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Animais Perigosos
Original:Dangerous Animals
Ano:2025•País:Austrália, EUA, Canadá
Direção:Sean Byrne
Roteiro:Nick Lepard
Produção:Chris Ferguson, Brian Kavanaugh-Jones, Mickey Liddell, Troy Lum, Pete Shilaimon
Elenco:Hassie Harrison, Jai Courtney, Josh Heuston, Ella Newton, Liam Greinke, Rob Carlton, Ali Basoka, Michael Goldman, Carla Haynes, Dylan Eastland, Jon Quested

Se Mick Taylor abandonasse os desertos australianos para conduzir uma embarcação, ele seria Bruce Tucker (Jai Courtney), o assassino em série do angustiante Animais Perigosos (Dangerous Animals, 2025). Em um oceano de produções repetidas com tubarões vorazes – todo ano saem pelo menos quatro ou cinco filmes na temática -, é importante que o longa de Sean Byrne seja vendido como realmente é: um thriller no estilo Devorado Vivo (Eaten Alive, 1976), de Tobe Hooper, tendo os animais perigosos como arma para os crimes cometidos por um psicótico voyeur, provável fã de Animal Planet.

O longa teve exibição no Festival de Cannes 2025, na mostra Directors’ Fortnight, mas já havia sido adquirido pela IFC Films e a Shudder, como direito de distribuição. Teve uma passagem rápida pelos cinemas americanos e canadenses em junho, já conquistando mais de US$4 milhões nas bilheterias, e com críticas que o colocam entre os destaques de 2025. 86% das 157 análises publicadas no Rotten Tomatoes são positivas, sendo que grande parte elogia a performance de Jai Courtney, habituè de produções de ação e que exploram sua beleza física – só para constar, ele interpretou o filho de Bruce Willis em Duro de Matar: Um Bom dia para Morrer (2013).

Com a simpatia do assassino de Wolf Creek, Bruce Tucker comanda a atração Tucker’s Experience, permitindo que turistas possam ver observar tubarões de perto, no interior de uma jaula, afundada em alto mar. Greg (Liam Greinke) e Heather (Ella Newton) estão em vias de se tornar um casal, explorando a aventura marítima com vista de uma possível aproximação. Ele conta como sobreviveu ao ataque de um tubarão, registrado em um jornal afixado no barco, e já evidencia o que sempre soubemos em produções do estilo: a culpa não é do animal.

Depois de visualizarem os belíssimos animais, numa aventura considerada mais intensa que o SeaWorld, Bruce esfaqueia o rapaz, jogando-o ao mar, e profere o início do pesadelo de Heather: “Bem-vinda a bordo.” O que acontecerá com a jovem traz a mesma angústia do que em 2006 foi imaginado para a personagem de Cassandra Magrath no final do longa de Greg McLean. As ações mostram outra aproximação, a da surfista Zephyr (Hassie Harrison) com o corretor de imóveis Moses Markley (Josh Heuston), que pede ajuda para carregar a bateria de seu carro. Sem disposição para um romance, Zephyr se afasta após momentos íntimos, apenas para, em um descuido, cair nas mãos do barqueiro psicopata.

Presa no convés da atração turística, ela precisa encontrar uma forma de escapar dali, talvez contando com algumas facilidades para a protagonista e para o aparente simpático vilão. Bruce Tucker se mostra fisicamente imponente e ameaçador, envolto em insanidade e frieza. Sua presença realmente perturba os personagens, sem nunca permitir a antecipação de suas ações, como se fosse um tubarão, rondando suas vítimas à espera da oportunidade de destroçá-las. Já Hassie Harrison jamais se mostra a garotinha indefesa dos filmes do gênero, alguém que tem um passado que justifica seu isolamento e está disposta a lutar pela sobrevivência, independente das adversidades.

Além da boa direção de Sean Byrne (do excepcional Entes Queridos) e do bom roteiro de Nick Lepard – algumas convenções ali me incomodaram -, Animais Perigosos se destaca pela impulsiva trilha sonora de Michael Yezerski e pela belíssima fotografia de Shelley Farthing-Dawe. Traz boas sequências de suspense e irá atrair a atenção do infernauta como tubarões são atraídos pelo desespero de pernas agitadas e gotas de sangue escorrendo pelas águas.

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