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Holland
Original:Holland
Ano:2025•País:EUA
Direção:Mimi Cave
Roteiro:Andrew Sodroski
Produção:Kate Churchill, Peter Dealbert, Nicole Kidman, Per Saari
Elenco:Nicole Kidman, Gael García Bernal, Matthew Macfadyen, Jude Hill, Jeff Pope, Isaac Krasner, Lennon Parham, Rachel Sennott

A história é ambientada nos anos 2000, na charmosa cidade de Holland, uma colônia holandesa situada no estado de Michigan. Nancy Vandergroot (Nicole Kidman) – professora e dona-de-casa – leva a vida perfeita, fazendo parte de uma típica família norte-americana de classe média, com seu marido Fred (Matthew Macfadyen), um respeitado optometrista, e seu filho Harry (Jude Hill), um adolescente de 13 anos.

Devido às constantes viagens de Fred – supostamente a trabalho – Nancy começa a suspeitar de que seu marido – diácono da igreja e pilar da comunidade – possa estar tendo um caso extraconjugal. A meticulosa esposa então pede ajuda a Dave (Gael García Bernal), seu colega de trabalho – um professor e imigrante latino – para investigar o marido. Mas o que deveria ser apenas uma brincadeira de detetive sobre a provável traição do marido, acaba tendo mais desdobramentos do que o esperado. O sonho americano, ou holandês, da família Vandergroot parece estar por um fio com o surgimento de outros segredos mais obscuros e reviravoltas.

As críticas sociais relacionadas ao estereótipo da família perfeita, ao casamento tóxico e, principalmente, à hipocrisia do “cidadão de bem” e conservador são válidas, mas ao mesmo tempo repetitivas. Os plot twists do final não são suficientes para surpreender o espectador, que a essa altura do campeonato já viu a mesma fórmula sendo utilizada em outros momentos, vide O Assassino de Clovehitch (2018) e Verão de 84 (2018).

O filme tem seus aspectos positivos. A estética é marcante, agradável e ao mesmo tempo macabra. A atuação de Kidman também está no ponto, mostrando mais uma vez sua versatilidade e nos fazendo recordar de Mulheres Perfeitas (2004), sim, Nancy daria um perfeita Stepford wife. Existem diversos momentos em que passamos a duvidar da sanidade mental da Sra. Vandergroot, que protagoniza atitudes e cenas pouco críveis, algumas até beirando uma fuga da realidade. Permanece a dúvida: Nancy era, de fato, a voz da razão durante todo esse tempo, ou apenas mentalmente instável?  Entretanto, as fragilidades do roteiro fizeram com que um elenco forte, que tinha tudo para se sobressair, acabasse sendo mal aproveitado.

O filme tem algumas curiosidades interessantes. O roteiro de Holland foi escrito, originalmente, em 2013, figurando no topo da The Black List daquele ano. Inicialmente, Bryan Cranston, Edgar Ramirez e Naomi Watts haviam sido cotados para protagonizar o longa e a direção ficaria a cargo de Errol Morris. Além disso, a história de Nancy, Fred e Dave iria se passar nos dias atuais, ou seja, em 2013, mas a diretora optou pela ambientação nos anos 2000, por sentir uma conexão maior com essa “era” específica, e alegando que se encaixaria melhor com alguns aspectos da narrativa.

Infelizmente, Holland caiu numa perigosa armadilha: aquele filme que tenta ser muita coisa, mas acaba não emplacando em nenhuma área. Tenta ser um bom suspense, mas falta tensão e mistério, tentar ser uma comédia, mas não chega a ser tão engraçado, tenta tecer críticas sociais, mas soa como uma sobremesa repetida. Enfim, vale a pena ser conferido apenas pelo elenco, pela estética e, talvez, pelo tom macabro e alucinógeno de algumas cenas. Holland está disponível no Prime Video.

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