
![]() O Elixir
Original:Abadi Nan Jaya / The Elixir
Ano:2025•País:Indonésia Direção:Kimo Stamboel Roteiro:Kimo Stamboel, Agasyah Karim, Khalid Kashogi Produção:Kimo Stamboel, Edwin Nazir, Marinelza Elenco:Mikha Tambayong, Eva Celia, Marthino Lio, Dimas Anggara, Varen Arianda Calief, Ardit Erwandha, Claresta Taufan, Donny Damara |

Lançado no final de outubro na já conhecida leva de filmes de terror pré-Halloween da gigante Netflix, The Elixir é uma produção indonésia sobre um soro milagroso da juventude que tem como um de seus pequenos efeitos colaterais a transformação em zumbis comedores de carne humana. Obviamente, a imitação inspiração aqui é clara: o estrondoso sucesso de A Substância e a crítica à vaidade excessiva e ao etarismo.
Dirigido por Kimo Stamboel, o filme conta a história da pequena e tradicional empresa fitoterápica indonésia Wani Waras, que está prestes a ser adquirida por uma gigante farmacêutica local. Eis que seu fundador, Sadimin (Donny Damara), faz uso de sua mais recente descoberta, uma substância que promete juventude e imortalidade eterna. Impressionado com os resultados, ele desiste da venda, revoltando todos os seus familiares, que já contavam com a gorda herança que receberiam. O que Sadimin não sabia é que a poção transforma todos que a administram em monstros sedentos por sangue, desencadeando o caos.

Encerram-se aqui todas as referências ao longa estrelado por Demi Moore. Como foi produzido o elixir? Por que uma droga curativa transformaria alguém em zumbi? Nunca saberemos. A falta de conexão entre uma coisa e outra passa a forte impressão de que só queriam fazer um zombie flick e enfiaram esse remédio milagroso no meio para fazer barulho (risos). As atuações também não são lá essas coisas, com destaque para uma cena constrangedora em que uma viúva tenta chorar por seu marido e simplesmente não consegue.
O desenvolvimento dos personagens é construído ao redor do drama que envolve a dinastia da Wani Waras: o filho mais novo nunca teve um emprego, a filha mais velha quer se divorciar e usar o dinheiro da herança para montar um negócio e, para completar, o patriarca resolveu se casar com a melhor amiga da filha quando a esposa faleceu. Um grande dramalhão que mira em Succession e acerta nas chatíssimas novelas mexicanas, pois nenhum personagem chega perto de ser interessante e todos tomam as piores decisões possíveis (meu momento preferido é quando a personagem de Mikha Tambayong dirige até uma casa rodeada por zumbis para resgatar seu filho de maneira discreta, e entende que a melhor maneira de fazer isso é BUZINAR, obviamente atraindo todos os mortos-vivos).

Dito tudo isso, no final do dia, o que se espera de um filme de zumbis? Mortos-vivos, perseguições, e muito, muito, muito gore. E aqui, The Elixir realmente se destaca: os monstros são realmente muito bem-feitos, com uma maquiagem impressionante (e um terror para os tripofóbicos). Kimo Stamboel consegue criar uma atmosfera realmente angustiante, seja em ambientes claustrofóbicos ou em tomadas aéreas que transmitem o impacto de uma verdadeira epidemia, com hordas verdadeiramente imensas.
Não gosto muito da decisão criativa em que os zumbis são atraídos unicamente por sons, fazendo algumas situações remeterem às cenas dos velociraptors em Jurassic Park, mas a movimentação estilo corredor aos moldes de Train to Busan é acertada e em vários momentos é fundamental para a geração do senso de urgência. O final é interessante e corajoso, sem medo de se livrar de personagens aparentemente importantes para a trama (deixando inclusive brecha para uma continuação).
The Elixir definitivamente não entrará para a lista de melhores filmes de terror do ano, sendo clichê e repetitivo em muitos pontos. Apesar disso, ele tem sim suas trufas, como suas cenas de perseguição, atmosfera de apocalipse e, claro, seus ótimos exemplares de zumbis. Um excelente filme para uma sexta-feira à noite (inclusive na noite de Halloween).





















