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Hellboy e o Homem Torto
Original:Hellboy: The Crooked Man
Ano:2024•País:EUA, Alemanha, UK
Direção:Brian Taylor
Roteiro:Brian Taylor, Christopher Golden, Mike Mignola
Produção:Mike Richardson, Jeff Greenstein, Yariv Lerner, Jonathan Yunger, Les Weldon, Robert Van Norden, Sam Shulte
Elenco:Jack Kesy, Jefferson White, Adeline Rudolph, Martin Bassindale Hannah Margetson, Nathan Cooper, Carola Colombo

Nesta mais recente produção da franquia Hellboy, no final da década de 1950, o personagem acaba parando acidentalmente numa comunidade afastada, no interior das montanhas Apalaches, onde enfrenta estranhos acontecimentos causados por bruxas e seres sobrenaturais, e com o sinistro e misterioso “Homem Torto” assombrando a região.

Hellboy e o Homem Torto é uma adaptação para cinema do história de Mike Mignola e Richard Corben, duas lendas das histórias em quadrinhos. Com um orçamento bastante inferior aos filmes anteriores do filho do inferno, optou-se por um caminho bastante diferente, abraçando o terror e o suspense com muito mais força do que a ação e a fantasia. É a primeira vez que o criador do personagem, Mike Mignola, participa do filme com um roteiro próprio e tem uma voz mais ativa na direção da produção.

Mignola falou em diversas ocasiões sobre sua desaprovação e seu desgosto pelos três filmes anteriores, essencialmente discordando veementemente de como o Hellboy (e todo o resto dos personagens, organizações e história) era mostrado e conduzido. Para ele, era pra ser uma história de terror, sombria e mais discreta, com o tema principal sendo o filho do demônio destinado a destruir o mundo, mas que, ao ser criado pela humanidade, decide combater o mal ao invés de abraçá-lo.

Era pra ser algo como “olhem o que acontece nas sombras, sem ninguém saber”, com um tom um tanto melancólico e solitário, meio amargo e cansado, com um humor meio cáustico e autodepreciativo por parte especialmente do protagonista. Mignola nunca quis histórias espalhafatosas e coloridas e exageradas, onde o mundo era salvo a cada semana. Até poderia acontecer isso, mas seria em lugares ermos, cavernas ou lugares que ninguém sabe que existe.

E justamente em Hellboy e o Homem Torto, ele tenta mostrar uma história do relutante herói vermelho muito mais próxima da intenção original dos quadrinhos, como um episódio longo de uma série de terror sobrenatural, mas com o Hellboy.

Logo no começo, Hellboy (Jack Kesy) e uma agente de pesquisa do Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal, Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph), estão em um trem, transportando algo perigoso em uma caixa (teoricamente) segura. Ao passar por uma determinada região das montanhas Apalaches, a tal coisa causa um acidente no trem e escapa, com os dois agentes tendo que ir atrás dela. Ambos acabam encontrando estranhas figuras, pessoas simples que sofrem de ataques “de bruxas”, e são ajudados por Tom (Jefferson White), até o ponto que tem que enfrentar a entidade conhecida como o Homem Torto (Martin Bassindale) e as criaturas que servem a ele.

Seguem-se então sequências assustadoras que mostram do que o tal Homem Torto é capaz e ao que ele está sujeitando suas pobres vítimas. De um cerco em uma igreja antiga, com direito a ataque de mortos-vivos, até uma invasão de pesadelos a uma casa assombrada, o filme nos apresenta a uma noite bastante infernal na companhia de um herói que nem sempre é tão eficiente assim na sua cruzada contra o mal.

No geral, o filme diverte exatamente como um terror de baixo orçamento, ou um episódio de série sobrenatural para televisão, mas, como produção cinematográfica, não oferece muito mais que isso. A direção é razoável, competente, as atuações não chegam a ser ruins, mas são apenas isso, competentes. O Hellboy de Jack Kesy é exatamente o dos quadrinhos, sem adicionar absolutamente nada, nem uma gota do carisma de Ron Pearlman ou David Harbour; ele é o que está nos quadrinhos, e só. Os outros personagens são até legais, e o vilão é interessante o suficiente para estar no filme, e até dá vontade de vermos mais dele… mas não muita. A parte visual é boa e competente, considerando-se o orçamento, mas fraca e muito abaixo do esperado, na inevitável comparação com os filmes anteriores. Não são exatamente ruins, e algumas cenas são versões fiéis e idênticas às páginas originais do quadrinho.

Hellboy e o Homem-Torto é uma versão em cinema da história em quadrinhos original, mostrando um lado mais sombrio e assustador do personagem, do que é o seu “trabalho de campo” e o que ele enfrenta praticamente todo dia, com cores menos chamativas e mais sujas, sombras mais escuras e vilões feios e ruins. Para os fãs mais dedicados e antigos da obra de Mignola, o filme tem um apelo especial, pela proximidade com os painéis de Richard Corben, mas como um filme em si, deixa um tanto a desejar.

Talvez o próprio Hellboy (e sua mitologia) precise mesmo de uma adaptação mais forte, ou divergente da obra original, como fez Guillermo del Toro, para nos entregar uma boa produção nos cinemas. Este é um daqueles casos em que ser fiel à obra original não é tão bom quando pode parecer.

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4 Comentários

  1. Pesoal reclamando quer ver o Hellboy da Disney cheio de cores, efeitos muita purpurina….
    Aihnn, muito escuru, aihn, falta maquiagem… Ui, não gostei, gentem, cadê os unicórnios e bichinhos coloridos?

  2. Simplesmente o melhor filme de Hellboy, quem discorda está acostumado com filmes coloridos, militante e músicas pop.

  3. Achei muito ruim. Não consegui ficar até o fim.
    Hellboy Coadjuvante, um osso poderoso, um padre pecador que consegue tirar uma coisa boa do osso do mal e transformar em uma arma divina. Uma ajudante que faz um curso de 5 min com uma bruxa que não quer ser bruxa e derrota uma criatura que Hellboy não conseguiu. Melhor não continuar… Haha

  4. Como já imaginava, o pecado da fidelidade era certo aqui. Povo precisa entender, mídias diferentes requerem abordagens diferentes.

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