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O Instituto - 1ª Temporada
Original:The Institute - First Season
Ano:2025•País:EUA
Direção:Jack Bender, Jeff Renfroe, Brad Turner
Roteiro:Benjamin Cavell, Eric Dickinson, Sophie Owens-Bender, Sam Sheridan, Ed Redlich
Produção:Jonas Melcher, Michael Mahoney
Elenco:Ben Barnes, Joe Freeman, Simone Miller, Fionn Laird, Hannah Galway, Julian Richings, Robert Joy, Mary-Louise Parker, Jason Diaz, Viggo Hanvelt, Arlen So, Jane Luk, Martin Roach, Birva Pandya, Brendan Beiser, Jeff Fahey

O Instituto da Sra. Sigsby para Crianças Peculiares teve as portas abertas para sua versão televisa, com produção da Spyglass, e envolvimento de Jack Bender (das séries From e Lost), a partir de 13 de julho de 2025, na MGM+. Foram encomendados oito episódios, com direção de Bender, Brad Turner e Jeff Renfroe, a partir de um bom elenco e a produção executiva do “pai da criança“, Stephen King. As críticas positivas e o interesse do público já permitiram que a série ganhasse uma segunda temporada antes mesmo do lançamento do último episódio, o que mostra a força do material original e da adaptação.

O enredo é bastante espelhado no livro: o garoto de altas habilidades Luke Ellis (Joe Freeman), de apenas 14 anos, é sequestrado pelo Instituto e acorda em um quarto parecido com o seu. Ali ele descobre que crianças e adolescentes com poderes de telecinesia (TC) e telepatia (TP) estão servindo a um propósito ainda obscuro, participando de testes e injeções para ampliação de suas capacidades. Administrado pela Sra. Sigsby (Marie Louise Parker), com apoio do Dr. Daniel Hendricks (Robert Joy) e do chefe de segurança, Trevor Stackhouse (Julian Richings), Luke se aproxima de jovens nas mesmas condições, habitando o que eles chamam de Parte da Frente: Kalisha (Simone Miller), o rebelde Nicky Wilholm (Fionn Laird), George Iles (Arlen So) e Iris (Birva Pandya).

Após exames torturantes, contando com a agressividade do funcionário Tony (Jason Diaz), aqueles que conseguem enxergar bolinhas e adivinhar cartas migram para a Parte de Trás. Diferente do livro, onde a migração acontece de maneira discreta, na série é realizada uma festinha de formatura, com bolos e palmas da equipe. De lá, existe a lenda de que o jovem é dispensado, tem a memória apagada, e retorna para o seio familiar. Mas o que seria aquela fumaça escura que desponta da Parte de Trás e por que a organização não é feita às claras, com a participação dos pais?

Além dos jovens, a adaptação dá uma grande importância ao segurança recém-contratado Tim Jamieson (Ben Barnes), contratado pelo chefe de polícia John Ashworth (Martin Roach). Enquanto se aproxima da policial Wendy Gullickson (Hannah Galway) e da moradora de rua Annie (Mary Walsh), ele aos poucos percebe que existem ações escusas no Instituto e tentar descobrir o que acontece ali pode ser necessário e bastante perigoso.

O Instituto tem algumas diferenças bem-vindas em relação à obra de King. A cidade onde o segurança trabalha é vizinha ao Instituto, enquanto no livro é bem distante; a participação de Tim é maior, concomitante às descobertas de Luke; e até mesmo os exames são menos agressivos que os vistos nas páginas, numa progressão em agonia e exigências. O próprio garoto protagonista, mais franzino na obra, tem uma importância maior na série, servindo até para o conflito entre os funcionários da instituição: no livro, ele é só mais um garoto, com acesso a uma internet restrita, mas que permite que ele descubra sobre a morte dos pais e ajude Maureen (Jane Luk), a moça da limpeza, com seus problemas financeiros.

Outro detalhe que chama a atenção envolve o número de funcionários do Instituto. No livro, cada teste é realizado por médicos e funcionários diferentes, transmitindo mesmo uma ideia de organização grandiosa. O roteiro, de Benjamin Cavell, Eric Dickinson, Sophie Owens-Bender, Sam Sheridan e Ed Redlich, também optou por dar visibilidade a uma personagem que não aparece nas páginas, a repórter Kate (Jordan Alexander), que atua como uma mercenária do Instituto, eliminando aqueles que começam a falar sobre ele, incluindo a assassina dos pais de Luke.

A Maureen literária tem câncer, e tem um papel maior como “agente duplo“, mostrando falsos pontos cegos da fiscalização dos funcionários. A Sra. Sigsby mantém sua insanidade em ambas as versões, embora ela não tema o telefonema de um superior (Jeff Fahey), mantido desnecessariamente na obscuridade. Gostei de terem trazido as gêmeas Gerda (Maggie McCormick) e Greta (Annie McCormick), assim como o problemático Zeke (Colin Hluchaniuk), ainda que o final deles não tenha sido tão chocante quanto na obra.

Já o pequeno e poderoso Avery Dixon (Viggo Hanvelt) está muito bem representado na série, como um menino que ainda sente falta dos pais, chorando por diversas vezes e tendo a confiança de Luke, que parece ser mais adulto e confiante na série. Só não gostei do George, com participação pequena e praticamente desnecessária.

Sem os dois tiroteios do final do livro, como a invasão à delegacia e à próxima ao Instituto, a série deixa para Sigsby a importância da revelação dos propósitos dolocal, com as devidas reflexões sobre os fins justificarem os meios. Reserva alguns momentos de tensão, com a revelação de alguns comparsas do Instituto na cidade (pela proximidade poderia ter até mais), e diverte pela boa realização, incluindo os bons efeitos especiais do último ato.

Com o fim da primeira temporada, explorando bem o livro de King, ficam dúvidas sobre os próximos caminhos da série na segunda temporada. Será que serão apresentados detalhes de outras filiais do Instituto, mostrará os sobreviventes sendo caçados, ou terá um final, com uma possibilidade apocalíptica? De toda forma, espera-se que mantenha a qualidade para que o próximo capítulo não seja mandado para a Parte de Trás das boas adaptações de Stephen King.

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