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Eu Te Amo, Agora Morra: O Caso Michelle Carter
Original:I Love You, Now Die: The Commonwealth Vs. Michelle Carter
Ano:2019•País:EUA
Direção:Erin Lee Carr
Roteiro:
Produção:Andrew Rossi
Elenco:Michelle Carter, Jesse Barron, Emily Bazelon, Sam Boardman, Peter Breggin, Joseph Cataldo, Marin Cogan, H. Conradroy, Glenn Cudmore

Ficamos o dia inteiro com a cara enfiada no celular. Não nos sentimos sozinhos, porque podemos interagir com milhões de pessoas e mostrar nossas opiniões pro mundo. Criamos nossas bolhas de conexões e vivemos dentro delas a realidade que melhor nos convém e, muitas vezes, bem diferente das nossas ações fora do ambiente online. Qual a influência do que dizemos ali? E seria simples escapar dessa conexão, certo? É só desligar o celular. Mas conseguimos conceber a ideia de não ter acesso total a internet?

Eu sei que meu cérebro deu uma derretida depois de assistir esse documentário da HBO. Várias questões começaram a surgir e você passa a se questionar sobre a influência do que diz no ciberespaço.

O caso é recente. Michelle Carter, de 17 anos, e Conrad Roy III, com 18 anos, começaram a namorar em 2012. Eles moravam próximos, cerca de 65 quilômetros de distância, mas nos seus 2 anos de relacionamento se viram apenas 5 cinco vezes. Era um namoro virtual. Os dois tinham depressão e Conrad sofria de ansiedade social. Seus problemas o levaram a tentar cometer suicídio algumas vezes, mas foi em julho de 2014 que o ato se concretizou. Ele foi encontrado morto dentro de sua caminhonete por intoxicação com monóxido de carbono. Ao tentar entender as motivações do rapaz a polícia encontra em seu celular dezenas de mensagens trocadas com Michelle, em que ela demonstrava saber do suicídio, constantemente questionando o namorado sobre quando ele faria, além de sugerir os modos de como e onde fazer. A partir disso, a garota é acusada de homicídio, e nos deparamos com a questão central da produção: é possível matar alguém através de mensagens de texto?

A diretora Elin Lee Carr já tem experiência com documentários (No Coração do Ouro: O Escândalo da Seleção Americana de Ginástica (2019), Na Rota do Dinheiro Sujo (2018), Mamãe Morta e Querida (2017)). Ela tenta mostrar todos os lados da história e essa divisão fica clara na construção dos dois episódios da minissérie. O primeiro, “O Processo”, endossa a visão da acusação e da mídia de que Michelle é uma psicopata. Já no segundo, “A Defesa”, mostra um outro lado da garota, seus problemas psicológicos e como ela tinha dificuldade de viver na realidade.

Quando termina o primeiro episódio sua opinião está formada: Michelle é culpada de homicídio. Mas no segundo, questionamentos surgem e a conclusão é de que a justiça não está pronta para julgar esse tipo de acontecimento mediado por ações online. A sensação final é de um incômodo e de não encontrar respostas exatas.

Não acho que esse documentário é para todo mundo. É uma narrativa pesada de uma história real muito recente, então é fácil se relacionar com o cotidiano das pessoas envolvidas: o acesso aos celulares e internet, relacionamentos à distância, formas de entretenimento e ansiedade diante das cobranças sociais. Mas, se seu psicológico está preparado, vale a pena assistir para conhecer o caso, se questionar sobre o papel de todos esses elementos da “modernidade” nas nossas vidas e da responsabilidade que devemos assumir sobre aquilo que falamos/digitamos.

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1 comentário

  1. Eu assisti a esse documentário domingo por acaso. Estava trocando de canal e resolvi assistir. Muito intetessante. Um documentado que mexe com o psicológico sobre midias sociais e telefones celulares, sobre o crime de homicídio por telefone em que ela deveria ter ajudado e não ajudou…gostei do tema. Assisti apenas a segunda parte mas mesmo assim foi interessante. Vale muito a pena assistir

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