Battle Beyond the Sun
Original:Nebo zovyot / Battle Beyond the Sun
Ano:1959 / 1962•País:União Soviética Direção:Mikhail Karyukov, Aleksandr Kozyr, Francis Ford Coppola Roteiro:Aleksey Sazonov, Evgeniy Pomeshchikov, Mikhail Karyukov Produção:Roger Corman Elenco:Ivan Pereverzev, Aleksandr Shvorin, Konstantin Bartashevich, Gurgen Tonunts, Valentin Chernyak, Viktor Dobrovolsky, Aleksandra Popova, Taisiya Litvinenko, Sergey Filimonov, Sergey Filimonov, Linda Barrett, Mikhail Belousov |
“Nos anos seguintes à grande guerra nuclear, quase toda a população desapareceu sobre a Terra devastada. Aqueles que sobreviveram à tragédia esperavam por uma nova vida, um novo futuro. Mas o mundo estava novamente dividido. Desta vez, foram erguidas novas fronteiras. O mundo estava dividido em duas partes. As duas potências foram chamadas de poderes: Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.”
Em 1959 a antiga União Soviética lançou o filme de ficção científica Nebo Zovyot, dirigido por Aleksandr Kozyr e Mikhail Karyukov. A produtora americana “American International”, de Roger Corman, como sempre atenta em oportunidades de gerar lucros, comprou os direitos do filme russo e fez a sua versão em 1962 com o título Battle Beyond the Sun, sob a responsabilidade de Francis Ford Coppola (o cultuado diretor da trilogia O Poderoso Chefão e de Apocalypse Now começou a carreira na equipe de Corman), utilizando o pseudônimo Thomas Colchart. O remake foi dublado em inglês reduzindo o tempo original passando para apenas 64 minutos de duração, alterando alguns diálogos, especialmente questões relacionadas aos soviéticos, e acrescentando algumas cenas novas, como a luta entre dois monstros fuleiros de exploração, simulando genitálias masculina e feminina, no melhor estilo do cinema de horror divertido e bagaceiro de Roger Corman.
Ambientado em 1997, um futuro distante para a época da produção, após a inevitável destruição do planeta com bombas atômicas, conforme informa a introdução narrada e reproduzida parcialmente no início desse texto, o novo mundo pós-apocalipse continua dividido em dois grandes países, o do Norte e o do Sul. As viagens espaciais com foguetes já são corriqueiras e a humanidade lançou uma estação na órbita da Terra. Mantendo uma rivalidade política entre as duas grandes potências do planeta, o foco agora é uma corrida espacial para chegar em Marte, o fascinante e ainda desconhecido planeta vermelho.
Enquanto o Hemisfério Sul saiu na frente, num projeto liderado pelo cientista Dr. Albert Gordon (Ivan Pereverzev) e o assistente Craig Matthews (Aleksandr Shvorin), que partem para Marte na nave “Mercury”, o Hemisfério Norte tenta reagir com o cientista Dr. Martin (Konstantin Bartashevich) e o Capitão Torrance (Gurgen Tonunts), que viajam no foguete “Typhoon”. Porém, a influência do campo magnético do Sol os direciona a caminho da destruição.
A nave do Sul decide abandonar a missão e parte em socorro dos rivais, e uma vez todos juntos eles são obrigados a aterrissar numa lua de Marte, ficando sem combustível. Outro foguete é enviado em missão de resgate, com o astronauta Paul Clint (Valentin Chernyak), mas ele não imaginaria que teria que enfrentar uma dupla de monstros bizarros.
A versão americana Battle Beyond the Sun pode ser encontrada no Youtube com a opção de legendas em português. O roteiro explora a tensão da Guerra Fria entre EUA e URSS num período turbulento, com ameaças constantes de bombas de destruição em massa, tanto que a história futurística mostra o mundo depois do apocalipse nuclear e que continua dividido em dois grandes blocos antagônicos.
A narrativa é lenta, fato que sempre incomoda apesar do filme ser curto, com pouco mais de uma hora de duração. E o que realmente interessa para os apreciadores do cinema fantástico bagaceiro são os divertidos efeitos práticos dos foguetes viajando pelo espaço exterior, a imensa estação espacial, as enormes bancadas cheias de botões, luzes piscando e mostradores analógicos, e as cenas no asteroide, com o ataque dos monstros fuleiros ao estilo dos filmes baratos de Corman (com direito a um pôster sensacionalista destacando os monstros, mesmo com participação pequena). Os realizadores russos tentaram fazer um filme mais sério, ao contrário de Corman e sua equipe, especialistas em apresentar elementos bagaceiros para agradar os fãs de suas tranqueiras. Os efeitos práticos são bastante toscos e datados quando em comparação com a computação gráfica do cinema moderno, mas são muito eficientes e impressionáveis para a época da produção.