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Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Original:The Fantastic Four: First Steps
Ano:2025•País:EUA, Canadá, UK, Nova Zelândia
Direção:Matt Shakman
Roteiro:Josh Friedman, Eric Pearson, Jeff Kaplan, Ian Springer
Produção:Kevin Feige
Elenco:Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Ebon Moss-Bachrach, Joseph Quinn, Ralph Ineson, Julia Garner, Natasha Lyonne, Paul Walter Hauser, Sarah Niles, Mark Gatiss, Ada Scott, Matthew Wood, Jay Underwood, Michael Bailey Smith, Alex Hyde-White, Rebecca Staab

A quarta tentativa de levar às telas O Quarteto Fantástico foi, sem dúvida, a mais bem sucedida. Os heróis fantásticos sofreram com a dança de direitos sobre os personagens e uma tentativa sombria de independência mais do que a radiação que os tornou especiais. A mais recente versão, como parte do universo cinematográfico da Marvel, assumiu-se como uma fantasia adaptada dos quadrinhos, remetendo à epoca dos bons filmes de heróis a partir dos anos 2010. O novo Superman também partiu para o cinema entretenimento, deixando o lado noir das últimas versões, o que pode ser um bom sinal para os espectadores da tela grande: produções mais leves, coloridas e bem-humoradas. E outra boa ideia foi a de não se preocupar com a reiniciação dos personagens, baseando-se no imaginário dos fãs para colocá-los rapidamente em ação frenética e emoção.

O novo Quarteto também foi bem aceito pelo aspecto retrô de seu desenvolvimento. Desde os uniformes até a própria ambientação, mesmo que envolta em ciência fantástica, o longa trouxe uma saudosa nostalgia para quem acompanhava as primeiras HQs ou assistia às séries animadas, como a versão de 1994. Acertou também na escolha do elenco – por um tempo achei que Vanessa Kirby não fosse a melhor escolha para Sue Storm, mas o filme me provou o contrário -, e pela ousadia de resgatar a Surfista Prateada (na ótima interpretação de Julia Garner) e ter como vilão o temível Galactus. A sensação do público é de um deslumbre visual quase absoluto, pelo bom uso dos efeitos especiais, e por saber dosar entre cenas de ação e momentos ilógicos, mas bem divertidos.

Em 1964, um programa de televisão faz um especial comemorativo dos quatro anos do surgimento do Quarteto Fantástico, contando brevemente a jornada dos astronautas Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Kirby), Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) e Johnny Storm (Joseph Quinn), quando ganharam seus poderes em contato com a radiação cósmica, e, com habilidades extraordinárias, ajudaram a salvar o mundo contra monstros gigantes e vilões como o Toupeira, em momentos que devem ter feito os fãs dos quadrinhos se empolgarem. O Quarteto passou a ser uma celebridade mundial em relações tecnológicas e diplomáticas, através da Future Foundation, que ajudaram a selar a paz no mundo.

Com o anúncio da gravidez de Sue, emocionando as nações pela perspectiva de um quinto herói, a tranquilidade é ameaçada com a chegada da alienígena Shalla-Bal (Garner), arauto do devorador de planetas Galactus (Ralph Ineson e sua voz gutural incrível). Ela anuncia que o Planeta Terra será destruído em pouco tempo e não há nada que possam fazer para impedir. Depois de usar a tecnologia para atestar o desaparecimento de planetas, os astronautas partem em missão espacial, com o uso da velocidade da luz, para tentar um acordo de paz com a entidade, no exato momento em que mais um mundo é destruído diante de seus olhos.

Galactus concorda em poupar a Terra, desde que possa se alimentar do filho extremamente poderoso que Reed e Sue estão esperando. Com a discordância e conseguindo escapar da Surfista, o bebê Franklin nasce na viagem de volta, e o “sincericídio” do anúncio da proposta de Galactus leva a sociedade e as nações do mundo a ficarem contra os heróis. Com a aproximação de Galactus, eles precisam encontrar um meio de salvar o Planeta sem que precisem sacrificar o próprio filho. Como as prévias já haviam anunciado, o vilão não somente virá à Terra como caminhará em solo americano como o Monstro de Marshmallow, em um combate que, embora interessante, revele algumas desproporções pela liberdade criativa.

Ainda assim, tudo funciona bem por aqui. Desde a bem-vinda presença do robô auxiliar H.E.R.B.I.E. (na voz de Matthew Wood) às habilidades na cozinha de Ben Grimm, o interesse de Johnny pela sexy Surfista à sensação de impotência intelectual de Reed. Pode-se enaltecer todo o trabalho técnico na concepção de cenários espetaculares a cargo de Jille Azis, além da direção de arte de Nick Gottschal e até o designer de produção desenvolvido por Kasra Farahani. Aliás, a concepção do Coisa é tão boa quanto a da versão de 1994, muito próxima visualmente da imagem que temos dos quadrinhos e das séries animadas, se esquivando de sua depressão pela aparência. Ora, ele é uma celebridade que ergue fuscas e inspira criancinhas.

A combinação dos aspectos técnicos, favorecidos pelo ótimo roteiro de Josh Friedman, Eric Pearson, Jeff Kaplan e Ian Springer, e a direção ágil de Matt Shakman (de Wandavision), traz uma aventura futurista retrô que até inclui o famoso Fantasticar e melhor explora os poderes de Sue como a capacidade de camuflar objetos e produzir campos de força. Até mesmo para os que já não aguentam mais o multiverso da Marvel – este filme se passa na Terra alternativa 828, o que permite a imaginação propor situações das mais absurdas -, é provável que o filme agrade. Como aconteceu com Superman, diante de uma sociedade acostumada com monstros e meta humanos, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é um gibizão levado às telas que vale muito acompanhar. É bem provável que os caminhos propostos irão se estabelecer na Fase Seis da Marvel com o anúncio das produções que serão lançadas nos próximos anos, e não vejo mal algum nisso, desde que o entretenimento seja o principal objetivo.

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