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Thelma
Original:Thelma
Ano:2017•País:Noruega
Direção:Joachim Trier
Roteiro:JoachimTrier e Eksik Vogt
Produção:Thomas Robsahm
Elenco:Eili Harboe, Kaya Wilkins, Henrik Rafaelsen, Ellen Dorrit Petersen, Grethe Eltervag, Marte Magnusdotter Solem, Anders Mosling, Vanessa Borgli, Steinar Kloumann Hallert

Primeira investida do talentoso diretor Joachim Trier (“Oslo, 31 de Agosto”, “Mais Forte que Bombas”) no gênero fantástico, o longa acompanha a personagem-título Thelma (Eili Harboe), jovem adulta, filha de um casal cristão e ultra-controlador, fato, aliás, pouco comum numa Noruega predominantemente ateia (72% da população do país não segue nenhuma religião). Ela acaba de se mudar de uma pequena cidade rural norueguesa onde foi criada e passou a vida toda até então, para a capital Oslo, onde vai morar sozinha e cursar a faculdade. Em seus primeiros dias, ainda com dificuldades em se adaptar à nova vida, ela é acometida por uma estranha e inexplicável convulsão que é acompanhada por estranhos eventos ao seu redor, e que parecem estar relacionados a fenômenos telecinéticos (ecos de Carrie, a Estranha) bem como exercem influência no comportamento de outras pessoas.

Anja (Kaya Wilkins), colega de Thelma e que passa a ser também seu interesse romântico, parece ser o catalisador dos eventos que impulsionam os segredos mais escondidos da protagonista, e com os quais nem ela mesmo sabe lidar. Enquanto isso seu pai (Henrik Rafaelsen) tenta pôr um fim no sofrimento de Thelma através de um estranho método religioso.

Investindo num sub-texto que envolve temática de dogmas religiosos e descoberta da própria sexualidade, Thelma aposta em poucos diálogos e muitos silêncios para contar sua história num longa que se baseia numa atmosfera fria e desoladora (palmas para a fotografia de Jakob Ihre e a belíssima trilha de Ola Fløttum) em detrimento de um didatismo verborrágico que encontramos, por exemplo, no cinema popular norte-americano. O que é uma virtude pode até soar como defeito devido ao ritmo lento que pode aborrecer. Ainda que perca a mão no terceiro ato que acaba contrariando a própria lógica visual e narrativa que vinha adotando até então, Thelma é um interessante exemplar que foca mais na construção do suspense do que em exageros, algo muito bem vindo no cinema do gênero.

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