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Quando lançado em 1996, o primeiro jogo da série Resident Evil se tornou um clássico imediatamente e hoje figura fácil nas listas dos jogos mais marcantes da história. O sucesso estrondoso do jogo de terror gerou uma franquia oficial formada atualmente por oito jogos, além de um número a perder de conta em spin-offs para os mais diversos consoles.

É fato que o jogo se tornou a maior franquia de terror que já se tem notícias. Tanto, que seu sucesso extrapolou o mundo dos games, gerando uma já longa (e duvidosa) série de filmes em live action, dois filmes em animação (o terceiro será lançado em maio), além de livros e diversos outros produtos licenciados.

Lançado no Japão com o título Biohazard, é curioso que a franquia tenha mudado de nome para Resident Evil nos Estados Unidos (e consequentemente no resto do mundo) por causa de uma banda e um jogo para o MS-DOS que já tinham registrado o nome no país.

Com a chegada de Resident Evil 7 dia 24 de janeiro e a polêmica em torno da mudança na estrutura do game – que passa a ser em primeira pessoa e volta a flertar mais com o medo e a tensão do que com a ação – vale dar uma passada pelos jogos que compõe linha cronológica oficial da série e entender um pouco de seu extenso enredo.

Resident Evil (1996)


Lançado primeiramente para PlayStation, esse foi o jogo praticamente responsável pelo nascimento do estilo survival horror. Seu sucesso foi gigantesco. Além da novidade de gerar medo e tensão em novos níveis, veio com curiosas cenas gravadas em live action para sua abertura e encerramentos (bem trashs é verdade). A trama gira em torno do time de agentes investigativos S.T.A.R.S, enviado para as Montanhas Arklay, onde houve uma série de assassinatos beirando o canibalismo. No controle de Jill Valentine e Chris Redfield, o time acaba adentrando em uma mansão tomada por zumbis, monstros, morte e destruição causadas pela empresa Umbrella Corporation, que a usou como espaço de testes de armas biológicas, principalmente o mutagênico T-vírus. O jogo ainda nos apresenta Albert Wesker, membro do grupo S.T.A.R.S, que em breve seria revelado como um espião da Umbrella e futuro maior vilão de toda a série. Na jogabilidade trouxe elementos marcantes como a câmera fixa em cada ambiente, a animação das portas, dificuldade elevada, pouca munição para as armas e a necessidade de resolver complexos pluzzes. Resident Evil fez tanto sucesso, que ganhou uma versão director’s cut e teve um excelente remake para Game Cube, lançado apenas recentemente para os consoles da nova geração.
Nota: 4

Resident Evil 2 (1998)


Aclamado por muitos como o melhor jogo da série até hoje, Resident Evil 2 realmente fez por merecer todo o reconhecimento. Nele, a Umbrella perde definitivamente o controle da situação e a cidade de Raccoon City é vítima de um acidente biológico de proporções catastróficas. Abandonando as ridículas passagens em live action, o jogo trouxe belas cenas em computação gráfica para a época e um cenário muito maior, com diferentes caminhos para cada um dos dois protagonistas. Somos apresentados a Leon Kennedy, um policial recém-formado que acabara de se transferir para Raccoon City, e Claire Redfield, irmã mais nova de Chris, na busca pelo irmão, supostamente desaparecido. A dupla ainda se une a Sherry, filha de William Birkin, um dos principais cientistas da Umbrella, criador do G-vírus e principal vilão do jogo. É também neste jogo que somos apresentados a uma outra personagem mitológica da série, Ada Wong, espiã enviada por Albert Wesker para recolher o vírus.
Nota: 5

Resident Evil 3: Nemesis (1999)


