![]() Echo Valley
Original:Echo Valley
Ano:2025•País:EUA Direção:Michael Pearce Roteiro:Brad Ingelsby Produção:Brad Ingelsby, Michael Pruss, Ridley Scott, Kevin J. Walsh Elenco:Julianne Moore, Sydney Sweeney, Domhnall Gleeson, Fiona Shaw, Edmund Donovan, Albert Jones, Kyle MacLachlan, Katya Campbell, Melanie Nicholls-King, Rebecca Creskoff, Audrey Grace Marshall, Jared Canfield, John Finn |
Kate (Julianne Moore), ainda devastada pelo sentimento de luto após a morte da esposa, tem de lidar com problemas financeiros e a filha drogada Claire (Sydney Sweeney), que aparece determinada noite coberta de sangue alheio pedindo ajuda para mãe. O sentimento materno de proteção toma o lugar da razão e Kate entra num espiral de violência, chantagem e manipulação.
Vamos começar pelos (poucos) pontos positivos do longa: as duas protagonistas estão ótimas (difícil achar uma interpretação ruim de Julianne Moore, e Sydney Sweeney se aprimora e testa seus limites em cada novo papel, como vimos o ano passado com Imaculada), a veracidade impressa na tela da relação entre mãe e filha é crível, os arroubos/desafios de lidar com uma pessoa dependente química é impactante e o bom motor propulsor inicial do roteiro, que é o acobertamento pela mãe dos males cometidos pela filha, na vã esperança de uma mudança e reconstrução de uma relação desgastada.
Assim, com esses pontos positivos, esse suspense dramático vai bem até pela metade. Na realidade, a situação começa a degringolar quando o personagem de Domhnall Gleeson (um traficante com maiores aspirações) reaparece…as ações desse traficante fogem da lógica empregada até o momento, o que torna o personagem inverossímil.
Aliás, inverossímil é tudo o que acontece a partir daí, inclusive a longa e didática explicação do plot twist final, que derruba o filme por completo. O bom apelo dramático e o morno suspense sucumbem a uma resolução esdruxula, ridícula até, que acaba com qualquer chance da experiência cinematográfica ser minimamente satisfatória. Esse é aquele tipo de reviravolta que pretende ser esperta, mas é tão rocambolesca que não há como se levar a sério. Aliado a isso, temos uma direção que não ajuda, pois algo que poderia sem mantido nas entrelinhas é explicado tintim por tintim, para não deixar dúvidas até para os espectadores que eventualmente cochilaram no decorrer do longa.
Esse roteiro, por incrível que possa parecer, foi escrito pelo mesmo cidadão que fez a excelente minissérie Mare of Easttown, disponível na HBO (assistam!!!). Brad Ingelsby escreveu também o roteiro do novo filme de Paul Greengrass chamado O Ônibus Perdido (2025). Espero sinceramente que Echo Valley tenha sido apenas um tropeço e que ele nos apresente algo do mesmo quilate que Mare of Easttown nesse novo longa.
Quem quiser se aventurar, Echo Valley está na Apple TV, streaming com ótimas séries, mas que anda devendo muito na qualidade de seus longas metragens exclusivos.