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Popeye the Slayer Man
Original:Popeye the Slayer Man
Ano:2025•País:EUA
Direção:Robert Michael Ryan
Roteiro:Robert Michael Ryan, Jeff Miller, Cuyle Carvin, E.C. Segar, John Doolan
Produção:Alysa Blasetti, Cuyle Carvin, Jeff Miller, Robert Michael Ryan, Nathan Todaro, Alexander Tucker
Elenco:Jason Robert Stephens, Angela Relucio, Sarah Nicklin, Elena Juliano, Marie-Louise Boisnier, Scott Swope, Mabel Thomas, Sean Michael Conway, Richard Lounello

Se existe algo de positivo em Popeye the Slayer Man, pode-se dizer que é o trocadilho do título, algo que a tradução jamais conseguiria provocar. É bem possível que o conceito surgiu a partir dele, quando numa reunião de produtores, alguém fez a brincadeira e algum executivo deve ter respondido: “take my money“. Daí, oito mãos – sim, o argumento partiu de quatro indivíduos – rascunharam a ideia, provavelmente em um guardanapo de restaurante gourmet, enquanto saboreavam algum molho de espinafre, e deram para John Doolan desenvolver o roteiro. É bem provável que boa parte dos conceitos e até do roteiro tenham vindo durante as gravações: “olha, acho que isso vai ficar legal.“, “Popeye podia não só arrancar o couro cabeludo, mas colocar a vítima para ser esmagada em uma máquina, o que acham?

O personagem nasceu em 1929, numa concepção de Elzie Crisler Segar numa tira de jornal. O simpático marinheiro de um olho só até então não tinha um nome específico, sendo referido como parte da série Thimble Theatre até a morte de seu criador, em 1938. Elzie teve a oportunidade de vê-lo ganhar movimentos, quando o famoso animador Max Fleischer transformou o personagem em um desenho, em 1933. Com várias mudanças de artistas e adaptações, Popeye virou um herói popular, com mais destaque nos quadrinhos e na televisão, até alcançar sua versão live action em 1980, por Robert Altman, numa comédia que destacava Robin Williams como o protagonista e Shelley Duvall como Olivia Palito. Por anos, estúdios discutiram a possibilidade de um novo filme com o personagem, tendo como última nota em 2024 com a intenção da Chernin Entertainment de desenvolver uma adaptação. Porém, em 2025, Popeye foi mais uma vítima do domínio público, permitindo que tranqueiras como este filme fossem rapidamente realizadas.

Trata-se de um slasher bastante convencional, com um fio narrativo bastante tênue por trás. Nem são necessárias muitas linhas para dizer do que se trata: começa igual a vários do estilo, com uma moça, Adrienne (Sarah Nicklin), fugindo de dois homens até uma velha fábrica de conservas de Anchor Bay. Mesmo conscientes da lenda do “marinheiro fantasma“, Miguel (Joel Frometa) e Vincent (Christian Elan Ortiz) a perseguem até descobrir que o que dizem é verdade. Antes de finalizar a moça, ele diz ao ouvir um “você é um monstro.“: “Eu sou o que sou.“, bordão do personagem.

Essa fábrica está em vias de ser demolida pelo rico empresário Lex (Richard Lounello), por intermédio de Margot Harrigan (Angela Relucio), num encontro que acontece no próprio local, apenas para apresentar futuras vítimas como o segurança Angus (Scott Swope), que terá um breve encontro com Popeye. Enquanto isso, o jovem universitário Dexter (Sean Michael Conway) está reunindo uma equipe para filmar um documentário sobre a lenda antes da destruição do prédio: Olivia (Elena Juliano), seu interesse amoroso; Lisa (Marie-Louise Boisnier) e o “talvez seja” namorado Seth (Jeff Thomas), além da bargirl Katie (Mabel Thomas), que sofre violência no seu relacionamento com o agressivo Joey (Steven McCormack). Todos, incluindo dois capangas de Joey, em breve estarão rondando o local, tendo encontros ocasionais com um homem que sofreu mutação com espinafre, usando uma óbvia máscara de látex e destacando seus forçudos antebraços.

Embora não seja um found footage, Dexter coloca câmeras no local, numa ação que não significa absolutamente nada. Quando o Popeye assassino começa a atacar violentamente o grupo, o único fato que importa é a relação dele com a Olivia, carta da manga de defesa dos jovens. Nenhuma cena de violência impressiona: braços arrancados, olhos furados, pescoço torcido são partes do catálogo do “slayer man“, sendo que alguns ali morrem simplesmente por serem idiotas, como o casal que pouco tempo antes apresentou o rico diálogo: “Quero somente estar em cima de você.“, “Mas eu também posso estar em cima de você“, com os roteiristas promovendo essa possibilidade de maneira irônica.

Pelo menos, no multiverso do domínio público de personagens infantis, este é o mais assistível, se comparar com os pavorosos Mouse Trap, Screamboat e Alice no País das Trevas. Não força a risada nem provoca sustos, e nem há o exagero dos poderes incríveis do vilão. Pode ser que sua condição slasher bagaceira traga algum entretenimento aos fãs de “qualquer coisa do gênero“, saboreando o longa de Robert Michael Ryan como um delicioso complemento de espinafre.

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