![]() Alien: Earth
Original:Alien: Earth
Ano:2025•País:EUA, UK, Tailândia Direção:Dana Gonzales, Ugla Hauksdóttir, Noah Hawley Roteiro:Noah Hawley, Robert De Laurentiis, Bobak Esfarjani, Lisa Long, Maria Melnik, Migizi Pensoneau Produção:Chris Lowenstein, Maria Melnik, Regis Kimble, Kristy Reed Elenco:Sydney Chandler, Alex Lawther, Essie Davis, Samuel Blenkin, Babou Ceesay, Adarsh Gourav, Erana James, Jonathan Ajayi, David Rysdahl, Diêm Camille, Moe Bar-El, Timothy Olyphant, Kit Young, Sandra Yi Sencindiver, Lily Newmark |
Quando uma máquina não é uma máquina? O quanto Alien Earth está longe de ser algo digno de Alien, o Oitavo Passageiro (Alien, 1979)? O terceiro episódio, “Metamorphosis“, com a direção de Dana Gonzales, a partir de um roteiro do criador da série, Noah Hawley, e parceria de Robert De Laurentiis, veio com a proposta de colocar Wendy (Sydney Chandler) em ação contra o Xenomorfo que sequestrou seu irmão Joe (Alex Lawther) já nos primeiros minutos. Numa corrida pelas estruturas, entre a nave e o prédio em ruínas, ela o encontra preso em um contêiner de armazenamento de carne congelada. Mesmo com os gritos de Joe sobre aquilo ser uma armadilha, ela o liberta para ambos terem um confronto interessante no galpão.
Por qual intenção o Xenomorfo prenderia um rapaz, visando capturar um sintético, se não o auxilia na proliferação de sua espécie? Seria mais adequado se o rapaz fosse conduzido aos ovos, onde habitam os facehuggers. De toda forma, a batalha, sem nunca mostrar o Xenomorfo por inteiro, é bem intensa, finalmente explorando o sangue ácido das criaturas. Mesmo decapitando-o, Wendy é seriamente agredida e, junto com o irmão, conduzida para a ilha Neverland da empresa Prodigy para duas ações: uma tentativa de reabilitação da garota por ser a preferida de Kavalier (Samuel Blenkin) e um uso experimental de Joe, que trará consequências provavelmente no quarto episódio.
Nesse terceiro, há mais explicações sobre as intenções da Prodigy com os Garotos Perdidos, além de um acréscimo válido para a franquia Alien: os ovos somente se abrem na presença uma criatura orgânica, o que justifica os jovens não terem provocado o salto dos facehuggers antes. Também é explorado mais o papel de Kirsh (Timothy Olyphant), como um sintético consciente e atuando por razões próprias, a partir da missão bem sucedida de exploração da Maginot. Outro avanço mostrou o encontro do segurança ciborgue Morrow (Babou Ceesay) com os jovens Smee (Jonathan Ajayi) e Slightly (Adarsh Gourav), ambos atuando como crianças de maneira mais convincente. Ele coloca um dispositivo no pescoço de Slightly, que permitirá uma comunicação constante, uma vez que a Yutami quer os espécimes que a Prodigy conseguiu levar para seus domínios. E o rapaz quer amigos.
Um desses parece ter tido algum efeito em Nibs (Lily Newmark), aparentemente atordoada pelo contato, além de fazer perguntas sobre sua própria condição a Curly (Erana James), algo que funciona para orientar o espectador e trazer algumas respostas. “Por que Peter Pan?” Porque são crianças que nunca vão crescer, assim como a empresa Prodigy é organizada por um jovem prodígio, com altas capacidades. “Por que Wendy pode escolher o nome Wendy?” Porque ela foi a primeira. “Por que somos chamados de Garotos Perdidos, se nem todos somos do sexo masculino?” Uma das questões acaba até provocando em Curly um pensamento sobre ser a “primeira“: “Meu pai sempre jogava a primeira panqueca fora.”
Já nos experimentos com Joe, Kirsh retira do Xenomorfo morto um verme e o utiliza em um dos pulmões de Joe, também extraído. Como Wendy é atraída pela criatura, como já havia acontecido no episódio anterior na Maginot, fica a dúvida se existe alguma conexão entre eles ali. Será que Wendy tem algo além de um corpo sintético e a mente de uma pré-adolescente? Será que a Prodigy planeja futuramente utilizar a carcaça de um alienígena com a mente de alguém ali, como o próprio Kavalier, o que vai produzir o primeiro alienígena com mente humana? Muitas divagações antes da metade da temporada.
Houve uma melhora significativa na série a partir deste episódio. Para quem espera algo na mesma linha da franquia Alien, vai ser decepcionar. A série tenta explorar os meios científicos para ir além de um produto de monstros à solta no mundo. Até o momento, as cidades futurísticas não estão sendo realmente exploradas para justificar a relação com a Terra, até porque partes das ações acontecem em ambientes fechados, como o interior de uma nave. Com bons efeitos e um enredo mais intrigante, parece que Alien Earth começa a se metamorfosear para uma série com vida própria, longe de Nostromo e do espaço.
