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Perdidos
Original:Perdidos
Ano:2014•País:México
Direção:Diego Cohen
Roteiro:Diego Cohen
Produção:Diego Cohen, Alvaro Gonzalez Kuhn, José Antonio Hernández, Adriana Ortega, Walter Schroeder Vasquez
Elenco:Carlos Moreno Cravioto, Román García, Orlando Moguel, Eduardo Montes, Daniela Mosca Steinhauer, Adrián Romero

Perdido entre inúmeros “found footages“, lançados na década passada, este longa de Diego Cohen (Romina, 2018)encontra-se disponível no Prime Vídeo, com som original e legendas em inglês. Nem a própria plataforma teve interesse em tornar esta produção mais acessível por aqui, o que já deixa transparecer sua qualidade ou baixa popularidade. Será que esse longa é tão ruim assim ou o infernauta pode explorar sem medo suas habilidades de leitura em inglês de ensino médio? Com certeza, acredite na primeira possibilidade.

Trata-se de um genérico mexicano que facilmente pode ser confundido com tantos outros parecidos, feitos na mesma época. Seu diferencial está na exploração da tela escura e de sons demoníacos (lá pelas tantas, achei que tinha tigre um solto no local), e as referências ao cinema pop do mesmo estilo. Personagens mencionam A Bruxa de Blair, Atividade Paranormal e até cantam a música-tema dos Caça-Fantasmas, e ficamos com vontade de vê-los morrer das formas mais dolorosas. Pena que nem tudo acontece como gostaríamos.

Depois de captações em áudio de um exorcismo judaico, vem a informação que, em setembro de 2012, quatro estudantes desapareceram durante a realização de um documentário no mesmo local, um prédio abandonado na região central do México, no bairro de Santa María La Ribera. Lalo (Eduardo Montes) vai ao local com o apoio de Lúcio (Adrián Romero), Roman (Román García) e Daniela (Daniela Mosca Steinhauer), planejando o arroz com feijão: colocar câmeras nos corredores e ambientes e ainda andarem pelo local com registros e provocações para a manifestação de alguma entidade presente no edifício.

Assim, durante a primeira metade, as únicas situações estranhas envolvem uma sombra que é vista em uma parede e a queda de uma câmera, ocasionando acusações entre eles. O caseiro, Don Mateo (Orlando Moguel), atiça os curiosos sobre o que se esconde na sala 18, trancada apenas com um arame. É claro que logo alguém vai adentrar no ambiente, com inscrições hebraicas e abrirá um baú, de onde o tal demônio aprisionado no começo terá sua chance de fazer vítimas. Paredes que “se movem“, mais sombras, efeito de instagram no espelho e personagens sendo puxados para locais completam o pacote “found footage genérico“.

Filmado em dez dias, no mesmo local de Família Gang, ao qual Cohen foi editor, Perdidos passou pelo Festival Mórbido e teve nos cinemas mexicanos em 88 salas. O diretor disse em entrevista que queria mostrar um horror sutil, mas realista. Infelizmente, exagerou no sutil, esquecendo do principal que outros filmes, como Grave Encounters, souberam fazer um pouco melhor: não adianta esconder seus monstros, imaginando que apresentará um novo A Bruxa de Blair. O efeito “não mostrar a bruxa” foi um fenômeno isolado, conseguido numa época em que o estilo ainda se desenvolvia.

Perdidos é a prova de que somente a ambientação não é suficiente para despertar arrepios. É preciso ir além, provocar também o espectador, se quiser que seus demônios assombrem alguém!

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