O que já estava incrível conseguiu ficar levemente melhor. Em Resident Evil 3, as ruas desoladas de Raccoon City voltam a ser o palco do caos, com Jill Valentine tentando sobreviver. O jogo ficou marcante por nos apresentar um dos maiores vilões da história dos games, a máquina de matar Nemesis, enviado pela Umbrella para dar conta de todos os membros restantes do time S.T.A.R.S e assim realizar uma queima de arquivo. O monstro é realmente assustador e tirou a paciência dos jogadores que tinham que enfrentá-lo constantemente, além de ser o responsável por cenas incríveis, como a destruição do helicóptero na torre do relógio e a morte do mercenário Mikail. O único ponto inovador aqui da jogabilidade é a apresentação de um sistema de escolhas, que embora não influenciasse na trama, era responsável por interessantes pequenas mudanças no desenrolar do jogo. Ainda assim, é neste jogo que Raccoon City é completamente destruída e a série passa a não saber mais como inovar tanto em seus produtos subsequentes.
Nota: 4

Resident Evil CODE: Veronica (2000)


Em Code Veronica (que não entendemos até hoje porque tem esse nome, ao invés de RE4), voltamos a controlar Claire Redfield. Na primeira aventura da franquia no Playstation 2, Claire tenta buscar provas do envolvimento da Umbrella no incidente em Raccoon City. Mas ao ficar presa numa ilha, a jovem acaba recebendo ajuda de seu irmão, Chris, no primeiro encontro familiar da série. O jogo ainda nos apresenta Steve Burnside, um estranho jovem também prisioneiro na Ilha Rockforte, que cria interesse em Claire. Um dos vilões mais bizarros e admirados da franquia também está aqui: Alfred Ashford. Pra deixar a trama com ainda mais reviravoltas, Albert Wesker volta na busca pelo vírus T-Veronica, criado por Alexia Ashford (sim, tem vilão a rodo aqui, o que rendeu ao jogo um status de dramalhão mexicano). Code Veronica também foi considerado um jogo difícil e grande para a época, com até então o Tyrant mais desafiador a ser enfrentado, mas seu sucesso não foi do mais absoluto, principalmente devido a jogabilidade repetida que quase não recebeu de inovações.
Nota: 3,5

Resident Evil 0 (2002)


Não é o primeiro da série, mas é o primeiro na cronologia. Lançado exclusivamente para o finado console Nintendo Game Cube e só agora alcançando a atual geração, Resident Evil 0 representou o auge da primeira fórmula usada no jogo. No comando da agente Rebbeca Chambers (oficial novata do S.T.A.R.S, divisão Bravo) após a queda do helicóptero de sua equipe, você se une ao prisioneiro condenado Billy Coen, um ex-tenente do exército. Porém, ao longo do jogo, ambos têm de lutar juntos contra um homem misterioso e poderoso, ligado ao passado e fundação da Umbrella Corporation, enquanto desvendam instalações da empresa perdidas na floresta. O maior destaque de RE0 definitivamente é o sistema de trocas de personagens que pode ser usado quase que a vontade e é engenhoso na hora de resolver pluzzes e batalhas contra chefões. Ainda assim, o jogo marca o cansaço do público com a fórmula já batida franquia, o que exigiu severas mudanças no título seguinte.
Nota: 4

Resident Evil 4 (2005)


Uma jogabilidade incrível e um sucesso estrondoso. Só isso seria o suficiente para definir Resident Evil 4, o jogo que reformulou tudo que existia na franquia. Aqui voltamos a controlar Leon Kennedy, dessa vez um agente especial do governo americano na missão de resgatar a filha do presidente dos Estados Unidos de um grupo de lunáticos chamado Los Illuminados. A Umbrella não existe mais após tantos escândalos, por isso saem os vírus e entram Las Plagas, um parasita que cria os Granados, seres bem mais inteligentes e ágeis que os típicos zumbis. Para deixar as coisas mais intrigantes, Ada Wong volta, mais uma vez a mando de Wesker, para colher o parasita, o que gera uma tensão eterna no seu relacionamento com Leon. Ainda assim, a mágica de RE4 está na jogabilidade. Uma longa jornada, cenários tridimensionais, o fim da animação das portas, grande variedade de armas, munição à vontade, chefes gigantescos e desafiadores, além da interessante (e totalmente sem sentido) participação de um mercador, que vende itens para o personagem. O jogo é realmente viciante. Já de cara, Leon é obrigado a se defender contra uma vila inteira de Granados em um ritmo alucinante, para depois ir mudando de cenário em cenário cada vez mais estranhos, desde um castelo, até os famosos laboratórios secretos. Seu maior defeito definitivamente é o vilão pouco marcante. Osmound Saddler, líder do culto praticado na região e controlador de todos que possuem o parasita hospedado no corpo, é um tanto sem graça e por diversas vezes esquecemos que ele é nosso principal inimigo. Ainda assim, não tira o brilho desse jogo que levou a série a seu auge.
Nota: 5

