 Penhascos – Five Nights at Freddy’s: Pavores de Fazbear 7
Original:The Cliffs – Five Nights at Freddy’s: Fazbear Frights 7 Ano:2025•País:EUA Autor:Scott Cawthon, Elley Cooper, Andrea Waggener•Editora: Intrínseca |
Em Pavores de Fazbear, todo cuidado é pouco. Uma simples pelúcia pode trazer grandes desgraças, um boneco pode te desmembrar, um robô pode tomar o seu lugar. Em seu sétimo volume, solidão, vingança e ambição serão os motivos dos terrores dos nossos protagonistas da vez.
No primeiro conto, Penhascos, Robert é um pai solo que dá o seu melhor todos os dias para cuidar do pequeno Tyler, tendo que lidar com o luto de ter perdido o grande amor da sua vida enquanto ela dava à luz ao outro grande amor de sua vida: seu filho. De modo automático, aguenta um dia de cada vez do melhor jeito que pode, fazendo o possível para Tyler não perceber sua tristeza e para proporcionar uma vida boa e estável para o filho. Em uma rotineira ida ao mercado, o filho se encanta com um ursinho de pelúcia do Freddy Fazbear, e Robert percebe que o brinquedo também é como se fosse uma babá eletrônica, que envia atualizações sobre o bebê de tempos em tempos por meio de um relógio. Acaba comprando o urso, que vira o companheiro inseparável de Tyler e realmente dá a Robert uma sensação de proximidade e tranquilidade. Até que um dia seu filho desaparece, e o ursinho Freddy não parece mais tão inocente e solícito assim. Apesar de possuir certa carga dramática, a história demora a desenrolar e acaba não sendo muito interessante. Há poucos momentos aterrorizantes e pouco ou nenhum que tenha a ver com os animatrônicos, com um desfecho bem simplório. Um conto esquecível que em nada agrega ao universo de FNAF.
Em A Roda do Despedaçamento, Reed é um adolescente comum que odeia o valentão da escola, Julius. Após a aula, Julius começa a implicar com Reed, que trava e não sabe o que fazer, até que o projeto de robótica do valentão dá um defeito, e é aí que o garoto vê uma chance. Decide prender Julius dentro de seu próprio projeto – uma espécie de exoesqueleto – e vai embora para casa de seus amigos feliz da vida, satisfeito por se vingar ao menos um pouco daquele que tanto o atormenta. Ao longo do dia, fica preocupado que Julius passe mal ficando preso ali até o dia seguinte, e tudo piora quando o irmãozinho de seus amigos começa a brincar com o controle de outro projeto de robótica. O problema? O controle estava interferindo no traje do garoto preso, e há grandes chances de ele estar sendo jogado de um lado para o outro initerruptamente. Com o nome da história, já dá para ter uma ideia do que acontece. Esse conto é menor, e tem uma tensão mais bem trabalhada, mas novamente demora um pouco a engatar. Quando enfim acontece, temos bons momentos de horror e até mesmo algumas pitadas de gore, nos entregando um final dúbio.
Por último, temos Ele me Explicou Tudo. Chris é um garoto insatisfeito com sua vida. Acha sua família cafona, seus atuais amigos uns perdedores, e não vê a hora de entrar para o ensino médio e o clube de ciências. Seu desejo é ser alguém grande e importante, diferente de seus pais. Sua ambição é tão grande que ele mal pode esperar para realizar grandes feitos e abandonar sua atual vida. No primeiro dia de aula do ensino médio, uma de suas aulas é a de ciências avançadas com o Sr. Little. Na aula, o professor fala de uma experiência imersiva que vai mudar as vidas dos alunos, mas é preciso coragem para chegar até o fim. Chris, empolgado, não vê a hora da experiência acontecer, afinal, é exatamente o que ele queria. Ele só não imaginava que o experimento realizado seria algo grotesco que custaria muito, muito caro. Novamente, demoramos um pouco para chegar ao que interessa, mas quando acontece acaba sendo o melhor conto da coletânea. Há terror psicológico, body horror e um final arrepiante.
De uma forma geral, o desenvolvimento das histórias em Penhascos é lento, podendo causar certo desinteresse antes de chegar ao que realmente importa. Em dois contos temos momentos que compensam continuar a leitura, com o horror trabalhado de forma competente quando enfim aparece. Porém, há pouca menção aos animatrônicos e ao universo de Five Nights at Freddy’s, o que pode frustrar um pouco os fãs da franquia. É válido ler sem compromisso, sem esperar por easter-eggs empolgantes ou grandes ligações com a assustadora pizzaria Freddy Fazbear.