Alien Earth – 1º e 2º Episódios
![]() Alien: Earth
Original:Alien: Earth
Ano:2025•País:EUA, UK, Tailândia Direção:Dana Gonzales, Ugla Hauksdóttir, Noah Hawley Roteiro:Noah Hawley, Robert De Laurentiis, Bobak Esfarjani, Lisa Long, Maria Melnik, Migizi Pensoneau Produção:Chris Lowenstein, Maria Melnik, Regis Kimble, Kristy Reed Elenco:Sydney Chandler, Alex Lawther, Essie Davis, Samuel Blenkin, Babou Ceesay, Adarsh Gourav, Erana James, Jonathan Ajayi, David Rysdahl, Diêm Camille, Moe Bar-El, Timothy Olyphant, Kit Young, Sandra Yi Sencindiver, Lily Newmark |
Os Xenomorfos estão deixando o espaço, o jogo Alien Isolation e o Cinema para alcançar o formato das séries de TV. É um conceito planejado anos antes do lançamento de Alien Romulus, com a proposta inusitada de trazer a poderosa raça alienígena para o Planeta Terra. Não é novidade desde os crossovers com os predadores em dois filmes, embora estes sejam amplamente ignorados pela franquia. Também não faz parte de seu idealizador, Noah Hawley, estabelecer qualquer elo com Prometheus e Alien Covenant, como se fossem produções à parte, mas com as mesmas criaturas em todas as suas etapas de evolução.
A série Alien Earth teve sua estreia na plataforma Disney+ em 12 de agosto com a exibição dos dois primeiros episódios, “Neverland“, dirigido por Noé Hawley, e “Mr. October“, sob o comando de Dana Gonzales. Em linhas gerais, o produto pretende explorar as empresas que comandam a tecnologia mundial, como a já amplamente conhecida Weyland-Yutani, além da Prodigy Corporation, em uma disputa simular à corrida espacial da década de 60, destacando os EUA e a União Soviética no período conhecido como Guerra Fria. Ambas almejam dominar a produção de ciborgues, sintéticos e híbridos, a partir de espécimes coletados no espaço, vistos como uma possibilidade animadora de aumentar (ou eternizar) a sobrevida humana.
“Neverland” já mostra essa intenção na referência a Peter Pan e os Garotos Perdidos da Terra do Nunca. Na Terra, na ilha de pesquisa Neverland, da Prodigy, crianças com doenças terminais e deficiências físicas fazem parte de um projeto de transferência de consciência para um ser sintético, na produção dos chamados híbridos. A primeira delas, Marcy Hermit (Florence Bensberg), é transferida para o corpo de um ser adulto que ela o chama de Wendy, com excelente resistência física e imortalidade. Depois, ela ajuda na transferência de outras crianças para os futuros híbridos Tootles (Kit Young), Smee (Jonathan Ajayi), Nibs (Lily Newmark) e Curly (Erana James), sob a supervisão do sintético Kirsh (Timothy Olyphant) e dos coordenadores do projeto, Kavalier (Samuel Blenkin) e sua colega Dame Sylvia (Essie Davis).
Com as manutenção de sua consciência, Wendy passa boa parte de seu tempo acompanhando os passos do irmão Joe Hermit (Alex Lawther), médico da Força de Segurança da Prodigy Corporation. Quando a nave de pesquisa da Weyland-Yutani, USCSS Maginot, cai na Terra, ela pede para participar da ajuda no resgate das vítimas com a intenção de se aproximar do irmão, tendo o desejo concedido. Contudo, ela os “garotos perdidos” não sabem que Maginot trazia um zoológico de espécimes, capturados em sua exploração espacial, incluindo um Xenomorfo adulto que ocasionou a queda, matando toda a tripulação, menos o oficial de segurança Morrow (Babou Ceesay), com intenções obscuras.
O segundo episódio traz a exploração nos destroços da nave e do prédio, com espécies de alienígenas fazendo vítimas, incluindo, claro, o Xenomorfo. Os híbridos também estarão no local, entre corpos da equipe de resgate e dos moradores do edifício, mesmo que ainda não entendam o objetivo da nave e os que seriam as criaturas à solta. E, claro, irá promover o aguardado encontro entre Wendy e Joe, além de avançar nas intenções da Prodigy e da Weyland-Yutani no acesso aos espécimes.
Com duração de média metragem, Alien Earth faz algumas breves referências ao universo Alien, como toda a cena inicial do filme de 1979 sendo reproduzida, desde o despertar dos tripulantes ao café da manhã. Se o fan service cumpriu seu papel, outros pontos deixaram a desejar, como os aspectos técnicos: a evidência de CGI e chroma key é exagerada, assim como os efeitos de movimentação do alienígena e outras criaturas. A fotografia poderia trazer um aspecto mais sombrio, sem seus excessos claros e superficiais. Pode-se sentir falta do sangue ácido e da “língua” do Alien, que fazia estragos atravessando suas vítimas. Aqui parece que o monstro é apenas um animal agressivo, saltitante, e que faz uso de garras para eliminar suas vítimas.
Também não me empolgou o drama familiar de Wendy no encontro do irmão. É cedo para saber se há uma intenção da Prodigy de permitir a aproximação dos dois, pois era mais do que evidente que a garota teria se oferecido na missão por propósitos pessoais. E não entendi a necessidade de a todo momento tentar provar que os híbridos estão em corpos de adultos mas são crianças, forçando-os a ter comportamento infantil até na ridícula cena do avião de papel. E vamos ver como os Xenomorfos “oficiais” irão se comportar na Terra, pois os dois primeiros episódios foram ambientados na nave ou nas ruínas do prédio, sem muita diferença dos demais filmes.
Com produção de Ridley Scott e trilha sonora do Black Sabbath e Tool, Alien Earth ainda tem seis episódios para justificar sua realização e, quem sabe, promover uma nova temporada. De acordo com o showrunner, a sobrevida da série trará uma proximidade com o primeiro filme, uma vez que se passa dois anos antes, em 2120. Até o momento, trata-se de uma produção mediana, com elementos de ficção científica e uma criatura à solta, distante da claustrofobia da Nostromo.