O Senhor do Vento
Original: Ano:2014•País:Brasil Autor:Gabriel Réquiem•Editora: Draco |
por Glau Kemp
Esse conto apareceu nas indicações de leituras do meu Kindle e foi uma grata surpresa. A escrita é envolvente e o vocabulário condizente com a época em que se passa a história. O texto nacionalista exala aquele sentimento de casa e muitos personagens já estão enraizados no imaginário do brasileiro.
A história começa no cenário de um sítio bem típico, a casa da avó de um menino que é atraído para um quarto proibido e seus tesouros fascinantes. Lá o garoto encontra um baú com objetos de um parente que ele sequer conheceu e entre os objetos está um diário.
“Zezinho cerrou os dentes e apertou as pálpebras, esperando que a careta tivesse a habilidade sobrenatural de extinguir o barulho.”
Nesse diário é relatada a experiência assustadora que foi capaz de enlouquecer o tio-avô do menino, um militar em uma missão na floresta durante a guerra do Paraguai. A narrativa é muito visual e a densa floresta contribui para se estabelecer um clima sombrio.
“Nenhum pássaro piava nas árvores, dando a entender que a região era indigna de receber seus ninhos.”
Com muita habilidade, Gabriel Réquiem uniu um sentimento saudosista com boas cenas de ação e apreensão. O Senhor do Vento é um desses contos que permanecem na memória por muito e vira referência em um assunto. Sempre que eu pensar em folclore envolvendo esse personagem, O Senhor do Vento vai ser mencionado.
Foi publicado pela editora Draco. É uma leitura rápida com 22 páginas e está disponível gratuitamente no site da Amazon. O final da narrativa reserva uma bela surpresa para leitor e uma bonita homenagem à literatura brasileira. Indico muito a leitura e, pela qualidade da escrita, pretendo buscar outras obras do autor.