Instinto Materno
Original:Mothers' Instinct
Ano:2024•País:EUA, Bélgica, França, UK Direção:Benoît Delhomme Roteiro:Barbara Abel, Sarah Conradt, Olivier Masset-Depasse Produção:Jacques-Henri Bronckart, Kelly Carmichael, Jessica Chastain, Anne Hathaway, Paul Nelson Elenco:Jessica Chastain, Anne Hathaway, Anders Danielsen Lie, Josh Charles, Eamon Patrick O'Connell, Caroline Lagerfelt, Baylen D. Bielitz, Steve Routman, Keeley Miller, Joel Nagle, T.L. Flint |
Suspense dramático que une duas das mais belas e talentosas atrizes da atualidade, ambas muito bem em seus papéis. As vizinhas Alice (Jessica Chastain) e Celine (Anne Hathaway) são também super amigas, casadas com maridos bem sucedidos e com maravilhosos filhos da mesma idade. Essas famílias tem um estilo de vida bastante tradicional, com homens provedores e mulheres cuidando da casa, num ambiente bem comum aos filmes que se passam no início dos anos 60 e que retratam famílias americanas vivendo em subúrbios “quase” perfeitos.
Contudo, uma tragédia (quem viu o trailer já sabe, infelizmente) irá romper esse equilíbrio aparentemente harmônico, inserindo paranoia, culpa e suspeita num enredo que, se o desenvolvimento não traz grandes surpresas, ao menos é prazeroso de se acompanhar, gerando certa tensão e curiosidade sobre o desfecho.
A meu ver, o final é um dos grandes trunfos do filme, já que eleva a experiência cinematográfica com um desenlace corajoso, fugindo das convenções do gênero, principalmente em se tratando de um produto hollywoodiano.
O outro grande trunfo do longa reside especialmente na atuação das duas atrizes que ombreiam em qualidade e carisma, nublando por completo a figura já apagada dos maridos. Enquanto as mulheres tem voz e profundidade, o roteiro não se esforça em dar mais camadas aos homens, focando totalmente no embate entre as oscarizadas Jessica Chastain e Anne Hathaway, que carregam o filme nas costas.
Esse é o terceiro filme estrelado pelas duas, já que atuaram em Interestelar (2014) e Armageddon Time (2022), contudo apenas neste filme elas compartilham cenas.
Estreia na direção de Benoit Delhomme, responsável pela fotografia de Os Infratores (2012) e No Portal da Eternidade (2018), trata-se de uma versão americana de um longa francês de 2018, que por sua vez é uma adaptação de um livro de Barbara Abel com o mesmo nome.
É por vezes previsível e com algumas situações clichê principalmente para os antenados no gênero, contudo tudo é muito bem feito e interpretado, razão pela qual, sem muita pretensão, vale a pena assistir esse thriller psicológico atualmente em locação nas plataformas de streaming.
Quem gostou pode continuar acompanhando a jornada dos personagens na continuação do livro original recentemente lançado no Brasil. Trata-se de Além do Instinto, também escrito por Barbara Abel, já a venda das livrarias.
Nem sabia que tinha a continuação do livro. Que Bélgica e França façam a continuação do seu filme então.