Morgan: A Evolução
Original:Morgan
Ano:2016•País:EUA Direção:Luke Scott Roteiro:Seth W. Owen Produção:Mark Huffam, Michael Schaefer, Ridley Scott Elenco:Kate Mara, Anya Taylor-Joy, Rose Leslie, Michael Yare, Toby Jones, Chris Sullivan, Boyd Holbrook, Vinette Robinson, Michelle Yeoh, Brian Cox, Jennifer Jason Leigh, Paul Giamatti |
Beirando os 50 anos, Luke Scott tem uma carreira sutil no cinema: dirigiu um episódio da série The Hunger, em 1999, e o curta futurista Loom (2012), antes de sua estreia no comando de longas somente agora, com o thriller de Ficção Científica Morgan. Antes de se envolver na direção, ele tinha apenas um crédito como ator, com Os Duelistas (1977) e um como Diretor de Arte (1492 – A Conquista do Paraíso, 1992). Um envolvimento discreto com a indústria que seu pai, Ridley Scott, é reconhecido como um excepcional contribuinte. E pensar que seu irmão, Jake Scott, tem mais de vinte filmes no currículo; a irmã, Jordan Scott, já comandou seis trabalhos; e o tio, o falecido Tony Scott, teve uma carreira sólida na Sétima Arte. E é bem provável que seu debut na função fique apenas neste exemplar, se levar em consideração o fracasso absurdo do filme no box office.
Com um orçamento estimado em $8 milhões de dólares, Morgan, em sua passagem pelos cinemas em setembro nos EUA, não alcançou nem metade disso, ficando em cartaz por apenas duas semanas e meia. Não é tão ruim quanto a bilheteria parece expor, mas também é uma produção envolta em clichês, sem novidade, e que tenta surpreender o espectador com algo que pode ser facilmente antecipado nos primeiros vinte minutos. E ainda tem inúmeras referências, permitindo comparações com muitas produções, de A Experiência, de 1995, até Ex Machina, de 2015.
Kate Mara interpreta Lee Weathers, uma agente de Controle de Risco enviada para uma região remota para investigar – e repassar as informações para os fornecedores e acionistas – um projeto secreto sobre uma criança de proveta, desenvolvida através de DNA artificial, cujo propósito é inibir a violência e a agressividade. Apesar de ter apenas 5 anos de vida, Morgan (Anya Taylor-Joy) já se desenvolveu o suficiente, principalmente suas habilidades cognitivas. No local, um laboratório disfarçado de fazenda, ela conhece o grupo de especialistas por trás do experimento: os comandantes Dr. Simon Ziegler (Toby Jones) e a Dra. Lui Cheng (Michelle Yeoh), além de Ted Brenner (Michael Yare), Dr. Darren Finch (Chris Sullivan), o nutricionista Skip Vronsky (Boyd Holbrook) e a Dra. Brenda Finch (Vinette Robinson). Na equipe, destacam-se dois outros membros: a Dra. Amy Menser (Rose Leslie) por quem Morgan nutre um carinho especial; e a Dra. Kathy Grieff (Jennifer Jason Leigh), que teve um olho perfurado com uma faca de cozinha pela menina e motivou a vinda de Lee.
Morgan é mantida presa sob uma proteção de vidro para um interrogatório, mas, como é de se imaginar, não ficará ali por muito tempo, principalmente com a chegada do psicólogo Dr. Alan Shapiro (o sempre bom Paul Giamatti), que irá despertar o lado violento da pequena. Enquanto Lee imagina que o projeto esteja perdido e talvez seja melhor eliminá-la, os demais, que acabaram se afeiçoando a garota, tentarão encontrar um meio de impedir a realização do ato fatal. Daí por diante, há os confrontos diretos, algumas lutas coreografadas, e a diminuição acelerada do elenco, com a personagem-título agindo sem rédeas para se proteger de seus inimigos.
Não chega realmente a incomodar – nem mesmo a previsibilidade do enredo -, mas ficou evidente a sensação de que não há praticamente nada novo ali. A direção de Luke Scott é bem feitinha, prejudicada apenas pela cena inicial com o ataque a doutora Kathy no velho recurso da câmera de segurança. Também perde pontos pelo desperdício de alguns rostos conhecidos em papéis pequenos, como Jennifer Jason Leigh e Toby Jones, além de Brian Cox, numa ponta miserável. E a atuação caricata de Kate Mara é justificada pelo roteiro, embora facilite que o espectador antecipe o principal mistério da produção. Não é realmente um filme que merecia uma exibição na tela grande, apenas mais uma produção de Ficção Científica sobre cientistas loucos e suas experiências incorretas.
Esse filme é horrível!!!