4.4
(8)

O Duende
Original:Leprechaun
Ano:1993•País:EUA
Direção:Mark Jones
Roteiro:Mark Jones
Produção:Jeffrey B. Mallian
Elenco:Warwick Davis, Jennifer Aniston, Ken Olandt, Mark Holton, Robert Hy Gorman, Shay Duffin, John Sanderford, John Voldstad, Pamela Mant, William Newman, David Permenter

Daniel O’Grady (Shay Duffin) volta de viagem com uma grande novidade para a esposa: ficou rico após uma transação um tanto suspeita realizada com um Leprechaun – pra quem não sabe, uma criatura mitológica do folclore irlandês, uma espécie de duende sapateiro. O problema é que, junto com as 100 moedas de ouro que conseguiu, ele trouxe na mala o próprio Leprechaun, que não está nada contente por ter perdido todo o seu tesouro. Assim que descoberto, o “pequeno homenzinho” de roupa verde, que tem um senso de humor afiado e perigoso, mata a Sra. O’Grady empurrando-a pelas escadas que levam ao porão. Com muita dificuldade, Daniel consegue aprisionar a criatura em uma caixa de madeira protegida pela magia de um trevo-de-quatro-folhas.

Uma década depois, JD Redding (John Sanderford) e sua filha adolescente (interpretada pela estreante Jennifer Aniston) alugam a propriedade rural onde vivia o casal O’Grady para passar uma temporada de verão. Nathan Murphy, o irmão Alex e o amigo esquisitão Ozzie trabalham na pintura da casa da fazenda quando, involuntariamente, libertam o terrível duende que estava aprisionado (e vivo) no porão. Agora todos estão em perigo, pois o ser maligno continua obcecado por seu tesouro e está disposto a qualquer maldade para atingir seu objetivo.

O Duende, escrito e dirigido pelo cineasta americano Mark Jones (de Distorcido no Inferno, 1995), é o primeiro de uma longínqua e questionável franquia, que conta até hoje com mais sete continuações: O Retorno do Duende (1994), O Duende Assassino (1995), O Duende 4: No Espaço (1997), Leprechaun: In the Hood (2000), Leprechaun: Back 2 Tha Hood (2003), O Duende: As Origens (2014) e Leprechaun Returns (2018).

Embora tenha sido lançado em 1993, O Duende traz muitas das características que marcaram os divertidos anos 80, como o elenco formado por jovens e crianças e, principalmente, a mistura de humor e horror. Segundo os próprios produtores, a ideia original seria um longa-metragem com um apelo mais infantil, mas logo o conceito mudou e foram adicionadas sequências com violência que agradariam bem mais o público adulto.

Em todos os seis primeiros filmes o duende foi interpretado com muito carisma por Warwick Davis (de Willow: Na Terra da Magia, 1988), embora a maquiagem pesada torne o pequeno ator quase irreconhecível.

Falando de maquiagem, este talvez seja o ponto mais positivo de O Duende. O trabalho do experiente maquiador Gabriel Bartalos (de Do Além e O Massacre da Serra Elétrica 2, ambos de 1986) é impressionante e extremamente realista.

Ainda que o filme tenha recebido críticas negativas na época do seu lançamento (e posteriormente também), podemos entender que a produção foi um sucesso comercial, pois custou em torno de US$ 900 mil e rendeu quase dez vezes mais, em torno de US$ 9 milhões, o que viabilizou toda uma enxurrada de sequências, algumas até superiores, diga-se de passagem.

No Brasil, O Duende foi distribuído na época do saudoso VHS pela hoje extinta Video Arte do Brasil. Já em DVD, a única versão disponível foi lançada pelo selo Dark Side em meados dos anos 2000. Para os curiosos que não conhecem o longa, ele está atualmente no catálogo da Lionsgate+ (junto com as partes 2 a 4, para assinantes) ou para locação pelo Prime Vídeo.

Enfim, o veredicto é que, se considerarmos o contexto trash da produção, o resultado é bem razoável: temos piadas (algumas até funcionam), um pouco de gore e um vilão interessante, apesar dos protagonistas cansativos daqueles que a gente adora torcer contra. A obra merece algum reconhecimento, embora seja conhecido mundo afora apenas como o primeiro filme protagonizado por Jennifer Aniston. Sim, merece uma conferida.

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