Rosemary’s Baby (2014)

4.6
(10)

Rosemary’s Baby
Original:Rosemary’s Baby
Ano:2014•País:EUA
Direção:Agnieszka Holland
Roteiro:Scott Abbott, James Wong
Produção:Joshua D. Maurer, Alixandre Witlin, David A. Stern, Zoe Saldana, Cisely Saldana, Mariel Saldana, Tom Patricia, Robert Bernacchi
Elenco:Zoe Saldana, Patrick J. Adams, Jason Isaacs, Carole Bouquet

Em 1967, o escritor norte-americano Ira Levin lançava seu segundo livro e obra-prima O Bebê de Rosemary, um romance de horror que viria a ser o maior best-seller do gênero da década de 60. No ano seguinte, impulsionado pelo sucesso do livro, a história foi adaptada para o cinema sob a direção de Roman Polanski. O Bebê de Rosemary (1968) obteve um sucesso estrondoso de público e crítica, sendo considerado até hoje referência e um dos maiores clássicos do cinema de terror.

Desde então, muito foi especulado sobre uma continuação, ou releitura, da história original. Em 1976, estreou diretamente para a televisão o fiasco Look What Happened to Rosemary’s Baby, e somente 30 anos depois do primeiro livro Ira Levin escreveu a sequência oficial, O Filho de Rosemary (1997). Apesar de narrativas diferentes, ambos os trabalhos receberam críticas negativas, sendo a continuação feita para a TV infinitamente pior que o livro.

Eis que, em 2014, o canal NBC anuncia Rosemary’s Baby (2014), uma minissérie baseada no livro homônimo de 1967. Dessa vez, a direção ficou a cargo da aclamada diretora polonesa Agnieszka Holland (O Jardim Secreto). Já o papel da protagonista Rosemary Woodhouse foi para Zoe Saldaña, conhecida por sua atuação em blockbusters do gênero ficção científica, como Avatar e filmes da franquia Os Vingadores. Apesar de mudanças consideráveis na história original, principalmente pelo fato de se passar em Paris e não mais em Nova Iorque, a minissérie consegue manter certa fidelidade à obra de Ira Levin.

A minissérie é dividida em dois episódios: Night 1 e Night 2. A primeira parte começa mostrando o suicídio de uma mulher chamada Nena (Victoire Bélézy), que pula da sacada de seu apartamento após se desentender com seu parceiro. Em seguida, conhecemos Rosemary e Guy Woodhouse (Patrick J. Adams). Nessa versão, Guy é um aspirante a escritor que atualmente passa por um bloqueio criativo. Acompanhado de Rosemary, sua esposa que acaba de sofrer um aborto espontâneo, Guy muda para a capital francesa para trabalhar como professor universitário. Não demora muito para sermos apresentados ao amigável casal Roman (Jason Isaacs) e Margaux Castevet (Carole Bouquet), que oferece aos Woodhouse um apartamento em seu luxuoso edifício, o mesmo que era de Nena. Enquanto a carreira de Guy subitamente começa a decolar, aumentam as suspeitas de Rosemary quanto às boas intenções dos seus benfeitores, e, em meio a uma série de estranhos acontecimentos, o casal decide tentar mais uma vez engravidar.

A segunda parte começa a partir da concepção do bebê e é centrada na gravidez da protagonista, repleta de dor e com muito suco de raiz-de-tanis. Ao contrário do filme original, que ora nos faz acreditar nas desconfianças de Rosemary, ora deixa em aberto a possibilidade de tudo não passar de fruto de sua imaginação, não há muito mistério quanto à sanidade da Sra. Woodhouse, pois logo na primeira parte fica claro que há bruxaria envolvida na história. Ao longo do segundo episódio, vemos todos aqueles que representam uma ameaça aos planos dos Castevet terem o mesmo destino fatal, e a última sequência de eventos segue quase que religiosamente os acontecimentos do filme original.

A minissérie apresenta tanto pontos positivos quanto negativos, vamos começar pela parte ruim. Não tem como não sentir falta do terror psicológico e do clima de suspense, brilhantemente construídos por Polanski. Em vez disso, há a inclusão de elementos gore e do fator sobrenatural, totalmente dispensáveis. Definitivamente, o maior pecado da versão de Agnieszka Holland é a falta de realismo: se a história protagonizada por Mia Farrow nos envolve a ponto de acreditarmos ser perfeitamente possível que nosso vizinho seja um bruxo satanista, a versão de 2014 se perde no misticismo.

Por outro lado, as mudanças no roteiro são justamente o ponto forte dessa adaptação moderna. Os novos personagens, com personalidades diferentes, mais jovens e sedutores, o clima parisiense, além de outras alterações importantes na narrativa, dão à velha e conhecida história um certo frescor, o que torna a minissérie mais excitante para quem já conhece o original. Um exemplo perfeito é o caso de Margaux e a icônica Minnie Castevet (Ruth Gordon), personagens tão diferentes que se torna impossível, e injusto, compará-las.

A minissérie é uma produção regular e uma boa pedida para um domingo à tarde, mas fica aí a dica: tente assistir sem comparar com o filme de 1968, caso contrário a decepção é quase que certa. Rosemary’s Baby (2014) está disponível na Amazon Prime para assinantes do canal Lionsgate+.

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Taison Natarelli

Biólogo e enfermeiro, nascido e criado em Jaboticabal-SP, a cidade dos zumbis e das “Sete Catacumbas”. Um geek apaixonado por filmes de terror e ficção científica, especialmente os slashers dos anos 70/80 e Jurassic Park.

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