![]() Prédio Vazio
Original:Prédio Vazio
Ano:2025•País:Brasil Direção:Rodrigo Aragão Roteiro:Rodrigo Aragão Produção:Rodrigo Aragão, Mayra Alarcon Elenco:Gilda Nomacce, Rejane Arruda, Lorena Corrêa, Caio Macêdo, Temla Lopes, Walter Filho, Leonardo Magalhães |
Acho que toda cidade grande tem aquele prédio que existe há décadas e é meio famoso por carregar uma ou outra história estranha, sempre envolvendo algum crime, assassinato, suicídio, e até aparições sobrenaturais. O mais novo longa de Rodrigo Aragão, Prédio Vazio, se inspira justamente nesse elemento do folclore urbano, percorrendo uma narrativa bem comum em muitas das grandes cidades, em uma produção cheia de acertos.
A história começa nos apresentando um casal de idosos, moradores do antigo Edifício Magdalena, localizado em Guarapari, Espírito Santo, numa cena bonita de cuidado e afeição mútua. Toda essa delicadeza, no entanto, é cortada com a morte do idoso, que padece aterrorizado com a visão de uma presença sinistra que habita o prédio e se esconde dos olhares.
Na sequência, somos apresentados ao núcleo central de personagens, Marina (Rejane Arruda), hospedada no prédio durante os dias de carnaval, e sua filha Luna (Lorena Corrêa), que anda tendo sonhos assustadores com a mãe, e resolve ir a Guarapari encontrá-la. Há também a zeladora do prédio, Dora (Gilda Nomacce), figura de atitude estranha e que conhece os segredos guardados nas paredes bolorentas do Magdalena. Na busca por sua mãe, desaparecida nos esconderijos do Magdalena, logo Luna é envolvida pela teia sobrenatural que se espalha por todo o edifício.
Em seu sétimo longa, Rodrigo Aragão aposta num “terror urbano”, uma linha bem diferente do que vinha fazendo em seus trabalhos anteriores, onde apostava a ação em ambientes rurais, mas ainda com forte veia “folclórica” sustentando as narrativas. A fotografia também se inspira muito nos gialli, referência declarada do diretor, ainda que o excesso de luz dificulte a execução de climas mais sombrios.
Um dos destaques são os efeitos práticos e de maquiagem. A escolha de “mãos” que surgem dos cantos e tocam os “vivos”, reforçando a sensação de uma presença nos ambientes é muito bem sacada, lembrando muito as produções japonesas e coreanas, na linha de Ju-On e similares. O prédio, fictício e personagem principal do filme, também é muito bem desenhado e com muitos detalhes que ressaltam a característica “mal assombrada” do lugar.
No elenco, destaca-se a presença de Gilda Nomacce, como Dora, muito à vontade no papel e com bom domínio de cena, assim como os demais companheiros de elenco, com seus personagens interessantes e realistas – especialmente Caio Macedo, que interpreta o namorado de Luna, um alívio cômico talvez involuntário e funcional.
Prédio Vazio foi o vencedor do Prêmio Retrato Filmes na 28ª Mostra de Tiradentes, que aconteceu no início deste ano, e concedeu um contrato de distribuição e um investimento de R$ 100 mil para a campanha de lançamento da produção. É criativo e prático como todo bom horror deve ser, e uma boa pedida para os fãs do gênero abertos a uma boa novidade. Estreia nesta quinta-feira nos cinemas de todo o Brasil.
Imperdível!