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Um Frio Corpo Sem Alma / Descongelado
Original:Chiller
Ano:1985•País:EUA
Direção:Wes Craven
Roteiro:J.D. Feigelson
Produção:J.D. Feigelson
Elenco:Michael Beck, Beatrice Straight, Laura Johnson, Dick O'Neill, Alan Fudge, Craig Richard Nelson, Paul Sorvino, Jill Schoelen, Anne Seymour, Russ Marin, Jerry Lacy

Os pesadelos comandados por Freddy Krueger deram a Wes Craven notoriedade e dinheiro. Aquele diretor que precisou rodar um filme adulto e uma ofensa à Sétima Arte, intitulada Quadrilha de Sádicos 2 (The Hills Have Eyes 2, 1982), passou a ser bastante requisitado, com propostas e projetos para futuros trabalhos sendo deixados em sua mesa. O nome Wes Craven se tornou um selo de sucesso e os distribuidores faziam questão de colocá-lo nos cartazes (do mesmo responsável por…) e nos títulos, como é o caso de Chiller, filme para a TV lançado em 1985 como “Wes Craven´s Chiller“.

É claro que se esperava algo mais bem realizado após a confecção de A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984), mas Craven sabia mostrar bem a diferença entre filme para cinema e para a TV, bons e aceitáveis orçamentos, o que lhe dava a total liberdade de “errar“. E ele cometeu alguns deslizes na sua filmografia pós-A Hora do Pesadelo como este thriller modesto, que trazia no elenco o bom nome de Paul Sorvino. Exibido pela CBS em 22 de maio de 1985, o longa chegou a passar no SBT no Cinema na Madrugada, com a estreia no dia 30 de abril e depois em 12 de julho de 1989, com o título Descongelado.

Com roteiro de J.D. Feigelson (de A Vingança do Espantalho, 1981), o longa mostra os efeitos do descongelamento de Miles Creighton (Michael Beck), preservado em criogenia por dez anos até aguardar que a medicina avance para as cirurgias que necessita. Quando o processo acontece por acidente, o centro de controle leva o corpo até o hospital e aciona a mãe dele, Marion (Poltergeist, o Fenômeno, 1982), que entra em contato com o reverendo Penny (Sorvino) sobre a novidade. Os médicos realizam os procedimentos operatórios e trazem o rapaz de volta à vida, com os noticiários informando os avanços científicos que podem mudar o mundo.

Contudo, Miles retorna literalmente frio, insensível, na metáfora proposta pelo enredo. Ele assume o lugar de liderança na empresa da família, demite o chefe Clarence Beeson (Dick O’Neill), cancela as doações que eram feitas inclusive para a Igreja e agride a funcionária Leigh Kenyon (Laura Johnson), quando a obriga a ter relações com ele para ocupar um lugar melhor na equipe. Também dá um fim no cachorro da família, que percebia que algo estava errado nele, e abusa da meia-irmã Stacy (Jill Schoelen), enquanto Marion continua cega pela volta de seu filho.

Penny traz discussões sobre perda da alma, depois que a pessoa é dada como morta, e passa a acreditar que Miles esteja nessa condição. Não há muito aprofundamento no assunto, apenas as reflexões do reverendo, e traz algumas semelhanças na forma como o tema foi tratado em O Enviado (Godsend, 2004). Em vez disso, o longa aposta numa queima de lenha, uma narrativa que se arrasta entre momentos morosos e as expressões maldosas de Michael Beck, com um suspense quase nulo, reservado para os minutos finais, numa solução óbvia.

Para quem aguardava o próximo trabalho de Wes Craven com uma expectativa animadora, Um Frio Corpo Sem Alma se apresenta em temperatura branda, sem detalhes científicos ou sequências que motivem uma conferida. Nem mesmo o ator do excelente Os Bons Companheiros (GoodFellas, 1990) recomendaria dar uma chance a ele.

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