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Project MKHEXE
Original:Project MKHEXE
Ano:2025•País:EUA
Direção:Gerald Robert Waddell
Roteiro:Gerald Robert Waddell
Produção:Ryan Binse, Sebla Demi, Gerald Robert Waddell
Elenco:Ignacyo Matynia, Jordan Knapp, Will Jandro, Jennifer Lynn O'Hara, Dwayne Tarver, Sebla Demi, Joe Solana Simon

Em pleno 2025, tem ainda quem acredite em filmagens encontradas e a necessidade de registrar absolutamente tudo. Tudo bem que muitas dessas produções são ambientadas em anos anteriores, como Project MKHEXE, que aponta os acontecimentos para 2013. Mas, mesmo nesse ano, com tantas produções lançadas na época – só no Boca do Inferno, há 19 produções found footage analisadas -, o que o longa de Gerald Robert Waddell poderia trazer de diferente? Pesquisa sobre uma lenda urbana envolvendo conspiração do governo, datando do século anterior, nem é tão inovador assim: Banshee Chapter, lançado – pasmem! – em 2013, aborda o projeto MK-Ultra, da CIA, que já envolvia aplicação de drogas para fins de controle da mente.

Assim, Project MKHEXE é só mais uma produção, feita com a mesma fórmula, e que tenta ser mais do que é. Até possui um bom trabalho de edição, nos cortes rápidos de Alex Tsagamilis, e traz uma narração dinâmica, com muitas imagens ilustrativas e fontes diversas, e que pode ser interessante para quem gosta de teorias governamentais e assiste a vídeos no youtube com o relato de mistérios da humanidade. Mas é um pouco cansativo, tendo quase duas horas de duração – talvez esteja aí a diferença -, e que, depois de tanto conteúdo, resolve fazer um intervalo discutindo a relação do protagonista com a família e com a moça que o acompanha no documentário.

Após o suposto suicídio de seu irmão, Tim Wilson (Ignacyo Matynia), que ignorou uma chamada dele na noite em que morreu, resolve registrar sua investigação particular que o conduziu a essa drástica atitude. A partir do funeral de Sean (Will Jandro), ele começa a filmar tudo até mesmo a estranha ação de seus pais, a sorridente Gloria (Jennifer Lynn O’Hara) e o marido Donald (Dwayne Tarver), que durante a madrugada resolve jogar tudo do filho falecido fora. Taí uma típica situação que só acontece nos filmes found footage: você está em casa, ouve um barulho e resolve filmar seus passos até o local, usando a câmera do celular como seus olhos, mesmo sabendo que há grandes chances de não ser nada. Quem nunca?

Recolhendo desenhos, pesquisas, cadernos e materiais de registro, Tim passa a realizar um documentário, entrevistando parentes e amigos de Sean e explorando tudo o que ele deixou para trás. Com a ajuda de uma conhecida de Sean, Nicole Martin (Jordan Knapp), o rapaz desconfia, através dos vídeos do celular do irmão e alguns HDs, que ele talvez tenha sido assassinado ou enlouquecido. As câmeras mostram uma descida gradual dele à uma obsessão infernal, na tentativa de reproduzir o que era mostrado nos vídeos de experimentos de controle da mente, o tal projeto secreto MKHEXE.

Com sites sendo apagados e pouca informação disponível, ele acompanha pessoas que relataram a experiência, mesmo com fins não muito agradáveis. Sua busca o conduz a um espiral de loucura crescente até as respostas sobre o que aconteceu com o irmão serem reveladas. Nada que surpreenda o espectador ou provoque algum incômodo, à exceção do excesso de luzes piscantes, como é avisado no letreiro inicial com precaução a pessoas fotossensíveis.

Project MKHEXE teria um efeito melhor como segmento da antologia V/H/S. Seria curto, direto, sem gordura narrativa, e deixando algumas pontas soltas para a imaginação do público. Ao final, mesmo com todo didatismo, ficam algumas dúvidas sobre o que está acontecendo: se algumas imagens fazem parte apenas da percepção da pessoa influenciada, como foram registradas em vídeo? Como qualquer pessoa próxima começa a ser afetada, mesmo não tendo todo o acesso que Sean, Tim e Nicole tiveram? E que magnetismo é esse que transforma os influenciados em seres insanos com apenas alguns segundos de projeção?

O tal projeto poderia ser a versão found footage de Videodrome – A Síndrome do Vídeo, de David Cronenberg, mas passou bem longe. É apenas mais um exemplar do formato, um que traz conteúdo e se perde em seus excessos.

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