
    Mas aí fico também com um questionamento, que já deve ter ido feito varias vezes, mas até então eu não vi com frequência:
    Será que o problema não é estarmos procurando a Marvel Cinematográfica na DC CInematográfica? Rivalidades a parte (por favor), é fato que a Marvel praticamente estabeleceu um novo cenário no cinema para o que é produzido nos quadrinhos. Isso tem o lado bom (o espaço que oferece para novos olhares ao mundo das HQs), mas pouco se vê falar do lado ruim, no caso, a possibilidade de já estarmos enlatando esses filmes.
    E aí, eu retomo: será que não estamos olhando para os filmes da DC com os olhos da Marvel?
    (Eu não sei… Sério! Estou só questionando. =P)

    1. Não me parece que tudo o que é criticado é exclusividade da Marvel… falta boa concepção de cinema, de contar uma história. Assim como BvS, o problema não é ter um desenvolvimento marvete, é comprometer sua própria história por não saber usar bem os recursos pra se fazer um filme.

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      Não acho que estejamos olhando pra DC procurando a Marvel. Muito pelo contrário. Estamos olhando pra DC procurando O Cavaleiro das Trevas. E nem o Nolan conseguiu repetir um filme tão redondo quanto a segunda parte de sua trilogia do Batman. Aquela conclusão com o Bane é um desastre.

      O problema é a pretensão, muitos produtores metendo a mão e, principalmente, um desespero de se correr atrás da concorrência. É aí que estão se dando mal.

    3. Cara, vai lá e assista o filme, ignore os absurdos que estão falando. Isso é coisa de crítico fanboy sim. É um filme bacana, divertido.
      Esses caras levam muito a sério “não sei o que”.

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