Verónica, novo filme do diretor Paco Plaza ([REC]), foi lançado nos cinemas espanhóis no ano passado e chegou a ser exibido em alguns festivais, mas não passou pelos cinemas brasileiros. A Netflix veio resolver essa situação e incluiu o filme em seu catálogo discretamente, nesta semana!
Com Sandra Escacena, Ana Torrent, Leticia Dolera, Sonia Almarcha, Bruna González e Carla Campra no elenco, Verónica trata de um ritual Ouija e é baseado em eventos reais.
Na trama, durante um eclipse total do sol, Verónica e duas amigas decidem fazer um tabuleiro para invocar o espírito de seu pai. Depois que o vidro se quebra, Verónica entra em uma espécie de transe e amedronta suas amigas. Uma vez recuperada, ela começa a perceber coisas estranhas em casa que a fazem pensar que ela trouxe seu pai de volta ao mundo dos vivos.
O cinema de gênero da Espanha pode ter perdido o fôlego todavia grande parte de sua marca registrada ainda persiste nesta nova película de Paco Plaza. Devemos agradecer sempre aos espanhóis que no final da década de 1990 e início deste novo século, deram uma chacoalhada no terror juntamente com a safra de asiáticos proveniente de terras nipônicas que fizeram frente a pasmaceira produzida nos EUA, com os clones mal gerados da onda Pânico. Espanha essa que vinha de obras de gênero bem espaçadas – desde a tetralogia dos cavaleiros zumbis templários, do lendário Amando de Ossorio, passando pelo desconhecido porém curioso Quién Puede Matar un Niño, do diretor Ibáñez Serrador e desembocando já no final da década de 1980 com Angustia, de Bigas Luna., Abre Los Ojos, do excepcional Amenabar, Tesis do mesmo Paco Plaza, El Día de la Bestia, do grande Alex de la Iglesia, alguns dos filmes pioneiros deste novo ciclo de terror da Espanha que alçam o país na vanguarda do gênero. Um cinema artesanal todavia inventivo, que prega a todos no sofá, ávidos por saber o andamento do filme até o seu desfecho.
Os filmes de suspense/terror espanhóis nunca me decepcionam. Verônica pode até ter elementos clichês e vir depois de uma leva de filmes falando do mesmo assunto (ouija). Mas esse parece ser mais natural, principalmente pq da pra sentir a angústia da protagonista quando se da conta do que está acontecendo. Bom, eu acho.