Área 15 (2016)

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Área 15
Original:Range 15
Ano:2016•País:EUA
Direção:Ross Patterson
Roteiro:Billy Jay, Nick Palmisciano, Ross Patterson
Produção:Mat Best, Kevin Alexander Heard, Brant Kantor, Nick Palmisciano, Ross Patterson, Jarred Taylor, Vincent Vargas
Elenco:Sean Astin, Danny Trejo, William Shatner, Keith David, Mindy Robinson, Bryan Callen, Ron Jeremy, Jim O'Heir, Marcus Luttrell, Martin Klebba, Dale Dye, Mat Best, Ross Patterson, Lindsay Lamb, Melanie Specht, Rachel Hardisty

A combinação de humor e terror sempre tem trazido produções bem interessantes e instigantes através do tempo, mas se alguns se consolidam como clássicos contemporâneos do gênero, outros abusam da escatologia e do politicamente incorreto para desafiar os gostos de seu público. Dito isto, de todos os filmes que vi este ano poucos podem ser tão divisionistas quanto Range 15, uma terror de humor negro calçado com os dois pés bem firmes nos estereótipos e nas piadas chulas. Os exageros são tão evidentes e sem qualquer sutileza que esta obra pode ser considerada a “ame ou odeie” de 2016.

Range 15 é dirigido e co-roteirizado por Ross Patterson, mas foi financiado através de uma bem-sucedida campanha no site Indiegogo que arrecadou mais de 1 milhão de dólares para a produção (mais que o dobro do valor proposto), sendo vendido como um filme sem freios, que Hollywood jamais colocaria seu dinheiro nele. Não posso dizer que estão errados…

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A história é bem simples e não requer muitas nuances: um grupo de veteranos farristas do exército (inclusive alguns que na vida real também prestaram serviço militar) são presos depois de uma noite de festa, mas na manhã seguinte percebem que o apocalipse zumbi se espalhou por todo os Estados Unidos. Amigos de longa data eles se unem para chegar a um local seguro, o tal Range 15. O que eles percebem pouco tempo depois é que sem querer acabaram encontrando a cura para a zumbificação (um uísque clandestino fermentado com sêmen de cobra) e precisam chegar aos cientistas para replicar o soro e salvar o mundo.

Nesta saga até o ponto de chegada eles se deparam com diversas situações, as quais são o combustível para a comédia que tentam jogar na cara do espectador, e é aí onde mora o perigo. Se o filme vai ser uma experiência ótima ou péssima depende muito do tipo de expectativa criada em relação a ele, pois Range 15 mostra que está disposto a atirar (literalmente) com todas as armas que a escatologia e o sarcasmo permite, apelando para piadas envolvendo homossexualidade, machismo, sexo, amputados e, claro, muitas referências aos militares e ao seu estilo estereotipado cheio de testosterona. Neste aspecto existem passagens e sacadas bem irônicas e divertidas (como uma cena de montagem com os personagens pegando e apontando armas, um clássico do cinema de ação dos anos 80 ou os vários diálogos em metalinguagem), enquanto outras irritam por serem prolongadas demais ou por oferecer exposição gratuita e excessiva, sem efeito cômico.

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No mais a produção mesmo com baixo orçamento apresenta efeitos decentes (muitos em CGI, infelizmente), e constatar que o elenco se divertia horrores no processo de gravação também conta pontos a favor e a unanimidade que estão nas participações especiais com pontas de Sean Astin (O Senhor dos Anéis), Danny Trejo (Machete), William Shatner (Star Trek), Jim O’Heir (Parks and Recreation), o lutador de MMA Randy Couture e o astro pornô Ron Jeremy.

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O veredito é que Range 15 não deixa de ser um filme ruim, porém ele pode ser ruim de um jeito engraçado ou doloroso com sólidos argumentos para ambos os lados da discussão. Se desligar seu cérebro por uma hora e meia e ignorar o amadorismo e o mau gosto do que vê na tela, pode ser que se divirta, qualquer esforço acima disso pode causar danos permanentes.

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

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