Resident Evil 5 (2009)


Foram necessários quatro anos para que a Capcom resolvesse apostar mais uma vez na cronologia oficial da franquia, dessa vez na geração Playstation 3 e Xbox 360. A cada imagem e trailer divulgado, o hype sobre Resident Evil 5 ficava cada vez maior. E o jogo não prometia pouco: cenários maiores e mais abertos junto a uma parte ensolarada da África, o túmulo de Jill, um Chris Redfield sarado igual um fisiculturista e um Albert Wesker tão poderoso quanto um deus, pronto para o duelo final, além de uma nova personagem, a jovem e bela Sheva Alomar. Tudo isso num dos gráficos mais lindos da geração passada. E o resultado? Bem, meio que foi um “mais do mesmo” de Resident Evil 4. A fórmula é tão semelhante, mas tão semelhante, que até a loucura no primeiro capítulo é a mesma, com dezenas de africanos infectados pela Las Plagas (a Umbrella continua morta e enterrada nesse, sobrevivendo apenas seu legado) atacando você de uma vez, o que gerou algumas críticas sobre a representação da África no game. A única novidade aqui foi a possibilidade de dividir a tela do game com um segundo jogador, ao invés de deixar a inteligência artificial controlar o outro personagem. O enredo também não era do mais promissor, importando apenas o momento de embate com Wesker, mesmo que em certo ponto uma personagem querida nossa “mudasse de time”. RE5 também revelou um problema na série que começou no 4, só que o jogo era tão bom que quase ninguém sentiu: a geração de medo havia acabado, a franquia passou a ser de ação, deixando de lado os elementos de survival horror que ela mesma criou.
Nota: 3

Resident Evil 6 (2012)


Nunca um jogo da franquia oficial de Resident Evil foi tão criticado e, sinceramente, fez por merecer. A crítica realmente detonou esse jogo, que prometeu voltar a todas as origens da franquia, trazendo quatro tramas que se cruzavam com nada mais, nada menos, que sete personagens jogáveis. Tamanha megalomania entregou um jogo cheio de bugs e com um visual bem abaixo da elogiada preocupação da Capcom com gráficos. A história traz primeiramente Leon Kennedy e a novata agente Helena numa trama que finge ser obscura, onde uma infecção descontrolada atinge o presidente dos Estados Unidos e toda a cidade de Tall Oaks. Em seguida somos enviados a Ásia, onde temos de volta o controle de Chris Redfield e seu parceiro de BSAA (Aliança de Segurança e Avaliação em Bioterrorismo), Piers Nivan, numa campanha cheia de ação e loucas reviravoltas. A terceira (e pior parte) da trama nos traz Sherry Birkin (sim, a criança de RE2), acompanhada de Jake Muller, um bad boy que é (estão sentados?) “filho” de Albert Wesker, numa fuga que tenta parecer alucinante da organização que quer algo no corpo de Jake, além de um monstro chamado Ustanak, cópia pouco carismática de Nemesis. Completando esses três enredos, você abrirá o último, de Ada Wong, que terá como marca alguns pluzzes mais elaborados e a missão de completar as lacunas do roteiro onde ela mesma foi apresentada como a grande vilã do jogo. Em termos de jogabilidade, tudo é chupado de RE5, com algumas leves melhorias, o que não inclui a capacidade de mira das armas, que é realmente irritante.
Nota: 1,5

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1 comentário

  1. Ótimo artigo. Só faltou lembrar que na atual cronologia da série, é o Resident Evil Remake que vale no lugar do RE1 original.
    E RE:CV era pra ser um spin-off originalmente, por isso acabou ficando sem número.

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