Verão de 84 (2018)

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Verão de 84
Original:Summer of ´84
Ano:2018•País:EUA
Direção:François Simard, Anouk Whissell
Roteiro:Matt Leslie, Stephen J. Smith
Produção:Floris Bauer
Elenco:Grahan Verchere, Judah Lewis, Caleb Emery, Cory Gruter-Andrew, Tiera Skovbye, Rich Sommer

O resgate de aventuras anos 80, recentemente explorados por IT e Stranger Things, reacendeu uma nostalgia para os marmanjos que vivenciaram uma das décadas mais divertidas do cinema. As aventuras de grupos de adolescentes vistos nas produções citadas acima agradaram não só os nostálgicos, como também essa nova geração. Verão de 84 utiliza essa fórmula, porém em um tom diferente, mais sério, mais verossímil, e porque não, explorando o hype em cima dos anos 80.

A reconstituição de época é bem trabalhada, tanto em sua estética, quando na caracterização de seus personagens: o grupo de amigos, encabeçado por Davey (Grahan Verchere), pelo rebelde Tommy (Judah Lewis), Dale (Caleb Emery) e Curtis (Cory Gruter-Andrew), entediados e sem perspectiva no subúrbio onde moram, cada um com seu conflito, seja pessoal, familiar, questões que interferem diretamente na personalidade de cada um. A notícia do desaparecimento de jovens na região, e a presença de um possível psicopata, leva Davey a desconfiar de Wayne, o policial ‘boa praça’ do subúrbio, e assim, convencer os amigos a ajudá-lo a investigar e ter algo interessante para se fazer naquele Verão de 84.

O filme não apresenta nada de original em sua construção. Os personagens são compostos por estereótipos da época, mesmo com boas atuações. O filme não escapa dos clichês, e soa como ‘já vi esse essa história antes’, com o grupo de amigos ficando bem próximo daqueles caras de Conta Comigo. O grande mérito de Verão de 84 está em seu ponto de virada, trazendo uma conclusão angustiante e desoladora, que irá marcar definitivamente a vida daqueles garotos.

Por se tratar de um filme independente, pela mesma dupla que realizou o divertido Turbo Kid, acaba por ser mais econômico em alguns aspectos, mesmo tendo a trilha que reproduz os sintetizadores tão utilizados nos anos 80. A ausência de músicas famosas da década deixa um pequeno buraco na construção de época, porém, é totalmente compreensível por se tratar de uma questão de recursos e direitos autorais. É louvável que filme adote um tom mais melancólico e sombrio, deixando o clima a cerca da investigação mais pesado, até chegar à sua conclusão aterradora. Verão de 84 acaba por ser um filme em que seu final compensa seus deslizes, merecendo ser conferido.

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Média da classificação 4 / 5. Número de votos: 3

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Ivo Costa

Cineasta formado pela Escola Livre de Cinema, dirigiu os curtas “Sexta-feira da Paixão”, “O Presente de Camila”, “Influência” e “Com Teu Sangue Pagará. Produziu o curta ‘Vem Brincar Comigo’. Atualmente é crítico no site Boca do Inferno e professor do Curso Cinema de Horror, da Escola Livre de Cinema. Fez parte do Júri Popular do Festival Cinefantasy em 2011, Júri Oficial do Festival  Boca do Inferno 2017, Juri Oficial da Mostra Espanha Fantástica no Cinefantasy 2020.  Realizou a curadoria da Mostra Amador do Cinefantasy 2019 e do Festival Boca do Inferno 2019.

One thought on “Verão de 84 (2018)

  • 02/03/2020 em 00:39
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    Olha Ivo, assisti hoje a tarde esse filme sem ter lido nada a respeito. Ler sua critica foi a confirmação exata do que senti hoje. Fiquei tão desolado com a reviravolta pq até aquele momento me parecia mais do mesmo de outros filmes que já vi nesta linha. Angustiante mesmo…

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