0
(0)

Return to Sleepaway Camp
Original:Return to Sleepaway Camp
Ano:2008•País:EUA
Direção:Robert Hiltzik
Roteiro:Robert Hiltzik
Produção:Robert Hiltzik, Michele Tatosian, Thomas E. van Dell
Elenco:Vincent Pastore, Jackie Tohn, Jonathan Tiersten, Paul DeAngelo, Isaac Hayes, Michael Gibney, Felissa Rose

É indiscutível que Sleepaway Camp (1983) é um clássico absoluto do subgênero slasher. Como todo bom e bem-sucedido filme de terror da década de 80, era quase certo que receberia uma continuação. Além dos medianos Acampamento Sinistro (1988) e Acampamento Sinistro 2 (1989), que acabaram conquistando o status de cult, houve ainda a parte IV (1992), lançada apenas anos mais tarde, em 2012. O que essas três sequências têm em comum, além da qualidade questionável, é a ausência dos envolvidos no filme original. Faltava, então, uma continuação que fizesse jus ao clássico de 1983 e que contasse com pelo menos parte da equipe original — algo que só aconteceria aproximadamente 25 anos após o lançamento do primeiro longa.

Alan (Michael Gibney) é um adolescente acima do peso e com hábitos peculiares, como não tomar banho e ser amigo de sapos. Embora seja conhecido por intimidar alguns colegas no acampamento Manabe, também acaba se tornando o alvo preferido dos demais campistas, sofrendo constantes brincadeiras cruéis. À medida que o assédio contra Alan se intensifica, uma série de assassinatos começa a ocorrer no local. As suspeitas iniciais recaem sobre ele, mas o monitor Ronnie (Paul DeAngelo) acredita que Angela — a assassina transgênero responsável pelo massacre do acampamento Arawak — possa ter retornado.

As mortes até que são criativas, algumas chegam a provocar considerável desconforto, como cenas de desmembramento peniano e empalamento. No entanto, não são bem executadas, apresentando falhas técnicas e um resultado final abaixo das expectativas.

Por se tratar da continuação de um slasher dos anos 80, não se esperam atuações excepcionais nem um roteiro rebuscado. Estamos acostumados e até nos divertimos com interpretações sofríveis, mas, além dos diálogos risíveis e do roteiro bagunçado, o que mais atrapalha o filme é a falta de carisma dos personagens. Não é possível se afeiçoar a ninguém do elenco, seja protagonista ou coadjuvante. Alan sofre e pratica bullying; seu comportamento errático e caricato não faz dele um anti-herói, apenas um garoto tão irritante que não sabemos se devemos torcer a favor ou contra ele. Outros personagens mais interessantes, como a garota que sempre defende Alan ou o menino de óculos, poderiam preencher essa lacuna, mas suas participações são tão superficiais que acabam se tornando meros figurantes.

AVISO DE SPOILERS!

A grande reviravolta — e também o maior atrativo do filme — deveria ser o retorno de Felissa Rose como Angela Baker. Contudo, a revelação acontece apenas nos minutos finais, e a cena pós-créditos, embora boa, surge de forma completamente deslocada, transformando essa cartada em mais uma oportunidade perdida.

Hiltzik começou a trabalhar no roteiro de uma sequência em 1986, três anos após o lançamento de Sleepaway Camp, sendo que o mesmo ficou engavetado por anos. A partir de 1998, por iniciativa de Jeff Hayes e John Klyza, surgiram esforços para reunir a equipe original e, quem sabe, retomar a franquia com uma nova continuação. Ao perceber a dimensão que a base de fãs do filme tinha ganhado, Hiltzik — que na época trabalhava como advogado em Nova Iorque — decidiu ressuscitar a ideia de 1986 e adapta-la para um novo longa. As filmagens ocorreram em 2003 e contaram com parte do elenco original: Felissa Rose, no papel de Angela Baker/Xerife Jerry; Jonathan Tiersten, como o primo Ricky; e Paul DeAngelo, como o monitor Ronnie. Durante a pós-produção, o diretor não ficou satisfeito com o resultado final, e uma nova equipe precisou ser contratada, em 2006, para refazer os efeitos especiais. O filme acabou sendo lançado diretamente em DVD, apenas em 2008.

FIM DOS SPOILERS

Antes de os reboots — que ignoram as continuações anteriores — repletos de fan service, virarem modinha em Hollywood, o retorno ao acampamento Arawak (ou melhor, Manabe), lá em meados dos anos 2000, despertou a expectativa de muitos entusiastas e saudosistas do antigo slasher. A verdade é que Return to Sleepaway Camp só se concretizou graças à força dos fãs da franquia, e é justamente por esse nicho que o filme ainda vale a pena ser assistido hoje. Até o momento, Return to Sleepaway Camp não foi lançado oficialmente no Brasil.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *